segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

SOS/USP para conservarmos nossos direitos e preservarmos o que resta da educação pública de qualidade no ensino infantil: lutando contra o desmonte!

Piquete na creche da USP durante a greve do ano passado

por Carolina Natalia Perrella, Técnica administrativa da Creche/ Pré Escola Saúde

Eu conheci, na primeira Formação de professores e funcionários de apoio da Creche Pré-Escola Saúde, apenas 1 semana depois que entrara para a equipe das creches da USP, há 2 anos, a definição de seu propósito. Naquele momento senti-me orgulhosa por fazer parte de algo maior, que viria a justificar todo o meu esforço de luta para protegê-las do projeto de desmonte da Universidade: "nós, das creches da USP, lutamos pelos direitos da criança à infância e ao seu desenvolvimento como ser social e político, protegendo o seu acesso a uma educação infantil gratuita e de qualidade".

Acredito que a Divisão de Creches da SAS deva ser protegida por todos, de dentro e de fora da USP, pois suas creches são um exemplo a ser seguido pelo Governo do Brasil, dos Estados e pela administração dos municípios. Nesses centros de ensino infantil, como preferimos chamar,  são realizadas diversas pesquisas por estagiários e profissionais de pedagogia vindos de instituições variadas  de ensino superior, servem como local de aprendizagem a estudantes da Faculdade de Educação e de outras unidades de ensino da USP, como Fofito, Faculdade de Enfermagem, Faculdade de Saúde Pública e Faculdade de Medicina. Recebem profissionais da Educação de todo o país, que requisitam visitas e palestras sobre eles e sobre tudo o que os envolvem. As equipes gestoras são bastantes requisitadas pela mídia, para darem entrevistas sobre o que desenvolvemos no cotidiano e sobre a evolução de estudos pedagógicos, promovidos com a participação das crianças.

Desde o ano passado, por exemplo, a Creche Pré Escola Saúde, do quadrilátero da Saúde e do Direito, por ser a creche da USP mais propícia à pesquisas desse porte, por seu tamanho reduzido com relação às demais, vem aplicando, com sucesso, um modelo pedagógico pouco usado no país, que em países como Portugal e Itália é, há vários anos, referência de sucesso no avanço e em contrapartida de modelos mais tradicionais, esse modelo tem como base a interação entre idades, como meio de aprendizagem mútua. Hoje, a Creche Saúde, pode dizer que seu modelo pedagógico é baseado no construtivismo e no sócio-interacionismo.

Por tudo isso, reconhecemo-nos como Instituição de Ensino Infantil, apesar de nosso reitor e até de nosso superintendente, dizerem o contrário por ignorância e/ou conveniência.

Uma voz que pede socorro no meio de tanta falta de educação!

Perante o histórico de lutas que garantiu a construção do direito à Creche para os filhos e tutelados legais de estudantes, funcionários e professores da Universidade de São Paulo, e diante do desmonte escancarado da universidade, convoco a comunidade USP à luta!

A direção da Superintendência de Assistência Social começou o ano de 2015, colocando em prática o 'pacote de maldades' do Magnífico Reitor Zago, usando a adesão ao PIDV como desculpa para o fechamento de restaurantes e para a suspensão do atendimento a novas crianças nas creches. Tal situação coloca em xeque a intenção de acabar com as creches da USP ou, o que é mais provável, torná-las tão descaracterizadas, que seja impossível não concordar que a desvinculação seja o melhor para elas.

Lembrando que o prefeito de São Paulo está sendo obrigado a construir mais creches e a aumentar o número de vagas no ensino infantil da cidade. Não seria bem conveniente a solução que o reitor e o Alckimin pensaram para as nossas creches?

Todos sabemos o ciclo vicioso e anti-ético que as gestões da universidade, o Governo do Estado e o Município de São Paulo entre outros, vêm construindo, com bastante eficiência, na última década: os professores e diretores de instituições de ensino da USP juntaram-se para criar fundações de apoio, que se aproveitaram da infraestrutura da autarquia de ensino até pouco tempo, dentro da própria universidade. Agora, a reitoria vem com esse pacote para desvincular as atividades-meio, para acabar com os postos de trabalho de servidores de nível básico para substituí-los por terceirizados e para diminuir a faixa etária dos técnicos administrativos, ficando com um quadro de custos de pessoal mais enxuto. A desvinculação é feita em parceria com o Estado e com o município de São Paulo ou outro, dependendo do Campus; assim que desvinculada, com contrato precário na garantia dos direitos dos servidores, essas unidades desvinculadas passarão à mãos das OS's ( as próprias fundações, criadas por professores e autorizadas pelo Governo). Não é preciso dizer o que acontece com os servidores...

Para já as creches vão juntar esforços às APEF's, às famílias que foram abruptamente violadas em seu direito imediato às creches e à comunidade USP para garantirmos que as crianças selecionadas no final do ano de 2014 e início de 2015 possam ingressar nesses centros de ensino.

Paralelamente a isso, precisamos garantir que os postos de trabalho que ficaram vagos sejam preenchidos através de concurso público pela USP. Essa é uma luta política, pois vai contra os preceitos do 'pacote de maldades' da gestão do reitor Zago, por isso precisamos do apoio de todos.

Se antes queríamos mais, se queríamos a expansão do direito à creche para os funcionários terceirizados e para a população do entorno dos campus na capital e no interior, aumentando o número de vagas e de creches, não temos porque diminuir essa meta por causa desse ataque, temos que condicionar os militantes e a comunidade USP à luta ( politizando-os e colocando-os à par de sus direitos constitucionais e como celetistas), planejá-la estrategicamente e usarmos todos os recursos que dispusermos para realizar tal objetivo.

A resistência a esse ataque covarde e a resposta à reitoria e às superintendências das atividades-meio começa agora e só poderá terminar quando vencermos e derrubarmos a corja que quer afundar nossa universidade - para vendê-la pelo maior preço - mas essa é só a minha opinião!!!

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