sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Entrevista com Fábio Roberto, o motorista que levou um caminhão-pipa ao bairro Jardim Novo Pantanal

O site Palavra Operária entrevistou por telefone o motorista Fábio Roberto Santos que estampou manchetes de vários jornais esta semana por ter “fugido” do trabalho para levar um caminhão-pipa para o bairro Jardim Novo Pantanal, na Zona Sul de São Paulo, que estava há 4 dias sem água.


Palavra Operária: Fábio, vimos em todos os jornais a repercussão de sua atitude . O que te motivou?
A falta de água já durava 4 dias. Na minha casa eu poderia simplesmente pegar galões e encher pra minha família no porta malas do carro. Mas a ideia era justamente pra dar água pra mais algumas pessoas. Sempre tem muita criança na rua e participamos bastante da vida delas. O que me motivou foi isso e então decidi trazer o caminhão e acabou aparecendo muita gente. Moro neste bairro há 20 anos. Sempre que fica quente falta água, mas é uma questão de 12 horas, não passa disso. Nos últimos meses até demorou pra faltar água aqui, mas na sexta-feira começou a faltar água. Domingo foi dia das crianças e fizemos uma brincadeira, temos um amigo que banca do próprio bolso vários brinquedos, é um dia muito movimentado. Esperávamos que voltasse a água no domingo à noite, mas não voltou, e depois na segunda-feira nada. Voltei do trabalho na segunda à noite e nada de água. A situação estava bem difícil. As pessoas comprando água de galão sem ter dinheiro, tirando dinheiro de outras despesas pra poder comprar água. Falei pra minha mãe: “se ate amanha não voltar, vou dar jeito de trazer água”.
Palavra Operária: E como aconteceu tudo?
Não avisei muita gente, comentei com dois vizinhos. Na manhã da terça quando eu cheguei pra trabalhar eu acelerei procedimentos de trabalho e fui até a estação de bombeamento. Enchi um caminhão, não avisei a empresa e toquei o caminhão pra comunidade. Cheguei, acenei e confirmei que era água, antes de estacionar já tinha 15 pessoas, quando terminei a manobra pra poder abrir a vazão da água já tinha 50 pessoas. Organizamos uma fila pra organizar todos e distribuímos, durou mais de 3 horas essa distribuição. 800 pessoas levaram água pra casa. Fiquei mais de três horas fora da empresa e voltei pra estação de bombeamento para repor a água, pagando do meu bolso o que eu havia levado pra comunidade. Quando cheguei na empresa contei a verdade e mostrei as notas do pagamento que eu fiz. Se eu avisasse a empresa antes o mais provável era que não deixassem. E mesmo que deixassem o mais provável era que me liberassem em outro dia e em outra hora, mas as pessoas precisavam da água imediatamente, não dava pra esperar.
Palavra Operária: Você acha que os trabalhadores podem se organizar, como você fez, para enfrentar a crise da água em São Paulo?
Sem dúvida, todos nós somos trabalhadores e também a sociedade tem muita coisa pra fazer. Acho que organizar no sentido de consumir água da maneira racional. Orientar as empresas onde a gente trabalha economizando água, no bairro que a gente mora, reciclar lixo. As pessoas não fazem relação da crise da água com a reciclagem do lixo, mas tem muito a ver. A crise tá muito feia e organizando com certeza não vai resolver o problema de uma vez, mas no mínimo vai dar uma aliviada na crise da água.
Palavra Operária: Muita gente tem falado que o problema da água são as chuvas, mas sabemos que a sede de lucro dos empresários também é grande. Você acha que seria possível tornar a Sabesp e todas empresas de água como estatais, e que sejam controladas pelos trabalhadores e usuários?
Às vezes tenho pé atrás com estatizar principalmente por causa do governo, mas em particular a Sabesp que é um serviço básico eu acredito que ela deveria ser uma empresa estatal. Obter lucro na bolsa de Nova Iorque pelo consumo de água em São Paulo está totalmente fora do contexto. O valor cobrado tem que ser pra manter o serviço mínimo, pra poder existir. Soube que o sistema Cantareira é o mais utilizado porque é o que tem a água mais limpa, e portanto é o que precisa de menos recursos e que, ao mesmo tempo, é o que gera mais lucros. Foi isso que me fez mudar de ideia e achar que a Sabesp teria que ser estatizada, não pode dar lucro, e os trabalhadores tem que fiscalizar tudo.
Palavra Operária: Você também relatou para a imprensa que teve uma forte depressão e após ler grandes pensadores “conheceu o sofrimento do mundo”. Qual recado você gostaria de dar para trabalhadores de todo o país e do mundo?
O recado que eu dou é que acima de tudo a gente tem que ter muita fé – independente da crença de cada um - e um país forte só se dá através da mão dos trabalhadores. Eu mesmo só pude me reerguer tendo bastante fé, acreditando que eu conseguiria me levantar, fazer o bem, melhorar o ambiente onde eu trabalho. Um trabalho com qualidade que você possa ter tempo pra sua família é muito importante, não podemos ser escravos do trabalho.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Trabalhadores da USP em apoio à luta dos metroviários

Os trabalhadores da USP, que passaram recentemente por uma greve de 116 dias,  nos ensinaram como vencer e deram exemplo de solidariedade entre a classe trabalhadora, algo fundamental se quisermos vencer o mesmo inimigo: a burguesia, representada e respaldada por governos de partidos como PSDB e PT e pela Justiça que garantem seus interesses de classe. Dentre as diversas lutas que apoiaram, estiveram ao lado dos metroviários desde o início da luta destes trabalhadores, que paralisaram por 5 dias o Metrô de São Paulo. O SINTUSP, um sindicato combativo e classista que levou até o final o "Não tem arrego", principal palavra de ordem dos garis do RJ, e o Movimento Nossa Classe, desde cada categoria onde está presente como nos trabalhadores da USP, estão sendo parte fundamental em levar adiante a campanha de solidariedade com a luta dos metroviários de São Paulo, pela reintegração de todos os companheiros demitidos.

Uma forma de solidariedade entre trabalhadores, ainda que aparentemente simples, é o envio de fotos de trabalhadores em seus locais de trabalho, assembleias e atos com faixas de apoio a paralisações e greves de outras categorias. Reunimos aqui as fotos de apoio dos trabalhadores da USP.

No dia em que a greve dos metroviários foi decretada, os trabalhadores da USP tiraram uma foto em sua assembleia em apoio aos metroviários.



Quando um grupo de metroviários foi detido pela PM no piquete do dia 9 de junho em Ana Rosa, os trabalhadores da USP realizaram um ato depois da assembleia exigindo a libertação de todos os detidos.




E nas unidades paralisadas os trabalhadores também tiraram fotos de apoio.




No dia 10 de junho, quando saiu a lista dos 42 demitidos, os trabalhadores da USP junto com as universidades estaduais paulistas fizeram um ato unificado também por "Não às demissões dos metroviários".




Nesse dia, trabalhadores e estudantes - importantes aliados dos trabalhadores em suas lutas - terminaram o ato dentro do metro Butantã.




Após o final da greve dos metroviários, com a confirmação das 42 demissões, no ato unificado das três estaduais paulistas que ocorreu na Praça da Sé, os trabalhadores da USP levantaram também, ao lado das suas reivindicações, a reintegração dos 42 companheiros demitidos.



Quando os 10 primeiros metroviários foram reintegrados, o comando de greve dos trabalhadores da USP tirou uma foto em solidariedade.




Agora, após o final de sua greve e quando a justiça burguesa quer fazer retroceder a decisão já tomada de reintegração dos metroviários, o movimento nossa classe em  várias unidades da USP deixam sua solidariedade e força para a luta pela reintegração dos metroviários.










Essas atitudes renovam o ânimo dos trabalhadores durante os momentos mais tensos de suas mobilizações e quando a burguesia, por meio do Estado e de suas leis que favorecem os ricos, aplica suas punições aos grevistas. Demonstram que, apesar de o governo e os patrões se unir para nos atacar e ter ao seu lado os mais diversos instrumentos, a unidade da classe trabalhadora é muitas vezes mais forte, e por esse motivo tentam nos desunir, criando distinções, estimulando intrigas e corporativismo e estabelecendo "scripts", que as burocracias sindicais de bom grado costumam seguir, para as campanhas salariais

A única maneira de vencer os patrões e a burguesia é através da unidade entre os trabalhadores, cujo exemplo das fotos em  apoio é apenas um elemento. Logo após a reeleição de Alckmin já tivemos um recado muito claro por parte da Justiça sobre de que lado ela está: os primeiros 10 metroviários readmitidos por essa mesma Justiça foram "redemitidos". Não devemos confiar que a Justiça, que representa o governo e os patrões, vai readmitir definitivamente os 42 metroviários. Somente confiando em seus próprios métodos e numa mobilização em cada local de trabalho é que os trabalhadores podem alcançar vitórias, tanto para sua própria categoria quanto para o conjunto dos trabalhadores, o proletariado.

Pela unidade entre os trabalhadores! Que as correntes políticas que compõem o Sindicato dos Metroviários, como o PSOL e o PSTU, que também fazem parte da diretoria de diversos outros sindicatos por todo o país, façam uso desse mesmo método visto nos trabalhadores da USP, mobilizando os trabalhadores em apoio aos metroviários, com campanhas nos sindicatos em que estão presentes!

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Professores e estudantes em defesa da água e da saúde dos trabalhadores



Na manhã dessa quinta, dia 26, ocorreu um ato no Terminal Ouro Verde em defesa da água em Campinas. Organizado pelo Movimento Professores Pela Base e contando com o apoio e participação do Centro Acadêmico de Ciências Humanas(CACH) da Unicamp, professores da região e estudantes desmentiram as afirmações da prefeitura e governo de que não vem faltando água em Campinas.

Chico Nery, professor de Biologia da rede pública no DIC, denunciou  “a péssima qualidade da água retirada do volume morto, que por sua alta concentração de produtos químicos durante o tratamento, adoece as crianças e idosos”. Em tom de brincadeira, perguntou: “alguém acredita que Jonas, Alckmin, Aécio e Dilma bebem volume morto? Estão é tomando água mineral”. Em diálogo com a população, os manifestantes esclareceram que a atual crise hídrica é fruto de décadas de desmatamento e destruição de mata ciliar, causadas pelas empresas, construtoras e o agronegócio, e não responsabilidade dos trabalhadores em suas residências nos bairros mais pobres, como tenta transparecer a SANASA e prefeitura com suas multas contra a população.
Na conversa com a população durante a entrega dos panfletos, ficava explícita a indignação com a atual situação e o apoio recebido nas filas de ônibus. Danilo Magrão, professor de Sociologia na escola estadual Maria Julieta de Godoi, disse que “é preciso lutar por uma SABESP e SANASA sob controle e gestão dos trabalhadores e da população, já que desde o escândalo da SANASA em que Dr.Hélio e sua máfia roubaram milhões de Campinas, e agora com a falta total de planejamento que gerou a atual crise, fica claro que somente os trabalhadores e o povo pobre podem dar uma saída para a crise hídrica em São Paulo. Tentam botar a crise em São Pedro, e o coitado não pode nem se defender pra dizer que o que estamos vivendo tem a ver com incompetência de gestão, e não somente com falta de chuvas”.

 Tatiane Lima, estudante da Unicamp e coordenadora do CACH, afirmou que “hoje quase 1/3 da água
tratada é perdido no sistema pela péssima manutenção, com vazamentos em canos antigos e goteiras por toda a cidade. Essa água perdida solucionaria todo o sufoco que os bairros mais pobres tiveram nos últimos dias. Acreditamos que se essa empresa fosse gerida pelos seus próprios funcionários, em conjunto com associações de bairro e sindicatos, nem a população e nem o meio ambiente estariam sofrendo como hoje”.  

Ao encerramento do ato, os professores e estudantes ali presentes afirmaram que irão seguir com debates e manifestações nos próximos dias, já que não aceitarão a água de péssima qualidade que está sendo distribuída, e convidaram a população para estar presente em um ato em frente a SANASA na próxima terça-feira, em horário a ser divulgado nas redes sociais.
Veja o panfleto trabalhado no ato



quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Carta e cimento: receita de solidariedade






por B, carteiro de SP

                Zaza, carteiro experiente, a anos entrega carta no mesmo distrito. Tal distrito é um bairro operário, situado na periferia da grande São Paulo. Todos os dias Zaza passa pela rua Z, onde mora Seu Francisco (deficiente físico) no numero 80.  Comumente se cumprimentam, conversam sobre o clima, Seu Francisco pergunta se tem alguma carta para o numero 80 ou para o 84 (seu vizinho, no qual repassa as cartas) e logo em seguida zaza as entrega. A cena que se segue a essa é a do morador do numero 80 subindo de quatro as escadas de sua casa, pois estas são muito íngremes, além da distancia do ultimo degrau à porta que é enorme.
                A angulação da escada e a distancia do ultimo degrau à porta não é o único motivo que faz seu Francisco subir as escadas de quatro. O principal motivo vem da sua deficiência física fruto dos problemas de saúde que adquiriu nos longos anos de trabalho na indústria de sapatos mexendo com látex, como problemas circulatórios e epilepsia grave. Tais enfermidades fazem com que sua perna esquerda não tenha força para funcionar como apoio, o que forçou Seu Francisco se aposentar previamente. Angustiado com a situação que via diariamente, Zaza resolveu usar seus 15 anos de experiência na construção civil para ajudar. Montou um projeto para arrumar a escada, fez o orçamento e chamou seus camaradas carteiros  para ajudar na empreitada, que logo toparam.
         
  
     Esses camaradas carteiros, que muitas vezes passam mais tempo juntos no trabalho do que com a família, juntamente com zaza, passaram os últimos meses se reunindo para discutir como a divisão que existe entre os carteiros é prejudicial para eles próprios, e que tinham que ser mais solidários entre si. Foram mais além e chegaram a conclusão que a divisão não é só entre carteiros, mas entre toda a classe trabalhadora e que portanto é necessário ser solidário com toda a classe. Ajudar Seu Francisco nada mais seria do que exercer essa solidariedade de classe.
                
Fizeram a vaquinha entre si para juntar o dinheiro necessário, compraram o material que iriam utilizar, compraram carne para fazer churrasco na obra (um pouco de lazer não faz mal a ninguém) e colocaram a mão na massa. Foram dois sábados carregando entulho, tijolo,bloco, lage e mexendo concreto. É importante ressaltar que o trabalho de carteiro é fisicamente muito cansativo, portanto o fim de semana é o tempo de descanso físico do carteiro. Dois sábados mexendo em obra significa dois sábados de cansaço acumulado. 

                Ao final da obra Seu Francisco e sua famíla não sabia como agradecer o que tinham feito por ele. A ação foi comentada por toda a vizinhança da rua. Zaza e seus camaradas mostraram que não são indiferentes nem a  Seu Francisco nem a população na qual entregam carta. Merecem aplausos pelo que fizeram pois, nessa pequena ação, de uma forma natural e espontânea, deram um grande exemplo de Solidariedade de Classe e de como os Trabalhadores podem nas coisas mínimas resolver os problemas do povo pobre e oprimido.
                


O autor desse texto tem muito orgulho de hoje poder afirmar que esses carteiros hoje fazem parte do Movimento Nossa Classe, e trazem consigo toda sua moral classista colocando-a a serviço da luta de classes. 







terça-feira, 21 de outubro de 2014

Correios-SP: o que aprendemos com a traição da FINDECT?



B, carteiro de São Paulo
  A categoria de correios acaba de passar por mais uma campanha salarial, onde novamente foi traída pelos sindicatos da FINDECT, (federação que possui os dois sindicatos com maior base do pais - SP e RJ e que é fruto de uma ruptura criminosa, feita por sua direção, com a FENTECT) e assinaram um acordo sem o concentimento da categoria. Como isso aconteceu? O que podemos aprender disso?
     Vejamos em SP. Os burocratas do SINTECT-SP (ligados ao PCdoB/CTB, base do governo) se prepararam de antemão para trair. Anteciparam as eleições sindicais que aconteceriam no início deu 2015 para alguns meses antes da campanha salarial, pois assim, independente do que fizessem, teriam três anos para correr atrás do prejuízo até as próximas eleições sindicais.   
     Prepararam o terreno pois sabiam que as ondas de protestos e greves que abalaram o pais no último período também afetariam os ecetistas, e neste ponto acertaram. A expressão disso foi que a ultima assembleia realizada estava cheia como não se via em anos. A base estava com muita disposição de greve. Mesmo com o presidente do sindicato defendendo um acordo de R$200,00 de bonificação por fora do salário a depender do lucro da empresa, a categoria votou por ampla maioria pela greve. 
       A diretoria do sindicato se prontificou para manobrar a assembleia e comunicar que a ganhou a proposta de assinar o acordo. Fizeram o que fizeram porque, sendo base do governo, com tal disposição da categoria, não poderiam deixar estourar uma greve e gerar um desgaste ao governo Dilma em vésperas de uma eleição bem apertada como essa. Afundando a greve de SP (onde o sindicato possui a maior base), se afunda a greve nacional.A resposta da base, resultado de sua indignação, foi partir para cima e surrar os diretores do SINTECT-SP.
        No dia seguinte, na assembleia do Rio de Janeiro, onde o Sindicato e dirigido pelos mesmos burocratas do PCdoB, a base conseguiu pressionar para que a greve fosse decretada. A greve durou dois dias antes que os diretores do sindicato fizessem o mesmo que em SP. Novamente a resposta da categoria foi partir pra cima.
         Neste processo, a oposição do PSTU em São Paulo se limitou a aparecer no momento das eleições sindicais e fazer a fala de defesa da greve. Não fizeram nada para, assim como os garis do Rio, atropelar o sindicato traidor e nem tinham se preparado para isso.  No Rio ficaram atrás dos seguranças junto com os burocratas ao invés de junto com a categoria. O PCO em SPser limitou a panfletar na porta da assembleia, também sem nenhuma atitude seria para fazer como os garis.
        Com isso, devemos tirar algumas conclusões:
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1)Que o reajuste salarial real este ano foi de 0%, diferente do que dizem os burocratas da FINDECT. Bonificação não e reajuste salarial.
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2)Que não é a categoria que é pelega. Esta estava com muita disposição de greve. Pelegos são os diretores dos sindicatos da FINDECT. Estão no sindicato apenas para frear a luta dos trabalhadores. São governistas vendidos. Nenhuma gota de confiança deve ser depositada neles.
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3)Que as oposicoes (tanto PCO - FENTECT - quanto PSTU) não serviram para enfrentar realmente a burocracia sindical. Não se prepararam nem se pretenderam fazer isso.
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4)Que partir para cima dos burocratas não é suficiente.Os ataques da empresa e do governo, independente de qual for (seja Marina, Dilma ou Aecio),principalmente com crise econômica chegando, continuaram vindo. É necessario uma organização na base, em cada CDD, CTC, CEE e agencia, capaz defazer como os Garis do Rio de Janeiro que passaram por cima do sindicato ou retormar o sindicato para fazer como os trabalhadores da USP, que com um sindicato combativo de base atravessaram 4 meses de greve, inclusive pela copa, até conseguir ganhar.
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            Chamo a todos para conhecer o Movimento Nossa Classe, um movimento que surgiu em um encontro de mais de 200 trabalhadores de distintas categorias de trabalhadores (bancários, metaurgicos, professores, etc) para tirar as lições da greve dos Garis do Rio de Janeiro. Aplicamos essas lições na greve da USP a partir do seu sindicato (SINTUSP) e fomos vitoriosos. 
Nossa intenção é organizar mais trabalhadores em cada local de trabalho para lutar contra os ataques dos patrões e governos, tirar os burocratas vendidos dos sindicatos e ajudar ativamente nas lutas dos trabalhadores, independente da categoria que façam parte, formando assim um movimento da nossa classe, a classe trabalhadora.

domingo, 19 de outubro de 2014

Boletim Nossa Classe Metalúrgicos Campinas #4




PT questionado entre os operários...
Dilma e o PT perderam pela primeira vez nas mais importantes cidades de maior concentração industrial do país neste primeiro turno. São Bernardo, Santo André, Mauá, Campinas, Sumaré, Indaiatuba, Contagem/MG entre várias outras cidades o PT perdeu. Isso mostra que os operários não enxergam mais no PT o seu partido. Já não engolimos mais esse papo de que o PT governa para os trabalhadores. É hora de construir uma alternativa nossa, dos operários, dos trabalhadores, dos peões! Ao invés de fortalecer o bolso do patrão, como todos os governos fizeram, temos que fortalecer nossa luta contra o patrão! Precisamos de um partido de trabalhadores sem patrão, de sindicatos sem burocratas!

...e com o PSDB nem pinga água na torneira
Alckmin e o PSDB estão deixando São Paulo e nossa cidade sem água. Em Campinas cerca de 50% da população já sofre com a falta de água, na região do Ouro Verde, no Campo Grande e em diversos bairros da cidade. O pessoal da Vila Formosa já organizou protesto contra essa irresponsabilidade do governo de não planejar o uso dos recursos hídricos de que dispomos. Pergunta pro seu patrão se na torneira dele falta água. Só falta água em torneira de peão. Chega desse governo que acaba com nossos direitos e mesmo o direito mínimo à sobrevivência como a água. Precisamos nos organizar no bairro, no trabalho, toda a comunidade contra o descaso desse governo e exigir uma resolução imediata contra a crise de abastecimento.

Denúncia de assédio moral aqui na região!

Recebemos uma denúncia anônima de um trabalhador de uma empresa da região, dizendo que os salários estão atrasando nos últimos meses e que a empresa está ameaçando e ofendendo os trabalhadores. Segundo a denúncia, a patronal chamou uma reunião para ameaçar caso o sindicato aparecesse na firma. O Sindicato não pode aceitar nenhuma ameaça e nenhum assédio moral. Se a empresa vier pra cima, nós do Movimento Nossa Classe Campinas vamos apoiar a luta de vocês, estaremos ombro a ombro com vocês, reuniremos todas as nossas forças daqui de Campinas e não aceitaremos nenhuma chantagem ou ameaça. Se a empresa diz que não tem dinheiro, então mostre todas as suas contas pra gente ver pra onde está indo toda a nossa produção. Tamo junto contra essa patronal!


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Trabalhadores da USP fazem grande campanha pela reintegração dos metroviários!

É preciso retomar com toda a força a campanha pela reintegração de todos os metroviários demitidos por lutar. Desde a USP estamos impulsionando esta campanha, é preciso fortalecê-la entre os próprios metroviários e transformar em uma luta nacional dos trabalhadores.








terça-feira, 14 de outubro de 2014

Boletim Nossa Classe USP #Especial creches




Viva a luta das creches! Somos todas professoras e professores!
Por Nani, da Creche Oeste

Em 2014, o Programa de Creches na Universidade de São Paulo completa 32 anos. Um início marcado pela luta de mulheres trabalhadoras que autonomamente decidiram se organizar para exigir o seu direito de ter uma Creche para deixar os seus filhos enquanto trabalhavam.

Se a origem das creches é marcada pela luta das mulheres, é também com muita luta e trabalho árduo que as Creches vão deixando de ser apenas um lugar para as trabalhadoras deixarem os seus filhos, mas a garantia do direito das crianças de terem acesso a um espaço de Educação e cuidado pensado para elas e em consonância com a sua condição de sujeito e cidadão em formação.

Nessas mais de três décadas, as Creches e Pré Escolas da USP construíram uma reconhecida atuação na Educação Infantil, concebendo a criança como ser integral e sujeito de direitos.

De um lado, os profissionais que trabalham nas Creches aliam à prática e pesquisa a um compromisso com os saberes que são ali construídos, sustentando projetos pedagógicos que contribuem para a sólida formação da criança nos seus primeiros anos de vida. Por outro lado, esses mesmos profissionais não possuem o reconhecimento da Universidade e tampouco o respeito aos seus direitos como profissionais da prática docente.

Os seus contratos de trabalho os designam “Técnicos de Apoio Educativo” nomenclatura que nem de longe indica o que esses professores fazem e como atuam. Isso não apenas os aliena de seus direitos como profissionais de Educação estabelecidos desde a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN), como priva as crianças de terem assegurado seu direito a um professor também na Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica.

Há pelo menos dezoito anos uma árdua luta pelo reconhecimento dos Professores das Creches e Pré-escolas da USP tem sido travada nos âmbitos internos e externos e no dia 24 de julho de 2013, foi aprovada a Lei Complementar de número 1202/2013 que altera a referida nomenclatura.

Quase um ano e meio se passou desde a aprovação e a USP continua descumprindo a Lei e, portanto desrespeitando os professores e professoras das Creches. No dia 15 de outubro mais uma vez as creches se unem na luta para que a Reitoria respeite os profissionais de Educação das Creches e finalmente cumpra a Lei.

Nós do Movimento Nossa Classe não só apoiamos a luta dos professores e professoras das Creches, como defendemos a ampliação de vagas e Creches para os trabalhadores e trabalhadoras da USP e o acesso das crianças filhos e filhas dos trabalhadores terceirizados, que devem ser olhados com o mesmo respeito e ter os mesmos direitos de toda criança.

Reivindicamos o direito das crianças, filhos de efetivos e terceirizados à Creche, e defendemos que todas as crianças possam ter acesso a esse direito.

Aos trabalhadores terceirizados que também são parte do processo de construção dessa Universidade, já que também concentram aqui os seus esforços e trabalho, não se pode negar a justa reivindicação por vagas nas Creches para os seus filhos.

Mais creches na USP!

Exigimos a construção de mais creches integrais na USP, que atenda a toda a demanda existente, para atender às diferentes jornadas de trabalho. Essas creches devem englobar desde o berçário até o maternal, ou seja, até 6 anos de idade. Para isso, é necessária a construção de novas creches em todas as unidades e nas unidades que ainda não têm como Pirassununga, Lorena e USP Leste, e quando necessário a ampliação das creches já existentes. Combinado a isso, precisamos exigir a contratação de funcionários efetivos (não terceirizados e nem precários) para atender a demanda real de crianças, sem que para isso seja necessário sobrecarregar com horas-extras os trabalhadores que já estão alocados nas Creches.

USP racista: terceirizados não podem usar as creches enquanto há vagas ociosas

Na USP hoje apesar de haver falta de creches e de vagas para muitas crianças, há algumas faixa-etárias com menor demanda que deixam vagas ociosas nas creches. A vaga está ali disponível, para ser utilizada, mas fica vazia. Mesmo sabendo que existem milhares de trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas, em sua maioria negros e negras, eles não podem ocupar estas vagas com seus filhos. É um absurdo! Extensão do direito à creche para todos os trabalhadores terceirizados e efetivação de todos sem necessidade de concurso público!

Pelo nosso direito de greve!

Por Julia, da Creche Central

As Creches da USP são um dos exemplos do que a força dos trabalhadores e trabalhadoras dessa Universidade é capaz: depois de muita luta, o direito à educação infantil é garantido em todos os campi. Essa vitória já tem mais de 3 décadas e a garantia diária da sua manutenção nunca foi feita de braços cruzados, esperando a boa vontade dos patrões.A greve nas Creche USP é legítima e necessária, pois reivindica a continuidade da existência da educação infantil dentro da Universidade, melhores condições de trabalhos para todos os funcionários, a manutenção da qualidade no atendimento às crianças e suas famílias e o reconhecimento da nomenclatura das professoras, que ainda hoje tem sua função denominada técnico de apoio educativo. 

Depoimento de Carol, da Creche Faculdade de Saúde Pública

Caríssimos amigos, estou sofrendo de abstinência Pós greve!
Dizem que, quanto mais tempo você fica exposto a "coisas" viciantes, mais difícil e demorado é livrar-se de seus efeitos.
Sinto cheiro de mortadela e de lenha queimando o tempo todo!
Ouço vozes contrapostas de Marcelas militantes!
Escuto choros, preces e agradecimentos, por terem-se colocado no caminho de camarada guerreira da saúde, o velho e o novo!
Ouço músicas redundantes, e algumas que beiram ao americanismo, de tão no sense!
Ouço ecos de gritos retumbantes de "não, não, não, não... arrego, arrego, arrego, arrego"!
Vejo defuntos desvairados e lambe-botas levantarem-se e acumularem mais e mais poder!
Tenho, insistentemente, tentado ensinar a música da formiga à minha sobrinha de 1 ano, e ela responde " pá, pá, pá", e isso me frustra loucamente!
Tenho comido pão com muuuuuita margarina para aliviar a tensão, e curiosamente, tenho sofrido visíveis efeitos colaterais!
Fora vozes memoráveis e figuras que me vêm à mente em momentos improváveis...
Feito o desabafo... O que fazer?



quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Boletim Nossa Classe metal Campinas #3






Boletim Nossa Classe ABC #1




NESSAS ELEIÇÕES VOTE NA INDEPENDÊNCIA DOS TRABALHADORES! NÃO VOTE EM PATRÃO!
Como votar em um candidato que tem sua campanha toda financiada pelas grandes empresas do país e achar que vai defender os nossos interesses? Os interesses dos trabalhadores?

Dilma em todo seu mandato mostrou como fazer média com os trabalhadores e o povo pobre ao mesmo tempo em que garante aos empresários e multinacionais os lucros sobre o nosso trabalho. Aécio Neves nem se fala, governa abertamente para os ricos, faz parte do partido que sempre defende os patrões e empresários (a burguesia). Marina Silva com seu discurso de "nova política" tenta aparecer como um fenômeno novo nas eleições. Vejamos: o principal financiador de sua campanha é o banco Itaú, recordista em lucrar e roubar do trabalhador como fazem todos os bancos. Na época em que foi ministra do Meio Ambiente Marina mostrou para quem governa, aprovando leis que regulamentam a destruição da Amazônia, agradando os barões do agronegócio e madeireiras, enquanto para os trabalhadores NADA!

Pois os três candidatos acima são todos financiados por grandes empresas em suas campanhas. Dilma, em primeiro lugar em doações, já arrecadou em torno de R$ 130 milhões de reais para sua campanha.

TRABALHADOR x PATRÃO
Já ouviu falar de empresa reduzir o nível de lucro para não demitir trabalhador? Quando tem uma queda na produção ou vendas de uma empresa qual é a primeira decisão tomada para reduzir os custos? Demitem-nos!

Isso mostra como nossos interesses são contrários aos interesses dos patrões! Por isso votamos mesmo que criticamente no Zé Maria do PSTU, partido que não recebe dinheiro de empresários, que não tem rabo preso com patrão, que a partir de sua militância independente daqueles que nos exploram fazem uma campanha limpa, defendendo os interesses dos trabalhadores. Temos que fortalecer a independência de nossa classe e confiar em nossas forças! (Fico mais em dúvida desse final de como não alongar mas dar resposta!)

TRANSPORTE PÚBLICO, SOFRIMENTO PARA A POPULAÇÃO E LUCRO PARA OS PATRÕES!
Após mais um dia cansativo de trabalho é hora de voltar para casa, mas entre o serviço e nossa residência existe o transporte público, lotado, lento, caro e sem conforto, muitas vezes o roteiro para chegar ao trabalho consiste em três conduções e uma caminhada. Esta é a realidade da esmagadora maioria dos trabalhadores brasileiros.

Nós trabalhadores do ABC sofremos dia após dia com o transporte em nossa região, entrar no horário de pico no trem que nos liga a São Paulo é um grande desafio, esperar os ônibus intermunicipais da empresa EAOSA é um teste de paciência, emfim não existe alternativa para conseguir voltar para casa tranquilamente, depois de trabalharmos horas e horas sem descanso.

Desde o ano passado, a população em todo o Brasil está lutando por um transporte público de qualidade e mais barato, foram muitas as mobilizações, os trabalhadores e a juventude de Mauá começaram a se organizar logo no início do ano, antes mesmo das grandes marchas de junho. Além disso, nos últimos meses aconteceram duas paralisações de Motoristas e Cobradores também em Mauá que reivindicavam melhores condições de trabalho e o pagamento dos direitos trabalhistas dos companheiros demitidos, como em toda greve os patrões e a imprensa local tentaram esconder o real motivo da paralisação colocando os usuários contra os trabalhadores. Essa tática é usada não somente nos dias de greve mas no dia a dia, quando o ônibus atrasa ou mesmo quebra no caminho, a população logo se revolta contra o motorista, mas na verdade toda a responsabilidade é dos patrões que controlam uma verdadeira máfia do transporte público, eles são os responsáveis por colocar transporte de qualidade em circulação, não fazem isso porque com o transporte precário, lotado e os baixos salários eles lucram muito mais!

Os trabalhadores do transporte e os usuários têm interesses em comum, ao contrário do patrão que lucra com cada viagem de ônibus lotado. Portanto, uma greve dos rodoviários é uma greve que defende o interesse geral da classe trabalhadora.

Somente a união dos trabalhadores do transporte com os usuários contra os patrões que lucram rios de dinheiro pode estabelecer um transporte público de qualidade a serviço dos trabalhadores.

EM QUEM CONFIAR?
As eleições põem a ilusão da escolha na mão da população, mas que escolha são essas? Atrás dos três presidenciáveis em destaque nas pesquisas os interesses dos grandes patrões, Aécio e Marina preparam mudanças diretas nas leis trabalhistas, FGTS, 13°, férias, etc., mas Dilma apesar de dizer que não vai mudar a CLT, através das principais centrais sindicais, CUT, Força, entre outras, traz ataques a vida dos trabalhadores com o suposto Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Esse programa não nos protege de nada na verdade, implanta definitivamente um lay-off mais agressivo. Um trabalhador de uma empresa em “crise” pode ser suspenso por dois anos com apenas 67% do salário sem nenhuma garantia de volta ao emprego, quantas demissões na cadeia produtiva não geram 1.000, 2.000 operários suspensos em uma montadora?

A maioria dos sindicatos vem sendo mais uma extensão do RH das firmas do que a defender os interesses dos peões, se nas montadoras aparentemente fazem algum barulhonas fábricas médias e pequenas nada fazem, qualquer operário pode falar sobre o assédio moral, horas de trabalho não pagas ou mesmo as demissões tão comuns antes e após as campanhas de reajuste salarial, onde está o sindicato dos Químicos do ABC, onde está o sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá ou de São Bernardo?

Nesse último mês houve queda nas vendas de automóveis, porém aumento na produção industrial e diversas montadoras preparam grandes investimentos em 2015 no país, realmente se aproxima uma crise ou há uma chantagem frente às eleições para ver quem faz o trabalhador dar mais lucro para os grandes empresários?
A verdadeira escolha que nós trabalhadores e população pobre temos, é seguir o exemplo de nossa classe! Em junho do ano passado a juventude mostrou que na luta podemos conquistar, a garizada do Rio lutou e mesmo com a traição de sua direção sindical pelega conquistou 37% de aumento! Os trabalhadores da USP junto ao seu sindicato combativo através da mais ampla democracia operária construíram sua greve de 116 dias na base, com delegados eleitos e revogáveis a qualquer momento e conseguiram arrancar o reajuste que Reitor e Governo negavam, mas, mais que uma vitória econômica, mostram que nossa real escolha não está no voto em candidatos de patrões e sim na auto-organização de nossa classe!


Conheça e Faça Parte do Movimento Nossa Classe!
Nosso movimento surgiu no calor da greve do Garis do Rio de Janeiro e se fortaleceu com a histórica greve da USP. Lutamos para que Nossa Classe se unifique e possa combater com um só punho os ataques dos governos e patrões. Podemos vencer se estivermos firmes e organizados! A cada nova experiência dos trabalhadores nossa luta fica mais forte, por isso chamamos você a conhecer nossas ideias e a participar conosco dessa apaixonante tarefa!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Vídeo: Resumo - Lições da greve dos trabalhadores da USP e das estaduais paulistas


atividade do Movimento Nossa Classe no dia 27/09


 
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