segunda-feira, 9 de março de 2015

Termina a greve dos professores do Paraná: acompanhe os depoimentos direto da assembleia



Novamente o Movimento Nossa Classe, através dos companheiros Maíra Viscaya, professora e conselheira da APEOESP em Santo André, Bruno Gilga e Rodolfo de Souza, diretor e conselheiro de base do SINTUSP, respectivamente, esteve na greve dos professores e trabalhadores do Paraná, levando o apoio e a solidariedade do nosso movimento a essa greve histórica, que mostrou o caminho para os trabalhadores de todo o país frente aos ataques dos governos.
Veja abaixo a cobertura do Esquerda Diário:

A greve dos professores do Paraná, uma das mais importantes lutas pela educação no último período, encerrou-se na manhã desta segunda-feira.
Sobre o seu termino, Bruno Gilga e Maíra Viscaya, enviados especiais para a cobertura da greve, informam direto do estádio do caldeirão em Curitiba, onde acaba de acontecer a assembleia dos professores e educadores do Paraná, que:
"Foi apresentada a proposta de acordo do governo Richa frente ao judiciário. O sentimento geral dos trabalhadores é de que grande parte da suas pautas foram atendidas, de que a greve foi muito forte, o sentimento de unidade é muito forte, e de que foi uma vitória o resultado da greve.
Alguns núcleos sindicais defenderam a continuidade da greve.
Principalmente em função da previdência, já que no acordo fica aberto o espaço para que no próximo mês seja apresentada uma nova proposta por parte do governo que ainda pode retirar direitos na previdência.
E por conta da carreira, pois o governo recuou mantendo o modelo da carreira anterior, mas condicionando as progressões à lei da responsabilidade fiscal e à situação econômica [do estado do PR] frente à crise.
Ainda assim a votação foi, em ampla maioria, pela suspensão da greve e pela manutenção de um ’estado de greve permanente".
Veja abaixo entrevistas realizadas pela equipe do EsquerdaDiário no Paraná:
Esquerda Diário - Professor Muller, você poderia nos dizer a sua opinião sobre como foi essa greve dos professores e trabalhadores aqui no Paraná?
Professor Muller - Essa greve foi muito importante porque conseguiu unificar toda a categoria dos professores que até então estavam meio divididos. 
Então, quando o governo atacou os direitos adquiridos durante muito tempo de luta, conseguiu trazer praticamente todos aqueles que eram filiados ao sindicato, os que eram contrários à greve, para esse grande movimento. Então o governador foi o principal responsável por isso também. Mas é claro que a categoria saiu em defesa de garantir a sua dignidade e a sua existência enquanto categoria profissional.
Hoje, após quase um mês de greve, nós conseguimos fazer com que o governo recuasse em quase todos os sentidos. Ele recuou porque não tinha mais apoio e prestígio junto à população do Paraná. Ele perdeu, chegando quase à zero, a sua popularidade.
Então, nós estamos voltando para a greve de cabeça erguida. E como se diz, não dentro de um camburão, como muitos políticos daqui foram enfiados recentemente em uma das ocupações da ALEP [Assembleia Legislativa do Paraná].
Então, a decisão de suspender a greve e fazer com que nós continuássemos em ’estado permanente de greve’ é muito importante. Muito importante porque é um sobreaviso para o governo de que, apesar de ter feito o acordo junto da justiça, ainda nós não confiamos plenamente nesses políticos deles".
*
Esquerda Diário - Professor Rafaele, você poderia nos dizer a sua opinião sobre como foi essa greve dos professores e trabalhadores aqui no Paraná?
Professora Rafaele: Meu nome é Rafaele, professora de artes da região do núcleo sindical metro norte. 
O que eu acredito deste resultado final? Infelizmente não conseguimos manter a greve. Vimos que enquanto base saímos bastante fortalecidos. Temos agora que ajustar e fortalecer cada vez mais esse movimento de base. Temos que estar em alerta constantemente com este governo.
Mas saímos fortalecidos, com a certeza de que há necessidade de investir em uma politização maior da base, porque sabemos ainda desta precariedade dentro da nossa categoria e acredito que a partir de agora é fortalecer novamente, e cada vez mais estes movimentos.
Unir as nossas forças para que a gente consiga trazer para essa moçada, que ainda vem aqui só para levantar crachá, que nós temos realmente força para resistir a essa luta. E fazer que essas pessoas que ainda estão em cima do muro saiam e se coloquem conscientes dos nossos direitos e nossos deveres.
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Esquerda Diário - Professor Silvestre, você poderia nos dizer a sua opinião sobre como foi essa greve dos professores e trabalhadores aqui no Paraná?
Professor Silvestre Dias - Meu nome é Silvestre Dias, sou professor de Geografia do Colégio Estadual Getúlio Vargas, do núcleo Curitiba Norte. Estava acompanhando agora a greve e sou totalmente favorável à suspensão da greve, uma vez que é um recuo tático.
Nós estamos neste momento mostrando para o governo que estamos dispostos a negociar. Porém, a partir do momento que o governo mostrar sinais de fraqueza nesse acordo, nós voltaremos com toda força novamente neste movimento de greve.


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