quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Metroviários pela Base elege 4 delegados para o Congresso da Fenametro!



Tráfego linha 1 azul: Fabio Gregorio Galindo 1°- 161 votos ( o mais votado em todo o trafego das linhas 1 e 3)

Estação linha 1 azul: Felipe Guarnieri 2°- 166 votos ( terceiro mais votado nas estações das linhas 1 e 3)

Tráfego linha 3 vermelha: Marilia Rocha 3°- 116 votos

Estação linha 3 vermelha: Fernanda P. Luci 7°- 128 votos

Por um plano de luta nacional pela readmissão dos metroviários e uma campanha nacional pela estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores e usuários!

Confira o resultado das linhas 1 e 3 trafego e estação






quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Minissérie "Marx voltou"

Veja na íntegra a minissérie "Marx voltou" abaixo. 
Está legendado em português, basta selecionar legenda



Cap. 1 - "Burgueses e proletários"

Cap. 2 - "O mercado e as crises"

Cap. 3 - "O Estado e a revolução"

Cap. 4 - "A luta pelo poder dos trabalhadores"

Saiu o Boletim Classista Alimentação #8






Juntos ‘são um só’!
As eleições estão chegando, lá vem aquele velho circo de mentiras e bolsos cheio$. Quem será o novo administrador geral da exploração no país? Não dá pra ter certeza, então, pra garantir que seu interesse seja atendido, a JBS logo patrocinou TODOS: PT, PSDB e PSB. Pingou 5 milhões pra Dilma, 5 milhões pro Aécio e 1 milhão para Campos/Marina. O financiamento da JBS nesse comecinho de campanha equivale a 35% de toda a grana que já rolou. Pois é, os irmãos Batista são parte daqueles que mandam no país... Outra forma para comprovar: basta olhar os acionistas da JBS e ver como BNDES e Caixa Econômica Federal juntos tem 34% das ações, enquanto a própria família Batista tem 41%. Ou seja, o dinheiro público financia 1/3 da empresa, a empresa financia os candidatos, que se eleitos vão favorecê-la e o ciclo segue.

Tem porco engordando
Recentemente Wesley Batista anunciou os resultados do 2º trimestre de 2014 (abril, maio e junho), com tom muito otimista contou como a empresa cresceu 7 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que só a exportação cresceu 45%. Ele mesmo explica que parte importante desse crescimento é pelas aquisições que tem feito, que depois da Seara já foram outras 6, com destaque para Tyson Foods (México), Céu Azul e Massa Leve. Como já denunciamos nesse Boletim, essas aquisições sempre implicam em fechamentos de plantas e milhares de demissões, o que Wesley Batista trata apenas em termos de “equilíbrio da oferta e capacidade instalada”. Enfim, o cenário para eles é bem positivo e otimista.

Muquirana morre seco
Tanto dinheiro para político corrupto ganhar mais dinheiro roubando agente. Tanto crescimento financeiro e aquisições que só geram mais riqueza pra eles e demissões e baixos salários para nós. A pergunta que não cala: se a empresa cresce tanto e gasta tanto com político corrupto, por que paga tão baixos salários?! PLR então é uma miséria e choram pra pagar, qualquer coisa já desconta, perde direito etc. Isso pra não falar de tanta coisa pequena que fazem questão de cortar, muquiranas!

O sindicato tem que fazer sua obrigação!
Nosso boletim segue dizendo aos trabalhadores, o sindicato tem obrigações a cumprir! Deve aparecer na fábrica, organizar reuniões, assembleias e começar a preparar a campanha salarial. Tivemos exemplos de lutas em diversas categorias esse ano, assim como a histórica luta na USP (ver jornal Nossa Classe), mas também tivemos lutas em várias unidades da JBS, reivindicando aumentos salariais, PLR, vale alimentação e melhores condições de trabalho. Recentemente, até mesmo nos EUA houve uma forte greve que paralisou quase totalmente a JBS por lá, combatendo o intuito da empresa em poder fazer alterações livremente nos planos de saúde.

A data-base tá chegando, qual vai ser?
Nas indústrias de alimentos de São Paulo o sindicato (da Força Sindical) colocou como objetivo aumentos salariais de 8%, o que significa aumento real (acima da inflação) de só 2%. A inflação está corroendo nossos salários, basta ir ao mercado para sentir. Aumentos tão rebaixados assim somem em poucos meses. Precisamos nos organizar para defender nossa condição de vida e buscar melhorá-la, afinal, a empresa não vai bem, crescendo e comprando outras? O que vão alegar agora para conceder apenas aumentos de miséria? Nos próximos boletins seguiremos essa discussão, até o mês de novembro, quando o sindicato e a empresa devem apresentar uma proposta de aumento.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Urgente: Comunicado de Bruno Rocha, membro do Conselho Universitário da USP

Comunicado de Bruno Rocha, membro do Conselho Universitário pelos Funcionários da USP, a respeito da sessão do CO que acontecerá agora


Bruno Rocha, que é membro do Sintusp e do Movimento Nossa Classe, declarou: "Acabei de receber o comunicado do local onde será realizada a reunião do Conselho Universitário (CO), há apenas uma hora de seu início. É mais uma mostra da forma arbitrária e antidemocratica que atua o Reitor Marco Antônio Zago, que não apenas cortou nosso ponto, envia a polícia para nos reprimir, como na última quarta-feira, mas ainda manda e desmanda no já antidemocrático CO, que hoje é composto por empresários, burocratas, e uma parcela ínfima da comunidade universitária, convocando as reuniões do Conselho, apenas para "referendar" suas decisões, quando, como e aonde quer, sem avisar com antecedência nem mesmo os representantes das três categorias. Sabemos que os interesses do Reitor Zago e da burocracia acadêmica está totalmente do lado oposto ao do grande movimento de trabalhadores dentro da universidade hoje, que questiona profundamente o caráter antidemocrático e elitista da universidade, levantando agora como eixo central de nossa greve a luta contra a privatização da educação e da saúde, e em defesa do Hospital Universitário. Nossa luta segue muito forte entre funcionários, professores e estudantes, mas pelo papel que cumpre nosso hospital, transcende e muito a comunidade universitária, mobilizabdo médicos, estudantes e trabalhadores da área de saúde de todo o país, além dos usuários do HU, que são centenas de milhares da Zona Oeste de SP, que sabem que perderam muito com a desvinculação. Mesmo sob todas as arbitrariedades da reitoria, nossa luta segue contra o plano da reitoria a ser "referendado" hoje nesse conselho, de tirar nossos hospitais, demitir, precarizar e privatizar. Vamos barrar a desvinculação do HU, os ataques à universidade e o arrocho salarial, no caminho de impor, pela força da mobilização, uma Estatuinte livre e soberana, tirando das mãos dessa minoria de parasitas que coloca a universidade à serviço dos empresários e burocratas, pra colocar os que colocam a universidade em funcionamento, estudantes, professores e funcionários pra definir os rumos da USP e colocá-la a serviço dos trabalhadores e do povo pobre."



A reunião do Conselho Universitário da USP, que Zago convocou para "referendar" seus planos, acontecerá às 14h em frente ao IPT.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Saiu o Boletim Nossa Classe USP #4






Leia e difunda!

Todos se levantam contra a desvinculação do HU! Desvincula o Zago!


Há uma semana, logo depois de oficializar o plano de desvinculação dos hospitais, entrega de prédios e demissão em massa - o maior ataque à USP nos últimos anos -, Zago declarou à imprensa que poderia oferecer reajuste salarial caso os cortes passassem. Uma chantagem para tentar dividir os trabalhadores da USP. Na última semana os trabalhadores deram um exemplo de resistência contra a repressão, e o ataque à greve através de sua judicialização não deu certo num primeiro momento. Agora é hora de manter todos os que estão em greve unidos. Nos dividir é a estratégia para fazer passar os maiores ataques. Mas com todos juntos contra os cortes e pelo reajuste, e todos juntos pelos hospitais, podemos vencer.
A desvinculação dos hospitais é um ataque enorme à universidade, aos trabalhadores – que seriam “gradativamente substituídos”, ou seja, cerca de 2500 demitidos – e à população. Mas Está ficando claro que com essa medida Zago criou novos inimigos. Estudantes da Enfermagem e da Medicina votaram paralisação até terça-feira contra a desvinculação, Conselhos Deliberativos do HU e os médicos estão contra a desvinculação e estão convocando um ato para o dia do Conselho Universitário, o Conselho de Graduação de toda a USP está contra a desvinculação, as Congregações da Enfermagem, da Psicologia e outras unidades também, e lideranças comunitárias começam a se mobilizar. É preciso, e possível, transformar o HU em uma grande causa popular, mostrar que são os trabalhadores, e não Alckmin e Zago, que defendem a saúde e os interesses da população, conquistar novos aliados, e assim vencer.
Nossas próximas ações devem ir nesse sentido. Ao mesmo tempo, manter a pressão contra o corte de ponto e pelo reajuste, sem nenhuma ilusão na justiça – a desembargadora que por enquanto se negou a julgar a greve é a mesma que decretou as greves de metroviários e rodoviários ilegais. É preciso, ao mesmo tempo, demonstrar pra toda a população que é o governo Alckmin que está por trás destas medidas querendo se beneficiar da desvinculação do HU e do HRAC. Já não basta a situação da água em São Paulo, quer atacar a educação e a saúde.

Assim, nesta semana, podemos impedir que o Conselho Universitário aprove a desvinculação e a demissão em massa, e impor ao CRUESP a negociação do reajuste salarial e da pauta unificada com as categorias em greve nas três universidades estaduais.

É preciso derrubar a estrutura de poder da USP!


por Bruno Rocha (Gilga), representante dos trabalhadores no Conselho Universitário
Está ganhando cada vez mais peso a luta pelo “Fora Zago!”, conforme vai ficando cada vez mais claro que ele é um inimigo da universidade! Mas o que queremos em seu lugar? O vice, que está ao seu lado? Algum outro reitorável, ou membro da burocracia universitária que o apoia? Um dos tantos diretores que não se pronunciaram até agora contra tudo o que está acontecendo? Não! Também fica cada vez mais claro que não se trata de um problema de “competência” para administrar, nem de vontade individual, mas de um plano do governo apoiado por toda a burocracia. Toda a estrutura de poder da USP, da reitoria e do Conselho Universitário, até a hierarquia nos locais de trabalho, foi criada pela ditadura militar, permanece intocada, e serve para manter esta ordem. O conselho universitário é uma casta onde, segundo denúncia da ADUSP, um terço dos professores é proprietário ou dirigente de fundações privadas ou empresas terceirizadas que lucram na USP! O próprio “reitorado” é um cargo que concentra quase todo o poder na universidade e não deveria existir.

É preciso dissolver o C.O. e toda essa estrutura de poder, pra que estudantes, trabalhadores e professores tomem nas mãos os rumos da universidade. A greve dá sinais da força da nossa organização e de como podemos controlar a universidade. Por isso a única resposta para a democratização real da estrutura de poder é construir, através da própria mobilização, uma Assembleia Estatuinte Livre e Soberana, ou seja, um espaço onde estudantes, trabalhadores e professores possam debater e decidir, com total liberdade e poder de deliberação, sobre os objetivos da universidade, seu papel, o acesso a ela, e todos os demais temas fundamentais de seu funcionamento.

Contra a demissão em massa e o enxugamento do quadro da USP

Aos trabalhadores da USP, ao Comando de Greve, ao SINTUSP
por Isabelle Gomes de Moraes, petroleira do Terminal da Baía de Guanabara - RJ e membro da CIPA e Leandro Lanfredi de Andrade, petroleiro do Terminal de Campos Elíseos – RJ, militantes do Movimento Nossa Classe Rio de Janeiro
Somos trabalhadores da maior empresa do país, a Petrobrás, que também é alvo constante de tentativas de privatização e precarização do trabalho.(...)
Queremos, com um pouco de nossa experiência, e como irmãos da classe trabalhadora, alertar vocês dos perigos dos PDVs. (...) Os PDVs dos anos 1990 – era FHC – eram feitos sob imensa pressão para atingir um número mínimo de pessoas inscritas e pairava sobre todos a ameaça de que se o número não fosse atingido haveria demissões diretas e não “voluntárias”. Milhares de petroleiros, com a conivência dos sindicalistas da CUT, foram embora e a terceirização aumentou exponencialmente. Hoje temos 320 mil terceirizados para 75 mil funcionários próprios. (...)

Aos trabalhadores em fim de carreira esta soma é uma esperança de complementar sua renda, ter estabilidade para si mesmos e suas famílias. (...) Em resumo, o PDV da Petrobrás será um instrumento para enxugar o quadro da empresa e consequentemente aumentar a terceirização e precarização do trabalho. (...) E em pouco tempo veremos graves acidentes, pois um dos setores mais afetados é a manutenção. (...) Por estes motivos alertamos os trabalhadores da USP em greve para que não se iludam com as promessas individuais atrativas que podem constar em um PDV e levem em consideração os malefícios coletivos que caminham junto. (...)

As mulheres na primeira linha da luta!


“A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem” (Karl Marx)
Piores salários, dupla jornada, a história da mulher trabalhadora é marcada pela opressão. Opressão de classe e de gênero. A sociedade capitalista nos diminui como seres que somos. Nos trata como frágeis e incapazes. Diariamente convivemos com o assédio que nos transforma em objetos, bibelôs. Somos mulheres e somos trabalhadoras. Nem a força física, nem a opressão capitalista deve nos subjugar.

sábado, 23 de agosto de 2014

Por uma campanha efetiva pela readmissão dos metroviários


Fábio Gregorio (operador de trem), delegado sindical
Fernando Salles (funcionário da estação SÉ), delegado sindical e cipista
Ambos militantes da corrente Metroviários pela Base, que constrói o Movimento Nossa Classe, e demitidos políticos.

Há três meses, a categoria metroviária entrou em seu período de campanha salarial com a perspectiva de obter uma serie de conquistas. A disposição dos trabalhadores e o cenário era muito favorável tanto internamente – com o uso extensivo de adesivos, coletes, assembleias massivas e com grandes mobilizações e atos protagonizados pelos seguranças e pela manutenção – quanto externamente – a onda de greves ás vésperas da Copa do Mundo, o período eleitoral no segundo semestre etc. Tínhamos tudo para vencer. Entretanto, ainda que a categoria tenha feito uma greve muito forte, como há décadas não se via e tendo avançado em sua relação com a população, o saldo final da greve foi a demissão de 40 trabalhadores e uma série de ataques após a greve, como desconto de dias, inúmeras ações afim de reprimir nossas manifestações, atos e campanhas em prol da readmissão dos companheiros demitidos e o assédio moral das chefias, tudo isto porque a patronal sabe que os trabalhadores saíram desmoralizados desta greve.
O governo do estado sabia que, assim como a vitoria dos garis do RJ, uma vitoria dos metroviários de SP daria um grande exemplo a outras categorias de que lutar é o caminho, além de ser um enorme ataque ao governo. Se armou então de tudo o que podia para derrotar a nossa greve: usou a mídia, o assédio moral através das chefias, colocou pessoas despreparadas para operarem os trens, mandou a tropa de choque reprimir nossos piquetes e manifestações e quando estava encurralado demitiu os trabalhadores. Mas e a tal justiça? e as leis trabalhistas? Pois é, a mesma “justiça” que havia proposto em uma reunião de conciliação que o metro nos pagasse 9,5% de reajuste, 30% de periculosidade e PRL igualitária foi a mesma que julgou a nossa greve abusiva quando o metro não quis conceder nossas reivindicações e mostrou para qual lado pende a balança quando deixou de julgar todas as ilegalidades cometidas pelo metro contra o nosso direito de greve. Logo após o final da greve multou o metro em R$8.000,00 enquanto que nós trabalhadores fomos multados em R$350.000.000,00.   
Agora, a readmissão destes companheiros demitidos encontra-se nas mãos desta mesma justiça que não está e nunca esteve do nosso lado. O melhor meio que tínhamos para garantir que estes demitidos permanecessem em seus empregos seria manter a greve, que é o meio mais efetivo de que os trabalhadores dispõem para impor suas reivindicações, além de ser uma medida legitima dos trabalhadores que o estado tenta incriminar através dessas demissões, pois com elas, não foram apenas nós 40 que perdemos, mas todos os metroviários e o conjunto dos trabalhadores do país. Mas isto não quer dizer que não há mais nada a se fazer, devemos seguir com nossas campanhas internas e nos organizando desde nossos locais de trabalho, dialogando com cada trabalhador da importância da luta pela readmissão principalmente como resposta da categoria contra a patronal e o governo. Por isto exigimos também que os sindicatos e centrais sindicais, principalmente o sindicato dos metroviários de SP, impulsionem uma ampla campanha que vise unir as demais categorias por um plano real de luta pela readmissão dos metroviários, mas não apenas da boca pra fora e sim realizando atos de rua e outros tipos de mobilizações – como fizeram os trabalhadores da USP em conjunto a nós e em solidariedade. Nossos inimigos são os mesmos: Os patrões e o governo. Não podemos deixar passar um ataque destes que não é só contra os metroviários, mas contra a classe de trabalhadores em geral.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Resposta ao editorial do Estadão

trecho do Editorial do Jornal O Estado de São Paulo do dia 21/08/2014

Diana Assunção, diretora do Sintusp e membro do Comando de Greve

Hoje fui informada, junto aos meus colegas de trabalho que estão protagonizando quase 90 dias de greve, que o jornal O Estado de São Paulo havia feito um editorial atacando nossa luta. Não foi só isso: em uma posição escandalosa, essa imprensa encontrou argumentos para justificar o injustificável, ou seja, a repressão policial que deixou 5 trabalhadores feridos entre estilhaços de bombas e balas de borracha. E diz ainda que minha posição de denúncia dessa repressão, publicada no Estadão de ontem, “não tem cabimento”, já que a polícia cumpriu seu papel, como deveria ter feito. Pois bem, vejamos mais de perto o sentido de nossa greve para debatermos com essa visão.

Em primeiro lugar, precisamos entender que existe uma grande discussão hoje nos meios sobre a suposta “crise da USP”: tal discussão, em realidade, estimula a ideia de que houve uma “má administração” das contas e que é necessário “cortar gastos”. Aqui aparece a primeira faceta da atual administração: propõe-se congelar o salário dos funcionários e professores (dando 0% de aumento, ou seja, sem cobrir sequer a inflação) e cortar “outras gorduras” (nas palavras do reitor), que muitas vezes são gastos fundamentais em áreas de pesquisa e educação da universidade. Foi daqui que nasceu nossa greve, uma luta totalmente imposta a nós pela reitoria, pela mais completa falta de consideração com seus funcionários e professores, querendo que nós paguemos uma suposta “crise” que eles (os administradores da universidade) provocaram.

Passamos dois meses da greve e a reitoria toma uma atitude: mantendo a intransigência na negociação, corta o salário dos trabalhadores (em alguns casos integralmente). São dias, semanas e meses de falta de qualquer diálogo, não bastasse, corte de salários de maneira arbitraria e ilegal. Após esse corte, a reitoria toma outra atitude: uma “proposta” que visa introduzir programa de demissão voluntária, desvinculação do Hospital Universitário da USP e outras “reformas”. É uma verdadeira sequencia de ataques contra a universidade pública, contra os funcionários e professores e contra a população (que vai perder um Hospital importante da região, que com a desvinculação abre caminho a privatização).

Até mesmo o Tribunal Regional do Trabalho ontem questionava a intransigência da reitoria de oferecer o zero e ainda cortar o salário dos trabalhadores, de um pedido advindo da própria reitoria (ou seja, a própria justiça, questionável muitas vezes nesse tipo de julgamento, considera descabida e intransigente a postura da reitoria).
E quando parecia não ter limites o absurdo da política da reitoria, ela (junto ao governo do Estado) supera ainda mais a falta de respeito com os trabalhadores e chama a polícia para reprimi-los com bombas e balas de borracha na última quarta-feira.

E porque essa determinação do governo, a reitoria e a polícia em reprimir a ferro e fogo os trabalhadores?
Porque se trata de implementar um projeto de universidade que sirva aos interesses empresariais e políticos que querem abrir o caminho às fundações, terceirização do trabalho, a retirada de direitos estudantis (permanência) e, conforme já debatido, a cobrança de mensalidades na universidade, ou seja, a completa privatização da maior instituição de ensino público do país.
Nesse sentido, o significado de nossa greve já não pode ser descrito de outra maneira, senão o da luta pela educação pública pra toda a população, uma universidade aberta e ligada aos interesses dos trabalhadores, com serviços, como o hospital universitário, que garanta o melhor atendimento.
Por isso nós estamos fazendo uma série de medidas para chamar a atenção pra essa luta, como passeatas, debates na universidade, ou a ida a doação de sangue pela saúde pública, com mais de 100 funcionários envolvidos. Os trabalhadores da USP vem se mostrando um exemplo de como se luta por educação e saúde, e contra esse governo e essa reitoria da intransigência.

Nesse sentido, ontem fizemos uma medida de “fechar” os portões para que esses ataques não passem, que todos vejam que o reitor Zago e Geraldo Alckmin querem a privatização da USP. Fechamos um dia a universidade para mostrar que ela se mantém fechada todos os dias pra população e que não vamos permitir que eles concluam esse projeto privatizante.

E o que poderíamos esperar da ação policial enviada por eles? O que eu esperaria de uma polícia que é questionada por mais de 70% da população e que havia acabado de assassinar um jovem Wesley na região sem justificativa, como tantos outros Amarildos, Claudias, Douglas e infelizmente um longo etc? Naturalmente que com esses métodos, herdeiros da ditadura, não poderíamos esperar outra coisa senão uma cultura de resolver os temas da greve “no porrete”, nas bombas e balas de borracha.

Então nós perguntamos: o que quer o Estadão com essa defesa unilateral da reitoria, o governo e mesmo a covarde repressão policial aos trabalhadores? Num momento em que todos estão de olho na Universidade de São Paulo e estamos protagonizando uma imensa luta pela educação pública, essa imprensa joga palavras ao vento em uma defesa incondicional da reitoria, governo e a polícia, mas desfaz também qualquer dúvida sobre sua independência como meio de comunicação, pois não se trata mais de um jornal, mas sim de um veiculo de politicagem do governo e da reitoria, disposto a “inverter tudo” para ir contra os trabalhadores.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Saiu o Boletim Nossa Classe USP #3


Leia e difunda

Reintegração do Brandão e de todos os demitidos



Delegação de trabalhadores e trabalhadoras da USP e do Hospital Universitário no julgamento de Claudionor Brandão, hoje no TRT. O julgamento foi adiado a pedido do relator, e continuamos na luta por sua reintegração. Estavam presentes o professor da ECA Luiz Renato Martins, os diretores do SINTUSP Diana Assunção, Solange Veloso e Pablito Santos, os delegados sindicais do Metrô de São Paulo Guarnieri e Francielton, e o diretor da APEOESP e membro do Professores Pela Base Márcio Barbio. Lutar pela reintegração de dirigentes da categoria como Brandão é parte da luta em defesa da história de nosso Sindicato, e portanto, de todos os trabalhadores da USP. Reintegração do Brandão e de todos os demitidos!

Onde está Mike? Em todos os lugares



No dia 09 de agosto de 2014 um jovem foi morto pela polícia. Quem era? Michael Brown, jovem, negro, morador da cidade de Ferguson, Missouri, Estados Unidos. Mas não foi só Mike que foi morto no dia 09. Milhares de Mikes, morreram no dia 09, e antes disso e depois. Nos Estados Unidos, no Brasil, na França, na Inglaterra, espalhados pelo mundo. Diariamente, jovens negros são assassinados pela polícia, braço armado do estado liberal opressor.
A tragédia que se repetiu em Ferguson, já havia sido anunciada. A comunidade negra local corresponde a cerca de 60% da população. Porém, mais de 90% das prisões efetuadas são de afroamericanos. Ainda pior, prefeito e chefe de polícia, além do policial que matou Mike Brown, são brancos. Esses números não são artimanhas do acaso. É o estado branco, amparado pela polícia racista, responsável pela opressão dos negros.
E essa não é história nova. Em 1970, o escritor, militante dos Direitos Civis, James Baldwin escreveu a famosa carta à uma das líderes dos Panteras Negras, Angela Davis, onde dizia:
Sabemos que nós, os negros, e não somente nós negros, fomos, e somos, vítimas de um sistema cujo único combustível é a ganância, cujo único deus é o lucro. Sabemos que os frutos deste sistema ter sido ignorância, desespero e morte, e sabemos que o sistema está condenado, porque o mundo já não pode mais custeá-lo, se alguma vez o pôde. E sabemos que, para a perpetuação deste sistema, todos nós temos sido impiedosamente brutalizados, e nos disseram nada além de mentiras, mentiras sobre nós mesmos, nossos parentes e nosso passado, e sobre o amor, a vida e a morte, de modo que tanto alma quanto corpo foram ligados no inferno”
Diante de mais uma brutal ação desse estado, protestos tomaram a cidade denunciando o racismo persistente na sociedade americana. Nem a abolição da escravidão, em 1863, nem a Lei dos Direitos Civis de 1964 foram medidas suficientes para romper com a lógica da exploração racial. Isso porque não romperam com o sistema e o estado que a gerou.
A terra da liberdade e democracia demonstra, mais uma vez, que, como estabelecia os ideais liberais proclamados pelos pais fundadores em 1776, “todos os homens são iguais”, mas uns são “mais iguais que os outros”.

Transformar a luta contra a desvinculação do HU e do HRAC em uma causa popular!


O desmonte da USP tem como um de seus principais pontos a desvinculação do HU e do HRAC de Bauru. Querem entregar os hospitais universitários para as mãos das Fundações Privadas. É o processo de privatização da saúde e também da universidade. Além disso significa colocar em risco o emprego de cerca de 3 mil trabalhadores, que gradativamente seriam substituídos por outros.
É por isso que a luta contra a desvinculação deve ser tomada por todos os trabalhadores da USP. Mas é também fundamental avançarmos pra transformar esta luta em uma verdadeira causa popular, que seja abraçada pela população da Zona Oeste de São Paulo, mas que também seja abraçada por entidades de saúde, fóruns populares, centros acadêmicos e toda a população. Isso porque o HU é nosso e do povo! Lutar para que não seja privatizado é uma luta de todos nós!

Precisamos potencializar as medidas de diálogo com a população, a partir de uma articulação superior dentro do Hospital que aglutine todos os setores em uma luta comum contra a desvinculação, levando adiante medidas de panfletagens, atividades e debates, manifestações de rua e todos os tipos de iniciativa que possam fazer com que essa causa seja tomada por todos os usuários e usuárias da região.

Em assembleia histórica, trabalhadores da USP reafirmam: Não tem arrego!


Após a repressão de Alckmin, Zago e da PM, os trabalhadores se reuniram no seu sindicato, discutiram a situação e logo se reuniram em assembleia histórica e reafirmaram que a greve mais forte em muitos anos segue forte: Não tem arrego!

Alckmin, Zago e PM reprimem trabalhadores e estudantes em greve na USPAlckmin e Zago mandam polícia e bombas, mas trabalhadores resistem e mostram força da greve


Mais um dia histórico na luta dos trabalhadores da USP. Completando quase 90 dias, enfrentando a intransigência da Reitoria com apoio do Governo Alckmin, os trabalhadores organizaram um novo trancaço. Fechamos a USP por um dia pra denunciar uma universidade que é fechada todos os dias pra população pobre e trabalhadora. Os piquetes nos 3 portões foram violentamente reprimidos pela polícia, mas tiveram que lidar com uma resistência de mais de 1 hora, com os trabalhadores e trabalhadoras da USP à frente.
Enfrentamos também a justiça burguesa, que a partir de pedido da Reitoria da USP busca “judicializar” nossa greve. O resultado da audiência de conciliação não julgou a greve e buscou que a Reitoria da USP antecipe a negociação. Isso nos dá mais tempo pra continuarmos nossa luta até a semana que vem pelas nossas reivindicações e pra impedir que se efetive o desmonte da universidade. Mas nenhuma ilusão na justiça burguesa! Devemos acreditar somente em nossas forças, utilizando sempre as brechas que pudermos para fortalecer a nossa greve!
Mesmo com o corte de salários e com a repressão (foram cerca de 10 feridos!) os trabalhadores continuam firmes, e em especial os trabalhadores do Hospital Universitário deram uma “prova de amor” à defesa da saúde pública organizando um emocionante abraço ao HU. Mais do que nunca é hora de chamarmos os estudantes a que tomem esta luta para si. A unidade de todos os setores, e também com muita importância a unidade com a população, são questões fundamentais para enfrentar o tamanho do ataque que é o plano de contenção de gastos.
Continua sendo uma tarefa fundamental da greve impor o pagamento de todos os salários cortados (a juíza disse na reunião de conciliação que era ilegal o corte!), exigir nossas reivindicações em reunião da pauta unificada e impedir o desmonte da universidade. A crise da USP, a maior universidade do país, mostra que os que criaram essa crise não podem mais governar a universidade. Mais que isso, esta estrutura de poder está completamente questionada. É preciso impor, pela força da mobilização, que não seja mais um Reitor ou um Conselho Universitário os que decidam os rumos da USP. Trabalhadores, estudantes e professores devem tomar os rumos da USP em suas mãos.

Começou o trancaço na USP





Às 4h30 da manhã a USP já estava toda fechada. Começou o maior trancaço da história da Universidade no 85 dia de greve dos trabalhadores com muitos trabalhadores e estudantes nos três portões. Não ao corte de ponto! Negocia Zago! Não ao desmonte da Universidade!

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Aos trabalhadores da USP, ao Comando de Greve, ao SINTUSP


Isabelle Gomes de Moraes, petroleira do Terminal da Baía de Guanabara - RJ e membro da CIPA
Leandro Lanfredi de Andrade, petroleiro do Terminal de Campos Elíseos - RJ

Companheiros, acompanhamos dia a dia cada passo de sua histórica greve em defesa do reajuste salarial e contra os ataques à USP como parte da política de privatização da educação e da saúde do governo Alckmin e dos seus agentes na reitoria. Vimos que recentemente o reitor Zago veio a público confirmar propostas que farão nada menos que destruir a qualidade desta que é a principal universidade do país, com a desvinculação do Hospital Universitário e o corte de funcionários, como se não bastasse o disparate de negar o reajuste legal dos salários na data-base.
Somos trabalhadores da maior empresa do país, a Petrobrás, que também é alvo constante de tentativas de privatização e precarização do trabalho. Um dos mecanismos mais ardilosos para precarizar o trabalho na Petrobrás é a terceirização, e volta e meia um PDV (plano de demissão voluntária). Também na USP, o reitor Zago propõe um PDV. Queremos, com um pouco de nossa experiência, e como irmãos da classe trabalhadora, alertar vocês dos perigos dos PDVs.
Tal como ocorre com a USP os PDVs que já ocorreram na Petrobrás vieram em situações onde a empresa e os governos alegavam estar atravessando uma crise. Via de regra falta transparência nos gastos, sobram denúncias de irregularidades e gastos em obras faraônicas, porém, no fim das contas onde querem cortar gastos é sempre no mesmo lugar: nos direitos, salários e empregos, para que sejam os trabalhadores quem pague as “crises” que eles geram.
Na Petrobrás tivemos este ano um grande PDV. Mais de 8 mil trabalhadores se inscreveram. Este foi o primeiro PDV desde que Lula assumiu o governo em 2003. Os PDVs dos anos 1990 – era FHC – eram feitos sob imensa pressão para atingir um número mínimo de pessoas inscritas e pairava sobre todos a ameaça de que se o número não fosse atingido haveria demissões diretas e não “voluntárias”. Milhares de petroleiros, com a conivência dos sindicalistas da CUT, foram embora e a terceirização aumentou exponencialmente. Hoje temos 320 mil terceirizados para 75 mil funcionários próprios. Muitos trabalhadores saíam no PDV e meses depois voltavam como terceirizados, obviamente, com menores salários e direitos.
O PDV de 2014, de Dilma e Graça Foster, foi um pouco diferente daqueles realizados nos anos 1990, mas terá o mesmo resultado coletivo nefasto. No PDV deste ano só podiam se inscrever funcionários que já estivessem aposentáveis pelo INSS e, dependendo do cargo e função, obtiveram um grande valor em indenização em troca de permanecer na empresa por um período. Aos trabalhadores em fim de carreira esta soma é uma esperança de complementar sua renda, ter estabilidade para si mesmos e suas famílias. É contando com este anseio que a empresa se utiliza do PDV. Mas ela o utiliza para seus fins: precarizar o trabalho e aumentar o lucro. Dos 8 mil funcionários que se desligarão até 2017 a empresa só se compromete a repor 60% do quadro. Os funcionários novos que entrarão no lugar dos antigos ganharão menos e assim a empresa aumentará seu lucro, aumentando a exploração dos que ficam, pois a produção aumentará e os salários e direitos diminuirão, pressionando os que ficam. Mas também aumentará os riscos à saúde dos petroleiros e de todos os brasileiros que podem ser afetados por acidentes.
Em resumo, o PDV da Petrobrás será um instrumento para enxugar o quadro da empresa e consequentemente aumentar a terceirização e precarização do trabalho. Com esta terceirização e precarização, sem reposição do quadro, já estamos vendo uma sangria de “cérebros” na empresa, e em pouco tempo veremos graves acidentes, pois um dos setores mais afetados pela não reposição de quadros é a manutenção. Se isto acontece em uma empresa que produz tecnologia de ponta, mas é, em última instância, uma grande fábrica, tememos que o PDV da USP terá consequências ainda mais nefastas para a produção de conhecimento, afetando todo o nosso país.
Por estes motivos alertamos os trabalhadores da USP em greve para que não se iludam com as promessas individuais atrativas que podem constar em um PDV e levem em consideração os malefícios coletivos que caminham junto. Do dinheiro do petróleo ou dos impostos do estado mais rico da federação seguramente há recursos para garantir dignos planos de aposentadoria para os trabalhadores, bem como reposição de todos aqueles que se aposentam, atender as reivindicações da greve, e sobretudo não fazer a crise que os governos e gestores criaram recaía em nossas costas. Sua luta é nossa luta! A vitória de vocês contra os planos de ajuste do reitor Zago e do governador Alckmin será uma força para os petroleiros e toda a classe trabalhadora.

domingo, 17 de agosto de 2014

ZAGO, ALCKMIN E FUNDAÇÕES: TIREM AS MÃOS DA USP!

A máscara da Reitoria caiu. Para os que ainda tinham dúvida a Reitoria apresentou oficialmente propostas para o reequilíbrio financeiro da USP. O pacote de maldades da traz um Plano de Demissão Voluntária para demitir cerca de 3.000 funcionários do quadro atual. O Reitor não diz o que fará caso essa meta não seja alcançada “voluntariamente” – pois muitas vezes é por pressão e assédio moral. Também apresentou o projeto de flexibilização da jornada de trabalho com redução salarial. Zago diz que a crise foi causada por excesso de contratação de funcionários, mas a verdade é que entre 1989 e 2012 o número de cursos de graduação cresceu 98%, o número de alunos de graduação, mestrado e doutorado cresceu 94%, e o número de professores cresceu somente 4%, enquanto o número de funcionários diminuiu 5%!!! Isso mostra o que já sabemos: faltam funcionários em muitos setores, e a consequência é sobrecarga, adoecimento e acidentes de trabalho, que só vão piorar com essa redução da jornada de trabalho e corte de quase um quinto dos postos de trabalho!

Neste mesmo pacote, está incluída a desvinculação do Hospital Universitário e do HRAC de Bauru (Centrinho) passando para a administração das fundações privadas ligadas à Faculdade de Medicina. A permanência estudantil também seria repassada para gerenciamento do Estado, ferindo a autonomia universitária. As bilionárias obras inacabadas segundo o Reitor também “seria bom que o Estado se responsabilizasse”. Na Folha de São Paulo o Reitor também disse que poderia dar reajuste salarial (inflação) no caso de todo esse plano ser implementado! Quer trocar nosso salário pelo desmonte da USP, por mais 3.000 postos de trabalho fechados através do PDV, além dos empregos do HU e do HRAC que ficariam na USP “até serem gradativamente substituídos”, ou seja demitidos. Não podemos aceitar!

ABAIXO O CORTE DOS SALÁRIOS! TODOS CONTRA O DESMONTE A UNIVERSIDADE

Como fica claro o processo de desmonte da USP está em curso e a condição para que a reitoria e o governo consigam implementá-lo é derrotar o que foi o maior obstáculo para isso: a luta dos trabalhadores, estudantes e professores. Por isso, atacam o direito de greve cortando os salários dos trabalhadores em greve, usando a força policial e a “justiça dos ricos”.
Isso coloca uma tarefa clara: a mais forte unidade entre trabalhadores, professores e estudantes, e mais ainda a unidade com a população de fora da universidade para defender a USP lutando para que esta esteja a serviço da maioria da população. Lutamos por mais verbas para toda a educação pública e abertura dos livros de contabilidade da USP. Não vamos pagar pela crise! Exigimos cotas raciais proporcionais e fim do vestibular, porque todo jovem tem direito de estudar! E agora é também preciso exigir: abertura de negociação, pagamento dos dias descontados e retirada dos processos e multas contra o Sintusp, bem como a reintegração de Brandão e de todos os demitidos.
Num momento em que o governo avança em seu projeto de desmonte, é hora de dizer que estes burocratas e reitores não podem governar a USP. Por isso trabalhadores, professores e estudantes devem, pela força da mobilização, tomar os rumos da USP em suas mãos!

CONSTRUIR UM FORTE TRANCAÇO DIA 20 DE AGOSTO!

FORA FUNDAÇÕES PRIVADAS DO HU E DO HRAC!

A Reitoria também confirmou a denúncia que o Sintusp vem fazendo há meses, de que Zago pretendia desvincular o Hospital Universitário e o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) entregando os dois hospitais para a Secretaria Estadual de Saúde. Uma das principais bandeiras dos trabalhadores do HU é a não desvinculação, mas muita gente dizia que isso não tinha fundamentos.
Agora não há mais dúvidas! Mais do que nunca é a hora de lutarmos todos juntos! Se não impedirmos a desvinculação pela força da greve, ela será concretizada e o HU será entregue para a gestão de uma Organização Social (OS) mantendo os funcionários até que sejam gradualmente substituídos. O emprego de todos que trabalham no HU e no HRAC está em risco.
Nossa greve continua forte e deve tomar a bandeira dos Hospitais Universitários com toda a força. A população já começa a perceber que a privatização destes Hospitais significará uma grande perda de qualidade e atendimento para os trabalhadores e a população mais pobre, por isso também é fundamental uma aliança entre os trabalhadores da USP e do HU com a população da região.

Todos ao “abraçaço” no Hospital Universitário 
nesta segunda-feira após a Assembléia!

Operários ocupam fábrica Donnelley na Argentina e colocam pra produzir sob controle operário! O que temos a ver com isso?

Na última assembleia tiramos uma foto de solidariedade aos operários da fábrica gráfica Donnelley, que fica na Argentina. Os patrões desta fábrica decidiram fechá-la deixando mais de 400 operários e suas famílias nas ruas. A Donnelley é parte das empresas americanas que lucram com as dívidas que a Argentina tem com os Estados Unidos, mas não conseguiu se manter e assim como outras fábricas estão demitindo. A resposta dos trabalhadores também foi de que “não tem arrego!” e não somente ocuparam a fábrica como estão eles próprios, sem patrões, produzindo dentro da fábrica.

Isso tem tudo a ver com a nossa luta, porque a luta da classe trabalhadora ainda que aconteça de forma nacional, ou seja, em cada país, cidade, deve ser entendida de maneira internacional. Porque somos uma só classe em todo o mundo, sem fronteiras, e as vitórias dos trabalhadores em outros países nos fortalecem e nos dão exemplos de como lutarmos contra nossos patrões. Por exemplo, a mesma Donnelley possui fábricas em Barueri e Osasco, que, caso consigam adotar as mesmas medidas que estão tomando na Argentina, deixarão centenas de trabalhadores desempregados também aqui. Achamos que seria muito importante organizarmos uma atividade de greve sobre a ocupação da Donnelley com vídeos e imagens de como está sendo trabalhar sem patrão!

sábado, 16 de agosto de 2014

Jornal Nossa Classe nº 2


O Movimento Nossa Classe foi fundado logo após a greve dos garis do RJ, num encontro nacional com mais de 200 trabalhadores de diversas categorias de 4 estados do país. Atuamos fortemente nas lutas em cada  categoria onde estamos, e principalmente agora na USP, onde organizamos dezenas de companheiros e somos parte do comando de greve e do Sintusp, que é um dos poucos sindicatos combativos e democráticos do país. Queremos que os trabalhadores de todo o país conheçam as lutas do Sintusp e dos trabalhadores da USP que deixam várias lições e exemplos a seguir, assim como a greve dos garis do RJ. Além do Sintusp, atuamos também em metroviários, professores, bancários, correios, petroleiros, indústria da alimentação, metalúrgica, química, calçadista e outras categorias. Nesse jornal, que a partir de agora será publicado ao menos uma vez por mês e distribuído em dezenas de milhares pelo país, queremos compartilhar lições do atual ascenso de greves, para que cada nova luta que surja não parta do zero, e sim das experiências mais avançadas. Queremos também explicar porque consideramos que a luta dos trabalhadores da USP e das estaduais paulistas deve ser encarada como uma luta de toda a nossa classe. Se eles vencem, nós vencemos. Chamamos a construir conosco o Movimento Nossa Classe, como alternativa classista e combativa no movimento operário nacionalmente. Leia, discuta e distribua este jornal. Entre em contato conosco.

Retomar o caminho aberto pelos garis do RJ com a grande greve dos trabalhadores da USP, Unesp e Unicamp



Depois das manifestações de junho do ano passado, que revogaram os aumentos das tarifas e escancararam os problemas do país, os trabalhadores se colocaram fortemente em luta. A vitória dos garis do RJ gerou confiança de que é possível superar a burocracia sindical, enfrentar a justiça, a intransigência patronal e dos governos, que é possível vencer. Em diversas categorias ocorreram as greves mais fortes desde a década de 80.
Mas nossos inimigos, os governos do PSDB e PT (e os de qualquer outro partido), que são serviçais dos patrões, querem evitar um avanço maior das lutas da nossa classe, atacando duramente o direito de greve e buscando impor derrotas (com demissões, corte de ponto, etc), como a dos metroviários e rodoviários de SP.
Para impedir essa contra-ofensiva, precisamos impor uma grande vitória de uma luta da nossa classe. A principal oportunidade que está colocada agora é a já histórica greve dos trabalhadores da USP, Unesp e Unicamp, e principalmente a da USP, onde está um dos poucos sindicatos combativos e classistas do país, o Sintusp. Lutar pela vitória da USP e das estaduais paulistas, é fortalecer todas as lutas que virão. Por isso, nesse jornal socializamos as lições da luta das estaduais paulistas pelos seus próprios construtores e pedimos apoio ao fundo de greve.
Também colocamos depoimentos de trabalhadores com as lições que consideramos as mais importantes dos últimos processos de luta, principalmente dos garis e da USP que são os mais avançados, para nos prepararmos cada vez melhor para vencer.

Precisamos resgatar o caminho deixado pelos garis das vitórias, pois os problemas que fizeram milhões saírem às ruas em junho do ano passado permanecem os mesmos, e a onda de greves não garantiu uma melhoria efetiva dos salários e direitos para os trabalhadores. Mas os trabalhadores vão seguir mostrando que NÃO TEM ARREGO, que não vamos deixar passar os ataques e vamos conquistar nossas demandas!

A voz dos trabalhadores das estaduais paulistas em luta, lições para toda a classe trabalhadora

Claudionor Brandão, diretor do Sintusp, demitido político

Tenho orgulho de fazer parte de um sindicato que, diferente da maioria do país, é reconhecido na base da categoria como de luta, por vários motivos. Em primeiro lugar, porque garantimos a democracia e o poder de decisão da base. Por exemplo, nessa greve a direção é do comando de greve que tem trabalhadores eleitos na base, onde tenho o mesmo direito de voz e voto que qualquer trabalhador. O movimento organizado pela base é o que nos permitiu aguentar 80 dias com uma greve forte, a mais longa da história, enfrentando a intransigência. Por isso, é que dizemos que é necessário expulsar os dirigentes sindicais vendidos que só querem privilégios e recuperar os sindicatos para a luta. 
O resultado da nossa luta segue em aberto, mas assim como os garis do RJ, deixa algumas lições que servem para os trabalhadores de todo o país se prepararem melhor para as que estão por vir.
Uma delas é que se os patrões nos atacam com demissões ou corte de ponto, não podemos recuar enquanto o movimento tiver força e união. Esse é o significado do “Não tem arrego”! Esse foi o ensinamento dos garis e que estamos seguindo na USP, radicalizando em resposta ao corte de ponto com mais piquetes, atos, trancaços, etc.
A outra é que não basta lutar por salário, porque só os trabalhadores podem conquistar serviços de qualidade, que foi a reivindicação das ruas em junho do ano passado. Por isso, na nossa greve fizemos passeatas em defesa da saúde pública e doamos sangue para o SUS, com os grevistas do Hospital Universitário na linha de frente. Nossa luta é também em defesa da universidade pública, por isso valorizamos muito a unidade com estudantes e professores.
Por fim, nós trabalhadores só podemos confiar nas nossas forças. É necessário a solidariedade ativa entre as categorias. A força da nossa greve esteve na manutenção da unidade na base na USP e na resistência dos trabalhadores da Unesp e Unicamp que também não aceitaram a divisão que nossos inimigos quiseram nos impor. Mas a importância dessa lição vai além da USP, Unesp e Unicamp. Apoiamos a greve dos metroviários porque encaramos como parte de uma mesma luta. A derrota deles impactou toda a nossa classe. Estamos colocando todas as nossas forças para vencer os nossos inimigos e retomar o caminho das vitórias aberto pelos garis.





Os trabalhadores não vão pagar pela crise da USP! Por isso exigimos a abertura imediata do livro de contas e mais verbas pra educação pública, como parte de atender a demanda salarial e contratação de funcionários e professores. Este é o caminho necessário na luta por uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, sem vestibular, e dirigido por um governo tripartite com maioria estudantil 


Marcelo Pablito, trabalhador do restaurante da USP e diretor do Sintusp








Na Unesp, somos 24 campi pelo estado e encontrávamos muita dificuldade em nos comunicar e construir ações conjuntas. A base pressionou o sindicato pela realização do III Encontro Estadual dos Trabalhadores da Unesp e, a partir dele, foi criada a Comissão Estadual de Mobilização, composta por trabalhadores eleitos na base, que com reuniões semanais passou a articular ações, como o Trancaço Unificado do dia 31/07 do qual participaram 11 unidades. Essa é a nova tradição de luta que vem se forjando na Unesp: organização pela base, utilização de métodos de luta da nossa classe e que só unidos somos fortes.
Gaetano Esposito, trabalhador da Unesp Marília, membro eleito pela base para o comando de greve local e estadual



A greve na USP e especialmente no Hospital Universitário tem sido uma grande lição para os trabalhadores, a união e o companheirismo que nasceu deste momento está mudando a história desta instituição. Trabalhadores que sofrem há anos dentro de um hospital com alta demanda de atendimento, falta de investimento, número insuficiente de funcionários decidiram sair em luta por uma saúde de qualidade e de melhores condições de trabalho. Não foi só o 0%, estamos lutando por algo muito maior que isso, é pela saúde com qualidade, é por educação de excelência e gratuita é por transparência e justiça.
Samantha, membro do comando de greve pelo Hospital Universitário da USP


A cada conversa, a cada passeata, a cada gesto de resistência, fortaleço-me pela luta desses bravos lutadores das velhas gerações que passaram, e ainda passam, por adversidades infinitas, e não cederam ao medo, a opressão, ao cansaço ou ao desespero. Rostos enrugados, pernas mancas, cabelos brancos. Cada coisa contando uma história. Sem arrego, construíram a história da classe trabalhadora do Brasil
Patrícia Galvão, membro do comando de greve eleita pela FFLCH-USP


Estar de greve não é transferir o poder de lutar pelos nossos direitos para os outros e sim nos empenharmos em lutar por todos. Foi notável também a busca e dedicação incessante por seus dirigentes e colaboradores para promover melhorias que engrandeça o movimento e o torne vitorioso. Vejo que há sempre a preocupação para que os fatos sejam tratados com coerência e boa-fé, preservando sempre os princípios e a dignidade em relação as atitudes tomadas como resolução. A greve não se faz simplesmente por pessoas “paralisadas” e sim com ações e comprometimento.
Elenice, trabalhadora do Restaurante da Física – USP

Mobilizações como a atual greve na USP nos chamam o tempo inteiro a estar atentas, a refletir, a tomar posição, dentro e fora do trabalho. Para aquelas que começam agora sua experiência de luta, é um desafio que não deve ser rejeitado, mesmo com as muitas dificuldades no caminho. Na maior universidade do Brasil, a greve oferece agora a mais rica oportunidade de aprendizado para trabalhadoras e trabalhadores. 
Amanda, trabalhadora da prefeitura do campus da USP


"Pau Que Bate Em Chico Também Bate Em Francisco
Esse dito popular, tão brilhantemente composto, esta sendo muito empregado nos discursos que cercam esse tenso momento que vivenciamos. Digno de análise minuciosa detemo-nos a principio na composição.
A afirmação que o “pau que bate” quer aqui não só expor o objeto utilizado, mas também a ação empenhada. Porém o sujeito que pratica a ação esta convenientemente oculto, vamos então, num contexto lúdico, nomea-lo governo. O oculto governo deixa o pau ser culpado sozinho, talvez com provas forjadas, no caso talhadas se tratando do pau ser de madeira.
E quem sofre a ação, Seu Chico e Dr. Francisco. Querem os deuses da boa retórica nos fazer crer que a mesma força empregada nas duas ações teriam igual peso e teor? Como o Dr. Francisco homem letrado, culto, numa brilhante carreira que lhe rende prestígio, suportaria as mesmas pauladas a que submetem Seu Chico peão de obra, que carrega três vezes o próprio peso, acostumado aos sopapos e solavancos que o oculto lhe dá.
Nota-se que a frase usada para igualar seres, setores e temores, espertamente se burla gritante numa denuncia, se erguendo contra a farsa na qual a querem usar. Se até a frase se ergue contra o oculto, o que impede Seu Chico de também o fazer? O que segura a fúria de Seu Chico é a crença que Dr. Francisco está ao seu lado aguentando calado, o pobre homem rico.
Jamais bateram no Dr. Francisco com a mesma força que sovam o Seu Chico, ainda que o braço que segura o pau seja o mesmo.
Então é no silêncio que está igualdade em questão, um por medo o outro por conveniência.
O que descobriremos então se pensarmos em outros brilhantes ditos populares. E se “a corda que sempre arrebenta do lado mais fraco” esteja propositalmente desse lado corroída por dentes que buscam na queda a liberdade. E se...
Como são ricos os ditos, apesar de populares."
Ana Gomes, trabalhadora da Faculdade de Odontologia
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