_________________________________________________________________________________________
Em novembro do ano passado, nós da Liga Estratégia Revolucionária convocamos um Encontro de trabalhadores, jovens, negros, mulheres e LGBTTI para debater as lições de junho para uma perspectiva revolucionária que reuniu 800 pessoas, em sua maioria jovens estudantes, que teve como uma das resoluções construir uma agrupação nacional no movimento operário. Abrimos esse debate em cada categoria em que estamos e, com o momento novo que se abriu com a greve dos garis, resolvemos convocar este Encontro de Trabalhadores, no dia 29/3, onde reunimos mais de 200 trabalhadores, que são parte dos mais ativos que têm atuado conosco no dia-a-dia, mas que se ligam a milhares em cada local de trabalho. O Encontro debateu as lições da greve dos garis, retomou as lições de junho e fundou o Movimento Nossa Classe (MNC). Junto aos militantes da Juventude às Ruas e as jovens do Grupo de Mulheres Pão e Rosas, que participaram da intensa e emotiva jornada de discussão expressando a aliança operário-estudantil, fomos 350 pessoas no Encontro. No site da LER-QI e no Facebook do Movimento Nossa Classe é possível ver os vídeos, fotos, depoimentos, discussões, dinâmica e resoluções do Encontro de Trabalhadores, bem como a intensa atividade que o MNC já impulsionou, como a importante solidariedade aos garis do ABC que também venceram.
A expressiva delegação de garis do Rio de Janeiro marcou o Encontro desde o começo, com seus cantos, depoimentos e ensinamentos que emocionavam e davam força para todos os trabalhadores presentes pelo exemplo de luta histórico que deram. A mesa contou com 4 garis, votados entre eles, mas todos eles cumpriram um papel fundamental e ativo em todo o Encontro compartilhando sua experiência e mostrando o salto na consciência que deram estes trabalhadores que são parte dos setores mais explorados da nossa classe.
Depois de uma discussão profunda, votamos por unanimidade a resolução de construção do Movimento Nossa Classe “tendo como fundamentos principais a luta contra o governo, os patrões e a burocracia sindical. Que os trabalhadores acreditem apenas em suas próprias forças se organizando a partir da mais ampla democracia operária. Que lute incansavelmente contra todas as formas de opressão às mulheres, negros e LGBTTIs. Que lute contra a repressão às greves e aos lutadores, contra o genocídio do povo negro e contra a militarização dos morros e favelas. Que este movimento tenha como um dos eixos organizar a mais ampla solidariedade às lutas operárias em todo o país, partindo do exemplo que fizemos na luta dos garis, mas agora com um forte movimento de centenas organizado nacionalmente. Que lute pela defesa do emprego, salário e direitos da classe trabalhadora. Que lute para varrer a burocracia dos sindicatos e retomá-los para a luta.”
Saímos convictos que vamos colocar de pé um movimento que vai fazer a diferença na nova etapa da luta de classes que se abriu no país após as jornadas de junho e agora com a entrada em cena com força do movimento operário.
O internacionalismo foi uma marca do Encontro e será do Movimento Nossa Classe
Contamos com a presença de Alejandro Vilca, dirigente do Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS) da Argentina e delegado sindical dos garis de Jujuy (Argentina)