quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Funcionária da JBS: “Fui demitida por passar abaixo-assinado, pedindo para rever decisão de cobrar nossas refeições”

Matéria publicada no portal viomundo no dia 18/02 (http://www.viomundo.com.br/denuncias/fui-demitida-por-passar-abaixo-assinado-pedindo-jbs-para-rever-decisao-de-cobrar-nossas-refeicoes.html)


Andreia Pires e o abaixo-assinado com mais de 200 assinaturas

por Conceição Lemes

A empresa brasileira JBS é a maior produtora global de carnes. No terceiro trimestre de 2014, o seu lucro líquido cresceu 397% em relação a igual período de ano anterior.  Foi R$ 219,8 milhões para R$1,1 bilhão.

No último ano, ela também “invadiu” a TV, via campanhas publicitárias de suas marcas Seara, estrelada por Fátima Bernardes, e Friboi, por Toni Ramos.

A JBS, porém, tem outro lado nada glamouroso. Tem sido denunciada por desrespeito a direitos trabalhistas de funcionários. Por exemplo, descumprimento da pausa de 20 minutos a cada 1h40min em ambientes frios. Falta de locais adequados para o intervalo de recuperação térmica dos trabalhadores expostos à temperaturas extremamente frias para o corpo humano (entre 5o C e -15o C). Excesso de jornadas de trabalho;  há registros de até 12 horas seguidas. Infringir normas de saúde e segurança dos trabalhadores.

Apenas em 2014, teve quatro condenações por irregularidades trabalhistas em fábricas no Acre, Maranhão, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, que lhe custaram R$ 8 milhões em indenizações.

Em 16 de janeiro de 2015, Andreia Pires de Oliveira, trabalhadora da JBS de Osasco, foi demitida por justa causa, apesar de ter estabilidade no emprego garantida por lei até setembro.

A justificativa da empresa foi o excesso de suspensões: oito (sete por atrasos no horário de entrada) em três anos de trabalho.  A última em 15 de janeiro, por ter saído uma hora mais cedo no dia 12. A alegação é de que o supervisor não havia sido informado, configurando abandono de trabalho. Contudo, o superior imediato de Andreia, o líder, havia sido informado e encarregado de avisar ao supervisor, como é de costume.

Andreia trabalhava no terceiro turno no setor de higienização pré-operacional. Entrava às 23h e saía às 6h30.
“Na verdade, a razão para a minha demissão é outra. Fui demitida porque  comecei a passar um abaixo-assinado, pedindo à JBS para rever a decisão de cobrar as nossas refeições”, afirma Andreia ao Viomundo. “Nós, funcionários, não pagávamos a refeição. De repente, arbitrariamente, a empresa passou a cobrar R$ 28,22 por mês. Já estávamos com  mais de 200 assinaturas.”

“Além disso, eu não poderia ter sido demitida”, explica Andreia. “Fui membro da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) de setembro de 2013 a setembro de 2014. Tinha estabilidade no emprego garantida por lei até setembro de 2015.”

O papel da Cipa, como bem lembra Andreia em sua carta aos colegas (na íntegra, abaixo), é cuidar pela segurança dos trabalhadores, observando o cumprimento de normas básicas, como o uso correto dos EPI´s (equipamentos de proteção individual),  o excesso de trabalho e assédio moral da chefia para aumento de produtividade.

“São situações que contribuem para acidentes frequentes, além do surgimento de doenças”, observa.
“Essa postura de Andreia se fazia necessária frente à completa omissão do Sindicato dos Trabalhadores da Carne e dos Frios do Estado de São Paulo”, diz Diana Assunção, do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), que está dando apoio à trabalhadora demitida. “Nosso objetivo é a readmissão dela.”

Viomundo  perguntou à JBS o que tinha a dizer sobre a denúncia. A resposta, via sua assessoria de imprensa: “A JBS informa não comenta decisões sobre demissões e/ou contratações na empresa”.

Carta de Andreia Pires aos colegas de trabalho

“Como muitos devem saber, na última sexta-feira fui demitida por justa causa, segundo o supervisor porque levei muitas suspensões. Apesar de ainda estar com a estabilidade da CIPA. A última suspensão que levei foi na quinta, porque na segunda tinha pedido para sair 1h mais cedo. O supervisor esperou dois dias (terça e quarta) para “decidir” que não tinha sido avisado que eu sairia mais cedo e aplicou a suspensão. É claro que avisei, sabemos que a demissão não foi por causa disso.

Todos que me conhecem nessa fábrica sabem que não fico quieta frente a tanta coisa errada que fazem, seja com o trabalhador ou com o alimento que produzimos. Essa semana estávamos passando um abaixo assinado para não cobrarem nossas refeições, quase 200 assinaram e eu estava ajudando. Por isso é que fui demitida, porque não querem aceitar nem o mínimo que podemos fazer para nos defender. Eles tiram dentista, encarecem o convenio, tiram várias coisas de benefícios e quem fala alguma coisa é mandado sem direitos?!

Faz 3 anos que trabalho aqui, foram muitas noites de trabalho pesado junto com a equipe do terceiro turno. Assim como vários colegas, também tenho buraco de sabão corrosivo na mão, muitas vezes tive que correr pra torneira com os olhos ardendo, trinquei um dedo em acidente, arrastamos peso, esfregamos chão, parede, placas pesadas da formax, damos o sangue toda noite para essa fábrica ficar limpa e agora o que recebo em troca quando tento me defender?

Durante a minha atuação na CIPA conseguimos melhorar a situação, com bastante atenção a todos no chão de fábrica, acompanhando, falando para usar luva, óculos, viseira, não só no meu turno, mas em todos os turnos. Sempre levei muito a sério meu trabalho na higienização e como cipeira, isso ninguém pode duvidar.
Faço essa carta para denunciar a todos essa grande injustiça que fizeram comigo. Agradeço aos colegas de todos os turnos com os quais pude trabalhar, continuarei lutando com unhas e dentes, seja onde estiver, por melhores condições de trabalho, contra tanta exploração.”

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Boletim Nossa Classe Correios

BOLETIM
NOSSA CLASSE                                .   
                                                Boletim #03 Movimento Nossa Classe CORREIOS



Fonte imagem: FENTEC


·        Como dissemos no ultimo boletim, o governo iria fazer reajustes econômicos, o que significa ataques ao trabalhador.

·        Com isso varias categorias estão sendo atacadas, como na indústria (com vários trabalhadores sendo demitidos), na Caixa Econômica e em Correios.


·        Vimos o plano de saúde ser privatizado e sucateado, a criação da Correios Par e agora essa reestruturação que promete  “modernizar a empresa” precarizando ainda mais o trabalho e reduzindo o quadro de funcionários pela metade

·        Para justificar os ataques, a empresa Correios diz que não tem dinheiro para continuar com tantos funcionários e que o lucro anda insuficiente.

·        Mas como que a empresa ECT não tem dinheiro se está patrocinando os jogos olímpicos e tem feito investimento em diversas áreas como na telefonia? E os escândalos de corrupção que desviam uma quantidade enorme de dinheiro?

·        Mesmo com essa situação preocupante, esse não é o momento para desespero e desunião. Não podemos deixar que a empresa faça cada um pensar só no seu.
Mais do que nunca temos que nos unir porque só nossa união pode enfrentar esses ataques e exigir um trabalho digno para todos

·        Se a empresa nos diz que não tem dinheiro para manter os postos de trabalho e dar uma condição digna para o trabalhador, então que prove, que abra sua contabilidade publicamente!!! Se quer se tornar mais moderna, que não seja as custas do trabalhador!!!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Jorna Nossa Classe USP



Conheça e construa o Movimento Nossa Classe


O Movimento Nossa Classe é composto por trabalhadores não só da nossa categoria, mas de muitas outras, lutando para unificar os trabalhadores, independente dessas divisões. Na USP, somos parte da diretoria do sindicato, e estamos atuando no CDB, nas CIPAS, e em várias unidades. Temos conosco professores, metroviários, carteiros, bancários, trabalhadores das industrias, em várias cidades, de São Paulo e outros estados. O Movimento Nossa Classe sempre defendeu os direitos dos Trabalhadores juntamente com outros movimentos, é um movimento dos explorados, contra todas as opressões, e foi fundado inspirado na greve dos garis do RJ no ano passado, defendendo suas lições, como a organização de base, a confiança nas próprias forças, a unidade e solidariedade entre os trabalhadores, a aliança com a população e a luta contra a repressão, que foram tão importantes na nossa greve. Acesse nosso blog, nos procure, e venha conhecer e construir o Movimento Nossa Classe!




O Plano de Incentivo a Demissão Voluntária, PIDV, se encerrou, e a reitoria pretende, nos próximos 3 meses, fechar mais de 1400 postos de trabalho na universidade. É menos do que o objetivo inicial da reitoria (2.800), ainda mais porque teve que ser estendido a todos os funcionários, não só os mais antigos. Mesmo assim, como já dizíamos, é um ataque enorme aos trabalhadores – aumentando a sobrecarga, o adoecimento e os acidentes --  e à qualidade da educação e da universidade, com a precarização do seu funcionamento.

E agora, muito rapidamente, isso está ficando mais claro que nunca. Já nesse primeiro mês, na SAS, onde há anos os trabalhadores adoecem e se acidentam por falta de contratação suficiente, se anunciou o fechamento do restaurante da prefeitura do Campus (e há boatos de que possam fechar outros), e a suspensão de todas as matrículas deste ano nas creches! Ou seja, primeiro sucateiam para depois fechar e terceirizar como fizeram com o restaurante da química que já foi terceirizado e com parte das creches onde já se contrata por fundação, e o caminho para outros setores da USP não será diferente.

Ao passo em que encobre as denúncias de estupros e abusos contra as mulheres na Faculdade de Medicina, a reitoria e o governo atacam primeiro os setores mais oprimidos, como as crianças, e as mulheres, que mais precisam das creches, e são a maioria das trabalhadoras da SAS e das terceirizadas, que começaram a sofrer com os cortes e demissões desde o ano passado.

Além disso, na prefeitura do Campus aumenta a terceirização dos serviços prestados, que agora poderão ser contratados diretamente pelas unidades. A USP quer falar para todos de sua excelência, mas não reconhece que se sustenta usando uma massa de mão de obra escrava, que são os terceirizados. Enquanto isso, a Prefeitura tenta convencer seus funcionários sobre a importância de um Campus Sustentável.

O Hospital Universitário é outra unidade já muito afetada: já havia tempo de espera enorme, e muita sobrecarga de trabalho, e com o PIDV alguns turnos de alguns setores ficam quase sem funcionários. A creche será simplesmente fechada. E mais de 20 trabalhadores que já tinham aposentadoria e aderiram ao PIDV foram surpreendidos com a demissão sem indenização! Em uma reunião na semana passada com os que aderiram ao PIDV, a reitoria foi questionada sobre a situação do hospital, e disse que logo viriam funcionários contratados pela secretaria de saúde. Querem implementar a desvinculação “por baixo”, sem precisar aprová-la.

No Centro de Saúde Escola–Butantã já faltavam funcionários, e população já amargava filas como a de 1.200 mulheres na espera de um simples exame Papanicolau, por falta de funcionários, e agora estão prestes a assinar um convênio com a prefeitura para entregá-lo para as “Organizações Sociais de Saúde” privadas (OSSs)!

Preparar já um plano de luta que unifique trabalhadores, estudantes e professores para barrar o desmonte da universidade!

Com os ataques se acelerando, precisamos acelerar também a nossa resposta. Não podemos esperar até a data-base (maio) para começar a nos mobilizar, porque Zago e Alckmin querem aproveitar o inicio do ano e o esvaziamento da universidade para impor as medidas de desmonte da universidade que iniciaram no ano passado.

Está claro que não há outra saída, nem meio termo: ou há reposição de todos os postos dos trabalhadores demitidos pelo PIDV – e inclusive mais contratações onde já eram necessárias -, ou a universidade vai ser desmontada. E a reitoria já deixou muito claro que quer fechar esses postos, para “enxugar” a folha de pagamento, com a desculpa da crise financeira, que quer jogar nas costas dos trabalhadores.

Além da luta pelas contratações, precisamos combater a terceirização, e a única forma de fazer isso é com os trabalhadores terceirizados do nosso lado, defendendo seus empregos, lutando por sua efetivação, sem necessidade de concurso público, pois já provaram, trabalhando, que estão aptos ao trabalho.

Para garantir essas medidas, é preciso continuar lutando por mais verbas públicas para a universidade pública e para toda a educação ao mesmo tempo em que exigimos a abertura de todas as contas da universidade.
Precisamos partir do avanço em nossa organização que conquistamos com a greve de 118 dias no ano passado e, com essas bandeiras, começar imediatamente a nos organizar a partir de cada local de trabalho, com reuniões de unidade e construindo paralisações e um forte plano de luta para barrar todas as medidas de desmonte que Zago e Alckmin já estão implementando, e nos somar aos demais setores para barrar os ajustes de Dilma. Os estudantes são os mais atingidos por algumas dessas medidas, como o fechamento do restaurante, e o fechamento de vagas nas creches, essenciais para a permanência das estudantes mães. Devemos construir uma forte aliança entre trabalhadores e estudantes desde já. Assim começaremos a construir um plano de luta unificado para defender nossas condições de trabalho e a própria universidade! 



“Novo” governo Dilma: retiradas de direitos trabalhistas, cortes e demissões!

Durante as eleições a presidenta Dilma afirmava que não mexeria nos direitos trabalhistas nem que a vaca tossisse. Pois a vaca tossiu e foi pro brejo. Após a nomeação de Joaquim Levy, ex-diretor do Bradesco, para ministro da fazenda, vieram as autoritárias medidas provisórias 664 e 665 que atacam auxílio-doença; pensão por morte; abono salarial; seguro-desemprego (Levy inclusive está dizendo que “seguro-desemprego está fora de moda”) e seguro pescador. Ficam praticamente excluídos para os trabalhadores mais jovens e mais precários, que ocupam a parcela de empregados que mais cresceu na década petista, o trabalho rotativo.

ANTES
AGORA
SIGNIFICADO
Para receber o Seguro Desemprego, o trabalhador deveria ter uma carência mínima de 6 meses. Isto é, após 6 meses de emprego, com registro em carteira, caso fosse dispensado sem justa causa, o trabalhador receberia o benefício com determinado valor, calculado sobre os últimos salários.
Pelo texto original das MPs, são necessários 18 meses de trabalho, quando o auxílio for pedido pela primeira vez pelo trabalhador, na segunda solicitação o tempo de trabalho necessário é de 12 meses, e na terceira 6 meses (o governo indica um pequeno recuo, reduzindo a carência no primeiro pedido de 18 para 12 meses, mas que ainda manteria o ataque fundamental e retiraria esse direito de metade dos trabalhadores que o receberiam hoje)
Para se ter uma ideia do que significarão na prática estes ataques, em 2013, segundo cálculo do DIEESE, 43,4% da força de trabalho foi mandada embora com menos de um ano de trabalho, ou seja, a intensa rotatividade no trabalho deixaria parcela gigantesca de nossa classe sem o seguro desemprego  (em comparação com as regras anteriores, 63% dos pedidos deixariam de ser atendidos com tempo mínimo de 18 meses; 50% com tempo mínimo de 12 meses)
O auxílio-doença consistia no pagamento de 91% do salário do segurado, observado o teto salarial do INSS. Além disso, a empresa arcava com o pagamento do respectivo valor durante 15 dias. Após este prazo, o valor era custeado pelo INSS, que também era responsável pela perícia Médica
Cabe a empresa custear o auxílio –doença por 30 dias. Porém, a perícia médica não será mais feita pelo INSS, mas caberá à empresa aceitar ou recusar o atestado médico fornecido pelo empregado.
No caso de acidente de trabalho (que no Brasil estão em torno de 750 mil por ano, apenas os registrados em Comunicado de Acidente de Trabalho [CAT]) ou doença por decorrência do trabalho, a avaliação médica fica a cargo da empresa e não mais do INSS. Isso significa que caberá à responsável pelo adoecimento do trabalhador a decisão de afasta-lo do trabalho e indeniza-lo.

Brasil, Pátria Educadora: Cortes também na educação

A presidenta abriu também um novo flanco de ataque: a educação. São mais de 7 bilhões de reais retirados do orçamento da educação (outros tantos da saúde e outros serviços públicos). Resultado disso se percebe além do âmbito federal. O governo estadual fechou salas de aulas e, as que ainda existem, estão agora super lotadas. Na USP não será diferente.

Demissões e Lay-off

O ano de 2015 já começou com a maior onda de demissões na indústria em. O governo é cúmplice, e mesmo as centrais sindicais pelegas defendem, ao invés das demissões, redução de salários e retirada de direitos, fantasiados com o nome de “Programa de Proteção do Emprego”. A greve da Volks de 11 dias reverteu 800 demissões, e aponta um caminho: demitiu, é greve!

Os trabalhadores não pagarão pela crise!
Redução da jornada, SEM redução de salário! Nenhuma demissão!
Não aos “ajustes” do governo Dilma! Barrar as MPs 664 e 665!

Máfia dos transportes é coisa do passado, a luta agora é transporte estatizado... 

A tarifa de R$ 3,50 é um roubo, ainda mais se considerarmos as precárias condições do transporte público, com linhas lotadas e ônibus insuficientes por trajeto. O que deveria ser um direito básico, é perversamente transformado num negócio lucrativo. Esse aumento significa alimentar ainda mais a máfia das empresas dos transportes, que seguindo a ordem capitalista só se preocupam com seu próprio lucro, piorando as condições de vida dos que dependem desse meio de locomoção para sobreviver. O Movimento Nossa Classe defende a estatização dos transportes sem indenização para acabar com o lucro dos empresários.

...na mão do usuário não vai ter corrupção, controle operário contra o lobby do patrão.

Além disso, sob controle dos trabalhadores do transporte e usuários, é possível organizar itinerários, número de ônibus por linha, horários para atender as necessidades da população, e garantir condições dignas de trabalho. Também é possível acabar com o desvio de verbas, o superfaturamento na compra ou reforma de ônibus e trens. Controlando a organização e o destino da verba podemos fazer um plano de obras públicas para ampliação do transporte. Lutar contra o aumento da passagem é parte da luta dos trabalhadores para garantir seus direitos e de toda a população. 

Desde já, devemos nos organizar nas unidades para exigir que a USP, assim como todas as empresas, custeie todo o valor do vale transporte; defender a reintegração dos metroviários que lutavam por seus direitos; contra a ameaça de demissão dos cobradores de ônibus e pela estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores e usuários. Levamos essas bandeiras aos atos. 

Procure um integrante do movimento para saber como participar e apoiar. Acompanhe essa e outras ações no blog.



O Colapso do Abastecimento Hídrico e a necessidade de mobilização popular por uma saída real!

Hoje é certo de que não estamos sob uma crise de falta de água, crise é quase sempre abrupta e temporária, estamos em pleno colapso do abastecimento de água, falência, esgotamento, esfacelamento dos recursos e a culpa não é da população e não é justo que essa seja mais uma conta paga com nosso suor.

Dentre as diversas “soluções” propostas pelos governantes, vemos que nenhuma reverterá o colapso das represas, não dará conta dos impactos ambientais causados pela exploração de todos os recursos naturais pelo capitalismo, não suprirá nossas necessidades, são medidas desesperadas, mal planejadas, com intuito de cobrar de nós a responsabilidade. Em 2013 as empresas que privatizaram a Sabesp tiveram um lucro de R$1,6 bilhão, pagos por nós, e em 2014 tivemos a Copa e eleições onde houve o esforço tremendo do governo aliado às mídias para não falarem sobre a então crise hídrica já prevista há anos.

De toda a água tratada há uma perda de 40% por tubulações defeituosas e sem reparo. A privatização da Sabesp foi justificada principalmente pelo maior investimento de capital em ampliação das redes de distribuição, tratamento e reparos, podemos ver isso claramente, não é? Do que sobra, 70% vai para o agronegócio, quase 20% para as indústrias e nem 8% consumo doméstico. E agora a SABESP fala em um “rodízio drástico”, com 5 dias por semana sem água em nossas casas, para “resolver” o problema.

Nossa água alimenta indústrias que enriquecem cada vez mais e nos exploram na mesma proporção com seus produtos supervalorizados, alimenta também o mercado imobiliário com suas mega construções que consomem muita água e depois geram lucros exorbitantes às construtoras, essas dentre muitas outras coisas consomem muita água, água que nos é essencial para viver, é justo que todas continuem enriquecendo com nosso suor e agora nossa sede? E agora as industrias e comércios anunciam fechamentos em São Paulo, gerando demissões e aumento dos preços!

Por isso temos que lutar pela estatização da Sabesp, sob controle dos seus trabalhadores em aliança com a população, por políticas públicas de modernização dos recursos tecnológicos e diminuição de desperdício dos recursos naturais, que são usados para a obtenção de lucros em detrimento das nossas necessidades. Temos que nos organizar em cada local de trabalho, e também sair às ruas e como fizeram os estudantes e manifestantes em 2013. E como medidas imediatas, exigir o confisco da água das grandes distribuidoras, seus armazéns e revendedores, e distribuição nos bairros pobres; o desabastecimento dos gastos de luxo das elites, como clubes privados, piscinas, fontes, hotéis; a interrupção dos pagamentos de juros aos banqueiros e subsídios aos empresários, destinando essas enormes verbas para obras públicas que garantam novas fontes, e para a efetivação dos trabalhadores terceirizados da SABESP e contratação de mais funcionários, e investimento em infraestrutura, para acabar com os vazamentos e o desperdício; e a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários e sem nenhuma demissão nas empresas que utilizam muita água para a produção.
Chega de alimentar com nosso suor e nossas lágrimas esses parasitas de ternos, chega de nos privar de tudo e pagarmos por todas as contas. Vamos às ruas e à luta pela água, pelos nossos direitos, pela nossa vida e nossa saúde!


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A farsa da “Pátria Educadora”


Luciana Machado e Marcella Campos
Entramos em um cenário nacional de queda na economia. As previsões do FMI para o crescimento do PIB brasileiro, que eram de 1,4%, já foram reduzidas para 0,3%. O governo já anuncia cortes nos gastos públicos e alta do desemprego. E nós sabemos que em cenários como esses são justamente os serviços públicos, como a educação e a saúde, os primeiros a sofrerem com os ditos “ajustes”.
Já com o início de 2015 e do segundo mandato de Dilma, vimos como a educação entra nessa roda. Em seu discurso de posse, Dilma Rousseff anunciou demagogicamente que o lema de seu novo governo será “Brasil, pátria educadora”. Tal discurso veio poucos dias depois de ter nomeado Cid Gomes para o Ministério da Educação, que ficou conhecido pelo escândalo da “farra do Caviar” e por dizer que os professores deveriam trabalhar por amor e não por dinheiro. Uma semana depois, a presidente anunciou corte de R$ 7 bilhões do MEC, além de já ter aprovado o Plano Nacional de Educação (PNE) que dita o repasse de dinheiro público para as instituições de ensino privadas. Deixou claro que não podemos ter qualquer tipo de ilusão de que a educação pública será valorizada... afinal, não é interesse dos “políticos profissionais” da democracia dos ricos investir na educação dos filhos da classe trabalhadora.
Assim como no governo federal, Geraldo Alckmin nos 4 anos de seu governo anterior cortou 55% das verbas de investimento da educação do estado de São Paulo. Em novembro de 2014, cortou verbas destinadas à manutenção e limpeza das escolas, chegando ao cúmulo de deixar algumas escolas sem dinheiro até mesmo para papel higiênico. No orçamento aprovado para educação em 2015, não há qualquer previsão de aumento salarial para os professores do estado. Uma das categorias mais precarizadas e em maior defasagem salarial é a de professores. Em setembro de 2014, um levantamento feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), órgão ligado a ONU, mostrou que de 34 países pesquisados, o Brasil só remunera melhor seus professores do que a Indonésia.
Ao mesmo tempo em que os governos do PT e do PSDB anunciam tais cortes, a Câmara dos Deputados aprovou em dezembro os aumentos salariais dos políticos de alto-escalão de Brasília, incluindo a presidente e seu vice, e a Assembleia Legislativa de SP aprovou o aumento de Alckmin em 4,7%, e de seus secretários em 17,8%.
Não existe qualquer comprometimento dos governos do PT e do PSDB com a educação, mas sobram demagogia e falas bonitas, na tentativa de encobrir suas semelhanças de projeto político para a educação pública. É tanta semelhança que podem até mesmo compartilhar o mesmo secretário. Gabriel Chalita (PMDB), ex-secretário de educação do governo Alckmin e acusado de vários escândalos de corrupção, é novo secretario municipal de educação do prefeito Haddad. Ele que foi o responsável pelo fechamento de diversas escolas, pelo arrocho salarial recorde dos professores, aumento da carga horária e maior contratação de professores em caráter temporário, provando que sua pedagogia nada tem de “amor”.
PT e PSDB estão de braços dados contra a educação pública, pois estão comprometidos com o mesmo projeto de precarizar a educação da classe trabalhadora. É assim nas creches da prefeitura de São Paulo, é assim com o ensino superior privatizado fomentado pelo governo federal e é assim com o governo tucano em São Paulo. Enquanto os “políticos profissionais” votam o aumento dos seus próprios salários, dão mais lucros para os empresários, investem menos na educação pública e sucateiam o ensino para os trabalhadores.
A única maneira de dar uma resposta para a crise da educação criada pelos dois maiores partidos da burguesia, PT e PSDB, é a organização independente dos trabalhadores em aliança com os estudantes, levando a frente uma campanha que desmascare o regime burguês.
Em SP, nos mobilizemos contra um dos maiores ataques já vistos à educação!
As atribuições de aula começaram na semana passada, e já se atestou um fato que professores com mais de 20 anos de magistério nunca viram acontecer.
A política do governo é reduzir ao máximo os gastos com a educação. Como? Já no ano passado, foram anunciadas as demissões de 21 mil professores Os, o corte de verbas pra materiais de limpeza e manutenção, além de, ao longo do ano, se consolidar a terceirização da merenda e da faxina. E agora encontramos nas atribuições a realidade do fechamento de salas em massa (centenas de salas fechadas em várias regiões do estado).
Isso já se reverteu em centenas de professores efetivos adidos, que terão que se desdobrar pra dar aulas em várias escolas, durante manhã, tarde e noite pra completar suas jornadas. Estes encontrarão salas de aula ainda mais lotadas das que já tínhamos (estamos falando aqui de mais de 50, 60 alunos por sala!). Além disso, o governo cortou as licenças e afastamentos, e baixou em lei a redução do número de coordenadores por escola.
Neste cenário, a imensa maioria dos professores Fs e Os (os que ainda têm contratos abertos ou que seriam chamados – ilegalmente – para serem temporários, portanto, ignorando a aprovação no concurso), não terão trabalho. Ou seja, quase 1/4 da categoria demitida!
Uma situação de completa precarização do trabalho dos professores que ficam, com ainda maior sobrecarga de trabalho sem aumento nenhum de salário, e demissão em massa ou queda drástica dos seus salários para os que foram usurpados do direito à efetivação.
Pra nós, trabalhadores da educação pública, está colocada mais do que nunca a necessidade de uma greve sem precedentes! A Apeoesp só evitou até agora a mobilização da categoria, por conta de colocar acima dos interesses dos professores e da qualidade da educação pública, os acordos de cúpula do PT (partido ao qual a majoritária faz parte) com o PSDB. Basta! Somente com a nossa organização pela base, nos aliando aos nossos alunos, aos pais e ao conjunto da classe trabalhadora, poderemos derrotar o governo e seus ataques acumulados em 20 anos de mandato.
Por isso, nós do Professores pela Base – Movimento Nossa Classe chamamos todos a iniciar a nossa mobilização! Chamamos todos a compor conosco um bloco no Dia Nacional de Lutas por emprego e direitos, chamado pelas principais centrais sindicais, no dia 28/01 às 10h no vão do Masp! E também a participarem do Ato de professores, pais e estudantes chamado pela Apeoesp no dia 29/01 às 15h na República! Basta de precarização da educação e do nosso trabalho!!

Chamado aos sindicatos: um plano emergencial para enfrentar a crise da água


1) Os sindicatos estão acostumados a lutar só por salário. Isso deixa os trabalhadores reféns dos políticos para enfrentar problemas como a crise da água. Precisamos colocar os sindicatos a serviço de uma luta unificada da classe trabalhadora em aliança com o povo pobre dos bairros mais atingidos, para retomar lutar por um plano emergencial que não deixe nenhuma família sem água e de uma solução de fundo para essa crise. Precisamos retomar o caminho das manifestações de junho de 2013 para enfrentar essa crise.
2) A água dos grandes supermercados e das empresas privadas de distribuição devem ser confiscada se distribuídas aos bairros pobres, seguindo o exemplo do que fez Fábio Roberto, o “robin hood” que fugiu com caminhão-pipa para ajudar bairro sem água em São Paulo.
3) Confisco de toda água de piscinas, clubes e gastos supérfluos das classes ricas, colocando-a à disposição dos bairros pobres.
4) Redução da jornada de trabalho sem redução dos salários e sem nenhuma demissão nas empresas que utilizam muita água para a produção.
5) Interrupção imediata de todos os recursos que os governos destinam ao pagamento de juros aos banqueiros e subsídios fiscais aos empresários, destinando essas verbas para solucionar a crise de abastecimento de água.
6) Efetivação imediata de todos os terceirizados da Sabesp e contratação demais funcionários para estancar imediatamente o desperdício de 40% da água das encanações.
7) Implementação imediata um plano de obras públicas para providenciar uma rede de poços artesianos nos bairros pobres, despoluir nossos mananciais, construir novos sistemas de abastecimento e tratamento, administrados pelos sindicatos e associações de bairro.
8) Reestatização de todas as empresas de coleta, tratamento e distribuição de água, colocando-as sob a administração dos trabalhadores que as fazem funcionar em aliança com a população de cada região.

SOS/USP para conservarmos nossos direitos e preservarmos o que resta da educação pública de qualidade no ensino infantil: lutando contra o desmonte!

Piquete na creche da USP durante a greve do ano passado

por Carolina Natalia Perrella, Técnica administrativa da Creche/ Pré Escola Saúde

Eu conheci, na primeira Formação de professores e funcionários de apoio da Creche Pré-Escola Saúde, apenas 1 semana depois que entrara para a equipe das creches da USP, há 2 anos, a definição de seu propósito. Naquele momento senti-me orgulhosa por fazer parte de algo maior, que viria a justificar todo o meu esforço de luta para protegê-las do projeto de desmonte da Universidade: "nós, das creches da USP, lutamos pelos direitos da criança à infância e ao seu desenvolvimento como ser social e político, protegendo o seu acesso a uma educação infantil gratuita e de qualidade".

Acredito que a Divisão de Creches da SAS deva ser protegida por todos, de dentro e de fora da USP, pois suas creches são um exemplo a ser seguido pelo Governo do Brasil, dos Estados e pela administração dos municípios. Nesses centros de ensino infantil, como preferimos chamar,  são realizadas diversas pesquisas por estagiários e profissionais de pedagogia vindos de instituições variadas  de ensino superior, servem como local de aprendizagem a estudantes da Faculdade de Educação e de outras unidades de ensino da USP, como Fofito, Faculdade de Enfermagem, Faculdade de Saúde Pública e Faculdade de Medicina. Recebem profissionais da Educação de todo o país, que requisitam visitas e palestras sobre eles e sobre tudo o que os envolvem. As equipes gestoras são bastantes requisitadas pela mídia, para darem entrevistas sobre o que desenvolvemos no cotidiano e sobre a evolução de estudos pedagógicos, promovidos com a participação das crianças.

Desde o ano passado, por exemplo, a Creche Pré Escola Saúde, do quadrilátero da Saúde e do Direito, por ser a creche da USP mais propícia à pesquisas desse porte, por seu tamanho reduzido com relação às demais, vem aplicando, com sucesso, um modelo pedagógico pouco usado no país, que em países como Portugal e Itália é, há vários anos, referência de sucesso no avanço e em contrapartida de modelos mais tradicionais, esse modelo tem como base a interação entre idades, como meio de aprendizagem mútua. Hoje, a Creche Saúde, pode dizer que seu modelo pedagógico é baseado no construtivismo e no sócio-interacionismo.

Por tudo isso, reconhecemo-nos como Instituição de Ensino Infantil, apesar de nosso reitor e até de nosso superintendente, dizerem o contrário por ignorância e/ou conveniência.

Uma voz que pede socorro no meio de tanta falta de educação!

Perante o histórico de lutas que garantiu a construção do direito à Creche para os filhos e tutelados legais de estudantes, funcionários e professores da Universidade de São Paulo, e diante do desmonte escancarado da universidade, convoco a comunidade USP à luta!

A direção da Superintendência de Assistência Social começou o ano de 2015, colocando em prática o 'pacote de maldades' do Magnífico Reitor Zago, usando a adesão ao PIDV como desculpa para o fechamento de restaurantes e para a suspensão do atendimento a novas crianças nas creches. Tal situação coloca em xeque a intenção de acabar com as creches da USP ou, o que é mais provável, torná-las tão descaracterizadas, que seja impossível não concordar que a desvinculação seja o melhor para elas.

Lembrando que o prefeito de São Paulo está sendo obrigado a construir mais creches e a aumentar o número de vagas no ensino infantil da cidade. Não seria bem conveniente a solução que o reitor e o Alckimin pensaram para as nossas creches?

Todos sabemos o ciclo vicioso e anti-ético que as gestões da universidade, o Governo do Estado e o Município de São Paulo entre outros, vêm construindo, com bastante eficiência, na última década: os professores e diretores de instituições de ensino da USP juntaram-se para criar fundações de apoio, que se aproveitaram da infraestrutura da autarquia de ensino até pouco tempo, dentro da própria universidade. Agora, a reitoria vem com esse pacote para desvincular as atividades-meio, para acabar com os postos de trabalho de servidores de nível básico para substituí-los por terceirizados e para diminuir a faixa etária dos técnicos administrativos, ficando com um quadro de custos de pessoal mais enxuto. A desvinculação é feita em parceria com o Estado e com o município de São Paulo ou outro, dependendo do Campus; assim que desvinculada, com contrato precário na garantia dos direitos dos servidores, essas unidades desvinculadas passarão à mãos das OS's ( as próprias fundações, criadas por professores e autorizadas pelo Governo). Não é preciso dizer o que acontece com os servidores...

Para já as creches vão juntar esforços às APEF's, às famílias que foram abruptamente violadas em seu direito imediato às creches e à comunidade USP para garantirmos que as crianças selecionadas no final do ano de 2014 e início de 2015 possam ingressar nesses centros de ensino.

Paralelamente a isso, precisamos garantir que os postos de trabalho que ficaram vagos sejam preenchidos através de concurso público pela USP. Essa é uma luta política, pois vai contra os preceitos do 'pacote de maldades' da gestão do reitor Zago, por isso precisamos do apoio de todos.

Se antes queríamos mais, se queríamos a expansão do direito à creche para os funcionários terceirizados e para a população do entorno dos campus na capital e no interior, aumentando o número de vagas e de creches, não temos porque diminuir essa meta por causa desse ataque, temos que condicionar os militantes e a comunidade USP à luta ( politizando-os e colocando-os à par de sus direitos constitucionais e como celetistas), planejá-la estrategicamente e usarmos todos os recursos que dispusermos para realizar tal objetivo.

A resistência a esse ataque covarde e a resposta à reitoria e às superintendências das atividades-meio começa agora e só poderá terminar quando vencermos e derrubarmos a corja que quer afundar nossa universidade - para vendê-la pelo maior preço - mas essa é só a minha opinião!!!
 
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