terça-feira, 21 de outubro de 2014

Correios-SP: o que aprendemos com a traição da FINDECT?



B, carteiro de São Paulo
  A categoria de correios acaba de passar por mais uma campanha salarial, onde novamente foi traída pelos sindicatos da FINDECT, (federação que possui os dois sindicatos com maior base do pais - SP e RJ e que é fruto de uma ruptura criminosa, feita por sua direção, com a FENTECT) e assinaram um acordo sem o concentimento da categoria. Como isso aconteceu? O que podemos aprender disso?
     Vejamos em SP. Os burocratas do SINTECT-SP (ligados ao PCdoB/CTB, base do governo) se prepararam de antemão para trair. Anteciparam as eleições sindicais que aconteceriam no início deu 2015 para alguns meses antes da campanha salarial, pois assim, independente do que fizessem, teriam três anos para correr atrás do prejuízo até as próximas eleições sindicais.   
     Prepararam o terreno pois sabiam que as ondas de protestos e greves que abalaram o pais no último período também afetariam os ecetistas, e neste ponto acertaram. A expressão disso foi que a ultima assembleia realizada estava cheia como não se via em anos. A base estava com muita disposição de greve. Mesmo com o presidente do sindicato defendendo um acordo de R$200,00 de bonificação por fora do salário a depender do lucro da empresa, a categoria votou por ampla maioria pela greve. 
       A diretoria do sindicato se prontificou para manobrar a assembleia e comunicar que a ganhou a proposta de assinar o acordo. Fizeram o que fizeram porque, sendo base do governo, com tal disposição da categoria, não poderiam deixar estourar uma greve e gerar um desgaste ao governo Dilma em vésperas de uma eleição bem apertada como essa. Afundando a greve de SP (onde o sindicato possui a maior base), se afunda a greve nacional.A resposta da base, resultado de sua indignação, foi partir para cima e surrar os diretores do SINTECT-SP.
        No dia seguinte, na assembleia do Rio de Janeiro, onde o Sindicato e dirigido pelos mesmos burocratas do PCdoB, a base conseguiu pressionar para que a greve fosse decretada. A greve durou dois dias antes que os diretores do sindicato fizessem o mesmo que em SP. Novamente a resposta da categoria foi partir pra cima.
         Neste processo, a oposição do PSTU em São Paulo se limitou a aparecer no momento das eleições sindicais e fazer a fala de defesa da greve. Não fizeram nada para, assim como os garis do Rio, atropelar o sindicato traidor e nem tinham se preparado para isso.  No Rio ficaram atrás dos seguranças junto com os burocratas ao invés de junto com a categoria. O PCO em SPser limitou a panfletar na porta da assembleia, também sem nenhuma atitude seria para fazer como os garis.
        Com isso, devemos tirar algumas conclusões:
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1)Que o reajuste salarial real este ano foi de 0%, diferente do que dizem os burocratas da FINDECT. Bonificação não e reajuste salarial.
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2)Que não é a categoria que é pelega. Esta estava com muita disposição de greve. Pelegos são os diretores dos sindicatos da FINDECT. Estão no sindicato apenas para frear a luta dos trabalhadores. São governistas vendidos. Nenhuma gota de confiança deve ser depositada neles.
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3)Que as oposicoes (tanto PCO - FENTECT - quanto PSTU) não serviram para enfrentar realmente a burocracia sindical. Não se prepararam nem se pretenderam fazer isso.
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4)Que partir para cima dos burocratas não é suficiente.Os ataques da empresa e do governo, independente de qual for (seja Marina, Dilma ou Aecio),principalmente com crise econômica chegando, continuaram vindo. É necessario uma organização na base, em cada CDD, CTC, CEE e agencia, capaz defazer como os Garis do Rio de Janeiro que passaram por cima do sindicato ou retormar o sindicato para fazer como os trabalhadores da USP, que com um sindicato combativo de base atravessaram 4 meses de greve, inclusive pela copa, até conseguir ganhar.
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            Chamo a todos para conhecer o Movimento Nossa Classe, um movimento que surgiu em um encontro de mais de 200 trabalhadores de distintas categorias de trabalhadores (bancários, metaurgicos, professores, etc) para tirar as lições da greve dos Garis do Rio de Janeiro. Aplicamos essas lições na greve da USP a partir do seu sindicato (SINTUSP) e fomos vitoriosos. 
Nossa intenção é organizar mais trabalhadores em cada local de trabalho para lutar contra os ataques dos patrões e governos, tirar os burocratas vendidos dos sindicatos e ajudar ativamente nas lutas dos trabalhadores, independente da categoria que façam parte, formando assim um movimento da nossa classe, a classe trabalhadora.

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