quinta-feira, 5 de março de 2015

Declaração Nacional do Movimento Nossa Classe sobre o 6 de março chamado pela CSP-Conlutas



Não marchamos nos dias 13 e 15 de março, nem com a direita, nem em defesa do governo! Por uma alternativa dos trabalhadores, independente de ambos! Pela construção de um dia nacional de paralisações!

Por todo o país estão sendo organizados atos pelo impeachment de Dilma para o próximo dia 15. A CUT e movimentos sociais, em resposta a essa convocatória, está chamando manifestações para o dia 13 em defesa da Petrobrás, dos direitos e pela reforma política. Onde devem estar os trabalhadores e os setores populares? Na luta por seus direitos e pelo emprego, nem no dia 13 e nem no dia 15. Vejamos.

Muitos trabalhadores e amplos setores populares votaram em Dilma a partir do discurso eleitoral de defesa dos direitos trabalhistas e sociais, a esperança não era avançar, mas manter os direitos. Não foi o que aconteceu, Dilma e o PT atacaram os direitos trabalhistas e previdenciários com as MP’s 664 e 665.

E não para por aí, cortes e ajustes por todos os lados, só na educação o corte é de 7 bilhões, justamente no governo da “pátria educadora”. E a promessa do governo é apenas uma: é preciso ajustar mais.

Mas e o PSDB? Em São Paulo está cortando verbas de todos os setores, fechando salas de aula, aumentando tarifas. No Paraná, está atacando a aposentadoria dos servidores públicos, atrasando salário dos professores, aumentando impostos. Ameaça com o impeachment de Dilma aproveitando o descontentamento social, para aplicar as mesmas medidas de ajustes e de cortes de direitos. Junto com eles estão os que defendem um golpe militar!

Sem contar o PMDB, que na vice presidência, na presidência da Câmara e do Senado, estão na base aliada do PT, mas de mãos livres para transitar para a oposição caso a crise se aprofunde e o descontentamento social aumente. O PMDB é sempre governo, mesmo que necessário for derrubar o governo aliado de hoje para ser governo da oposição amanhã.

Em resumo tanto governo quanto oposição apontam a saída da recessão e da crise atacando os trabalhadores para defenderem seus interesses e seus lucros empresariais. Isso é o que representam os atos do dia 13 e do dia 15 de março. Nós trabalhadores, não temos qualquer representação nos interesses levantados nestas manifestações.

Qual o nosso lugar? Na greve do Paraná!

Devemos sim lutar contra esse governo, mas a direita também quer impor a retirada de direitos, as demissões, a piora nas nossas condições de vida e a corrupção. Somente a organização dos trabalhadores, com independência de classe, pode construir uma alternativa contra tudo isso!

Os professores e professoras do Paraná tem se mostrado um grande exemplo para os trabalhadores de todo o país ao enfrentar os ataques do governo de Beto Richa do PSDB. Com greve massiva nos locais de trabalho, manifestações grandiosas e acampamento permanente em frente ao palácio do governo, esta luta tem construído o lugar dos trabalhadores nesta polarização nacional: na greve, na luta por seus direitos.

Mas se a CUT e outras centrais sindicais estão chamando manifestações em defesa dos direitos dos trabalhadores, por que não estão chamando os trabalhadores a fazerem como no Paraná? A CUT não pode chamar sequer a nacionalização da luta do Paraná em defesa da educação, pois a situação poderia sair do seu completo controle e atingiria o seu governo, de Dilma e do PT. Vencer Beto Richa colocaria uma derrota ao PSDB, mas nacionalizar a luta colocaria uma derrota à Dilma, e a CUT não quer isso.

Organizar os trabalhadores contra os ajustes e pela defesa do emprego

É tempo de organizar uma luta nacional contra os ajustes, em defesa do emprego e pelas demandas populares – água, energia, educação, saúde e transportes. A CSP-Conlutas está chamando um dia nacional de lutas para esta sexta-feira, 6 de março, se unificando com o dia de luta que as entidades sindicais das universidades federais estão convocando. Estaremos marchando juntos neste dia 6 de março, por uma saída dos trabalhadores e não do governo e da oposição de direita. Em São Paulo, participaremos junto aos trabalhadores da USP do ato convocado pelo SINTUSP.

Mas é apenas um primeiro passo, é insuficiente e precisamos ir além. Desde o Movimento Nossa Classe acreditamos na necessidade de construir imediatamente encontro e assembleias nacionais e regionais de trabalhadores, com independência de classe e dos governos, para nacionalizar o exemplo da greve do Paraná, construir uma grande paralisação nacional, com greves por setores e que sirva para construir uma greve geral no país contra os ajustes dos governos federal e estaduais, em defesa do emprego e por nossas demandas. Como está no chamado da CSP-Conlutas para o dia 6

“A CSP-Conlutas defende que é hora de começar a preparar uma grande greve geral no país com as diversas centrais sindicais e entidades que representam os trabalhadores, os movimentos populares, os que lutam contra as opressões e a juventude. É preciso juntar a todos! É importante construir essa luta em torno de uma plataforma unificada contra o ajuste fiscal e as reformas dos governos federal, estaduais e municipais. Isso se traduz na luta pela revogação das MPs 664 e 665, pelo arquivamento do PL 4330 das terceirizações, pelo fim das demissões e pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, em defesa da Petrobrás 100% Estatal e a exigência de punição, confisco dos bens e prisão de todos os corruptos e corruptores, desde o governo FHC, contra os cortes no orçamento das verbas destinadas às áreas sociais e pela suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros.”


Defendemos estas pautas na construção de uma luta nacional dos trabalhadores.

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