segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Trabalhadores da USP vencem e deixam lições para classe trabalhadora de todo o país


Nesta edição colocamos as principais lições da greve da USP e das universidades estaduais paulistas, que terminou com uma vitória importante que, assim como a dos garis do Rio de Janeiro, deixa lições para todas as categorias, com a importância de que agora teve um sindicato combativo à frente, o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), do qual nós do Movimento Nossa Classe fazemos parte. Cada vitória da nossa classe deve ser conhecida e refletida por todos os trabalhadores, como na USP fizemos com a vitória dos garis que foi nossa inspiração. Em um momento de eleições, onde os candidatos dos patrões vendem ilusões de melhoria da situação do transporte, da saúde e da educação, nós sabemos que eles já preparam uma série de ataques contra a nossa classe. Por isso mais do que nunca é preciso se organizar, se organize conosco no Movimento Nossa Classe!




Lições da greve da USP



1)Não tem arrego! 
Quando os garis do Rio de Janeiro fizeram sua greve histórica, impondo derrotas ao governo e à patronal, atropelando seu sindicato vendido, a mídia burguesa e a repressão policial, nós dissemos: façamos como os garis! Os trabalhadores da USP, nos momentos mais difíceis, lembravam dos garis. Tomar as lições desta greve, para que a cada nova luta não partamos do zero e possamos avançar na luta de classes é tarefa fundamental. A importante lição para os trabalhadores, que tiramos destas duas greves, é que nunca partamos do zero e confiemos nas na força dos trabalhadores!

2) Precisamos retomar os sindicatos como ferramentas de luta e unir a tradição combativa com o novo vigor da juventude
Ter um sindicato democrático e combativo, como o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), que impulsiona a organização dos trabalhadores a partir da base, garantiu que nada nos segurasse! No nosso sindicato, temos uma tradição combativa há décadas. As jornadas de junho de 2013 trouxeram uma nova camada de jovens trabalhadores para a luta. O vigor da juventude aprendendo com a tradição de luta do Sintusp foi decisiva pra vitória e assegura o futuro de luta da categoria. Precisamos tirar os dirigentes vendidos dos sindicatos, que são amigos dos governos e patrões, para haver outros como o Sintusp, unindo o melhor dos lutadores de tradição com a juventude.

3) É fundamental a mais ampla democracia operária
Temos uma tradição que mais uma vez se concretizou. Na greve, a diretoria do Sintusp não faz reuniões separadas. O PODER DE TODAS AS DECISÕES é da base em assembléia, reuniões de unidade e no COMANDO DE GREVE, que tinha mais de 100 delegados eleitos nas reuniões de cada unidade. Estes representantes ligam a base da categoria e a direção da greve, no caso, o próprio Comando de Greve, que tinha o "pulso" da categoria, podendo levar adiante as propostas que surgiam na base e enfrentar os problemas coletivamente. Se algum representante não levasse as posições de cada unidade pro Comando (onde também podia colocar suas posições para avançar o movimento) e vice-versa, outro trabalhador poderia ser eleito em seu lugar. Ainda assim, tudo que foi discutido no Comando era aprovado por um organismo soberano, a Assembleia Geral, onde o microfone era aberto para qualquer trabalhador.


4) Os trabalhadores devem ir além da luta pelo salário, tomando para si as demandas do povo oprimido
Nossa luta não foi unicamente pelo salário, questão na qual conseguimos derrotar o 0% que queriam nos impor durante 100 dias e chegamos a 5,2% (com abono retroativo à database), mas em defesa da educação e saúde públicas. Mostramos que estamos ao lado da população. Mais de 100 trabalhadores doaram sangue, em um ato-doação, para anunciar que “enquanto a Reitoria dá o sangue pro patrão, nós doamos o sangue para a população”. Ainda durante a greve, os trabalhadores se levantaram contra os atos de racismo, como o assassinato do jovem Mike Brown, promovendo atividades sobre a questão negra, debateram também o machismo, a homofobia e a transfobia.


5) Ninguém fica pra trás!
Em meio a nossa greve 42 metroviários foram demitidos. Os trabalhadores da USP gritaram, ecoando a voz dos metroviários: Ninguém fica pra trás! Organizamos atos pela reintegração dos metroviários, acompanhamos suas ações, abrimos espaço pra qualquer metroviário colocar a sua luta. Também não deixamos para trás os trabalhadores dos Hospitais Universitários (HU e HRAC) que estão sendo atacados junto aos equipamentos de saúde da USP. Em meio à greve, nosso companheiro Fábio Hideki foi preso por se manifestar contra as injustiças da Copa, e novamente gritamos: Ninguém fica pra trás e ele foi libertado depois de 45 dias! Uma das maiores fortalezas dos trabalhadores é a solidariedade de classe. O corte de salário de mais de 1500 grevistas colocou a prova esta ideia. E a solidariedade de classe prevaleceu: todos se ajudaram, contribuindo e apoiando o companheiro que estava sem salário. Esta solidariedade se expressou por outras categorias conosco. A força da greve impôs que os salários fossem pagos.

6) É necessário unir toda a classe trabalhadora
Que os trabalhadores passem a considerar que todas as categorias são parte de uma mesma classe é um grande avanço na consciência. Em nossa greve importantes exemplos foram dados: nos solidarizamos com outras categorias em greve, como os metroviários e os carteiros, além do apoio às lutas de trabalhadores em outros países, com das fábricas da Lear e da Donnelley na Argentina, que sofreram com demissões. Também levantamos a bandeira da efetivação de todos os trabalhadores terceirizados, organizando um importante ato na São Remo, onde moram milhares de terceirizados, chamando a unidade da classe operária.


7) As mulheres na linha de frente
Nas assembleias, nos Comandos de Greve, nos piquetes, nos enfrentamentos com a polícia, na organização cotidiana da greve nas unidades, as mulheres foram linha de frente, com grande destaque para as trabalhadoras do Hospital Universitário. Por isso, foi fundamental a atuação da Secretaria de Mulheres do Sintusp, que contribuiu na organização das mulheres em espaços próprios e levando o debate sobre machismo e homofobia para toda a categoria. Outra lição é que nossa classe precisa levantar, com toda força, a luta das mulheres trabalhadoras e que elas na linha de frente fortalecem muito a luta!

8) Utilizemos os métodos históricos de luta da classe trabalhadora
Nessa greve conseguimos retomar com força os métodos de luta da classe trabalhadora, sempre combinado aos objetivos políticos da greve. Além da própria greve como instrumento de luta, foram organizados dezenas de piquetes, inclusive de 24 horas e, em especial, o “trancaço” dos 3 portões da USP. Resistindo à repressão policial, os trabalhadores permaneceram na linha de frente contra as balas de borracha e gás lacrimogêneo e tivemos mais de 10 feridos. Os cortes de rua foram parte de toda a greve nestes 116 dias, além da retomada de grandes passeatas que marchavam por quilômetros pela cidade se dirigindo à população.

Depoimento do Brandão


Brandão é diretor do Sintusp e militante do Movimento Nossa Classe, foi demitido político em 2008. O fortalecimento do Sintusp e da categoria com essa greve recoloca com peso a luta pela sua readmissão que nunca deixou de ser pauta da categoria.
Apresentamos essas lições para que sejam apropriadas e contribuam na tarefa de retomar os sindicatos como ferramentas de luta, ao mesmo tempo que lutamos por organismos democráticos de base, com delegados sindicais em todos os locais de trabalho e fábricas. Isso é parte do que chamamos de frente-única operária, quando todas as tendências e correntes de trabalhadores podem se expressar nos organismos da classe com um objetivo único de levar as lutas dos trabalhadores à vitória.

As direções do movimento estudantil estiveram mais preocupadas com as eleições nacionais do que com a luta contra o desmonte da universidade. Ao mesmo tempo, houve uma importante camada de estudantes, em especial a Juventude às Ruas e o grupo de mulheres Pão e Rosas, além de estudantes independentes, que esteve lado a lado conosco nesta greve. Por outro lado, nossa Central Sindical, a CSP-Conlutas esteve muito aquém do que deveria. É preciso reverter essa situação urgentemente!

O Sintusp protagonizou a abertura de uma conjuntura mais favorável para os trabalhadores, estancando a "sangria" que vinha ocorrendo com derrotas como a do Metrô de São Paulo e outras categorias. Por isso, mais do que nunca, o Sintusp pode avançar para ser um polo classista e combativo no estado de São Paulo, como exemplo de luta em todo o Brasil.

Nós, do Movimento Nossa Classe, consideramos que fomos parte importante da direção da greve, participando do Comando de Greve em aliança, especialmente, com o Coletivo Piqueteiros e Lutadores que são outro grupo combativo histórico da categoria. Desde o início da greve demos um importante salto na construção de nosso Movimento, que hoje conta com dezenas de militantes na USP, além de estar presente em diversas categorias. O avanço do nosso Movimento é mais um saldo positivo da greve.

Tarefas do momento para os trabalhadores da USP
Por um plano de luta efetivo contra a desvinculação do Hospital Universitário e pela devolução do HRAC! Transformar o HU em uma causa popular!
Combater o Plano de Demissões Voluntárias!
Nenhuma punição e reposição de horas aos grevistas!
Construir Encontros Estaduais aumentando a unificação dos trabalhadores da USP, Unesp e Unicamp na luta contra o desmonte das universidades públicas que querem passar!
Colocar de pé uma ampla campanha pela reintegração de Brandão e dos metroviários demitidos!

Cercar de solidariedade as próximas lutas, como a greve dos bancários!

Trabalhadores da Unesp também deram exemplos



Bruna e Gaetano, membros do Comando de Greve da Unesp-Marília

Nossa maior vitória não foi financeira. Aprendemos muito com essa greve, nos tornamos protagonistas de nossa luta e responsáveis diretos pela vitória. Vencemos o medo do corte de ponto que nos assombrava desde a greve de 2013. Entendemos o papel que cada um tem na construção da greve, paramos de terceirizar nossa luta, construímos a mobilização com nossas próprias mãos, através dos Comandos de Greve.

Na UNESP, o obstáculo de estarmos divididos em 24 cidades transformou-se em arma a nosso favor. Organizados estadualmente, a partir de representantes da base dos trabalhadores (Comissão Estadual de Mobilização), construímos atos simultâneos em diversas cidades. Mostramos nossa unidade, nos fortalecemos e aprendemos com os exemplos dos companheiros das demais unidades e também da Usp e da Unicamp. Estudamos, observamos e deixamos de ser passivos, avançamos em nossos métodos de luta: construímos trancaços, passeatas, doações de sangue, muitas panfletagens, cartazes e outras intervenções visuais. A greve ficou com a nossa cara!

A aproximação com os estudantes foi fundamental, além de trocarmos experiências e conhecermos mais a fundo suas pautas, pudemos nos fortalecer por estarmos lutando sempre juntos. Amadurecemos tanto que percebemos que as vitórias da USP, dos garis e de qualquer categoria, também é uma vitória nossa! Nossa luta é uma só! Vimos que é fundamental apoiar outras greves, mesmo que seja apenas com uma foto.


Antes esperávamos que o Sindicato trabalhasse e decidisse por nós, hoje aprendemos que a greve somos nós que fazemos e que nossos representantes sindicais devem seguir o que as assembleias de base aprovam. Aprendemos a acreditar nas nossas forças, e isso foi fundamental para que resistíssemos até o fim. Trabalhamos muito para alcançar a vitória, por isso, dessa vez, ela teve um sabor especial!

Na Unicamp, o sindicato (STU) abandonou a luta unificada, mas trabalhadores da base resistiram bravamente



Nossa Classe Unicamp


Essa foi a mais importante greve da história da Unicamp, não só pela duração e os adversários que enfrentamos, mas pelo principal saldo da luta: a unidade e o protagonismo ativo das bases dos trabalhadores nos rumos da greve. A vontade da base de ir até o fim enquanto existissem forças para vencer foi crucial para seguirmos lado a lado dos companheiros da USP e da UNESP nos atos, manifestações, passeatas unificadas, e botar em prática a lição do “não tem arrego!”. Sem dúvida, a nova geração de ativistas combativos, auto-organizados nas unidades, que surgiu na Unicamp foi um ganho enorme para os próximos combates. Assim como a aliança com os estudantes, principalmente do CACH nos atos, trancaços e outras ações. Isso foi importante pois, diferentemente do Sintusp que serviu para impulsionar democraticamente a luta, nosso sindicato, o STU, não esteve a serviço de desenvolvê-la até o fim. Dirigido pelo PCdoB, mas composto por distintas forças políticas (PSOL, PSTU e um grupo da Reitoria), a maior parte da diretoria se conciliou com as manobras da ala majoritária, abandonando a luta pela pauta unificada defendendo terminar a greve antes do triunfo! Mas nossa organização de base se fortaleceu e começamos a construir uma alternativa a partir da base, assumindo para nós as rédeas da luta, com participação nas decisões, dividindo tarefas para garantir os avanços e para recuperar nosso sindicato para a luta.

Bancários entram em greve apesar do corpo mole da CUT/CONTRAF



Por Edison, cipeiro da Ag. Sete de Abril da CAIXA (SP)
A poucos dias das eleições nacionais, os bancários de todo o país entram em greve a partir de 30/09. Nesse ano, enfrentamos não apenas a intransigência dos banqueiros, que continuam lucrando absurdos, mas nossas próprias direções sindicais. Superando seu próprio histórico de traições, a direção petista do Sindicato, em meio ao cenário em que sua prioridade é a reeleição de Dilma, está agora “traindo a greve por antecipação”, dando todos os sinais de que a depender deles, nem sequer haveria greve.

Porém a categoria vem de 10 anos seguidos fazendo greve, e se habituou a usar as greves como uma espécie de válvula de escape contra as pressões e assédios do dia a dia. Mesmo antes de qualquer assembleia, a pressão da base deixou claro que não aceitaríamos as migalhas oferecidas pelos banqueiros da Fenaban sem oferecer nenhuma luta.

Nossa enorme tarefa agora é transformar essa indignação e essa pressão surda que existe na base, em uma postura ativa e militante. E mostrar que os bancários também podem aprender com as lições das greves dos garis cariocas e dos trabalhadores da USP.


Nesse caminho, não tardará o dia em que categoria vai poder retomar o caminho da grande greve de 2004, em que houve uma verdadeira rebelião de base, mas dessa vez sem recuar até expulsar os burocratas do Sindicato e recuperar essa enorme ferramenta para a luta independente da classe trabalhadora.

Sigamos a luta pela readmissão de todos os metroviários de São Paulo demitidos


Os patrões tentam intimidar com repressão quando lutamos, chegando a demitir em várias categorias. Readmitir cada um é fundamental para recompor a disposição de luta das categorias, mostrando aos patrões que ninguém fica pra trás. Nós, do Movimento Nossa Classe (MNC), estamos em duas categorias que sofreram demissões políticas: a USP e os metroviários de São Paulo (onde o grupo Metroviários pela Base constrói o MNC), onde 42 foram demitidos pela greve histórica desse ano (e outros de 2007) e na USP. Colocamos todas as forças para readmitir esses companheiros e é importante que todas as categorias que sofreram demissões façam o mesmo.
No metrô, até a justiça, que está do lado dos patrões, foi obrigada a reconhecer que as demissões do Alckmin foram ilegais e reintegrou 10 demitidos (o processo segue aberto). Mas não podemos parar até que os 42 estejam nos seus locais de trabalho. O Sindicato dos Metroviários precisa sair urgentemente da passividade, parar de confiar que a justiça vai garantir o retorno de todos e gerar um clima de “já ganhamos”, como faz a maioria da diretoria. É necessário reverter as punições que os trabalhadores que estão usando o botom da campanha pela readmissão sofreram e que o sindicato encabece a batalha para generalizar a utilização do botom. Mas é preciso ir além, com grandes iniciativas que pressionem efetivamente pela readmissão imediata dos 42 (e também dos de 2007).

Chega de demissões nas indústrias!



Júlio, metalúrgico de Contagem
Vivemos um ano difícil para milhares de trabalhadores na indústria, a patronal vem destilando todo seu veneno contra a peãozada. A patronal da metalurgia, que recebeu muito dinheiro público do governo Dilma e teve lucros absurdos nos últimos anos, vem chantageando com mais demissões durante as eleições, para garantir que qualquer dos candidatos aplique um plano de ajuste e siga com financiamentos no próximo governo. Não foi a toa que o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) recebeu Dilma, Aécio e Marina, para juntos elaborarem um pacote de maldades contra a classe trabalhadora.

As burocracias sindicais da CUT e da Forca Sindical, que dirigem os principais sindicatos do país, já mostraram estar do lado dos patrões. Os trabalhadores da USP mostraram o caminho para vencer. Nós, do Movimento Nossa Classe, que atuamos nessa greve, seguimos nossa campanha contra as demissões e os ataques aos trabalhadores das indústrias, lançando agora novos materiais e cartazes contra as demissões. Estamos em fabricas de Contagem/MG, Campinas, ABC, São Paulo Capital, Marília e Franca, a maioria metalúrgicas. Venham participar e construir o Movimento Nossa Classe.


Você sabia que na Argentina, duas grandes multinacionais que tem fábricas também no Brasil, uma de auto peças chamada Lear e outra gráfica chamada Donnelley, tentaram impor demissões e os trabalhadores organizados vem travando uma grande batalha pelos seus empregos, mostrando que é possível barrar o ataque da patronal? Façamos como nossos companheiros argentinos, lutemos pelos nossos empregos e dignidade!

Burocracia traiu de novo os carteiros, é preciso dizer basta!



Por carteiros e delegados sindicais de SP


A categoria estava inflamada pra campanha salarial. A última assembleia realizada em SP estava lotada como não se via há anos. A proposta oferecida pela empresa e defendida pela direção do sindicato era de R$200 como bonificação, por fora do salário, o que na pratica significa reajuste de 0%. Na votação, a proposta de greve claramente ganhou por ampla maioria. Mesmo com a enorme energia da base pela greve, os diretores do sindicato do SINTECT-SP (ligados ao PCdoB/CTB, base do governo Dilma) mentiram dizendo que foi votado aceitar o acordo, afundando o movimento na maior base do país. O preço pago foi que a base deu uma surra nos burocratas no final da assembleia (o que, diga-se de passagem, foi pouco pelo tamanho da traição). No Rio de Janeiro, os mesmos burocratas, com medo de nova surra, aprovaram a greve, que durou dois dias antes de repetir o que foi feito em São Paulo e manobrar a assembleia pra acabar com a greve. A resposta dada pela base também foi de ir para cima. Esta não foi a primeira vez que a direção da CTB trai nem será a ultima e a oposição não vem sendo alternativa real. Os ataques do governo e da empresa continuam aumentando. Precisamos nos organizar e nos articular pela base pra fazer como os garis do Rio, que atropelaram seu sindicato e ganharam da empresa e do governo. Com isso, podemos chegar a retomar o sindicato pra luta, para fazer como o Sintusp.

LIÇÕES DA GREVE DA USP E DAS ESTADUAIS PAULISTAS





No sábado passado, dia 27 de setembro, mais de 100 pessoas se reuniram para discutir as lições da greve da USP e das estaduais paulistas. Além de trabalhadores da USP, diversas categorias compunham o plenário, como carteiros, metroviários, professores, operários da indústria, bancários, entre outros, todos atentos às lições para construir um Movimento forte e classista apto para lutar pelos trabalhadores contra os ataques que virão do governo e da patronal. Em meio a este período de eleições, partimos de discutir também que os trabalhadores devem também fazer política contra a política da burguesia e dos seus candidatos que querem vender ilusões para os trabalhadores.
Foram 08 eixos de discussões das lições da greve.
1) “Não tem Arrego”
Diante de diversos ataques e permanecemos fortes sempre repetindo: Façamos como os garis, não tem arrego!
2) Democracia Operária
Auto-organização estimulada pelo Sintusp, Comando de Greve forte e Assembleias Soberanas.
3) Tradição aliada ao novo ativismo
Tradição de luta do Sintusp aliado aos novos ativistas.
4) Hegemonia Operária
Trabalhadores ao lado da população discutindo questões que vão além da pauta salarial.
5) Ninguém fica pra trás!
Atos pela readmissão dos metroviários, pela libertação do companheiro Fábio Hideki, contra o corte de ponto, com doações para o fundo de greve.
6) Unidade das fileiras operárias
Mostras de solidariedade de classes e unidade entre efetivos e terceirizados.
7) Mulheres na linha de frente
Importante papel desempenhado pelas mulheres nesta greve e na luta dos trabalhadores.
8) Métodos da classe trabalhadora
Piquetes, atos passeatas e cortes de rua são métodos construídos pelo nosso Sindicato que devemos manter como método de luta.
A partir dessas 08 lições aconteceram diversas falas, todas importantes para fortalecer o plano de lutas do Movimento. A mesa foi composta por Patricia Galvão da FFLCH, Bruna da Unesp de Marilia, Yuna da Prefeitura do Campus, Cleber da Faculdade de Educação, Vilma do Restaurante da Física, Claudionor Brandão diretor do Sintusp e demitido político, e Samanta do Hospital Universitário.
A companheira Yuna, da Prefeitura, fez uma das falas mais comoventes: "Nessa greve e me organizando em um movimento descobri que eu também posso sonhar por um mundo novo, e por isso a importância da participação do meu filho na greve com o Cantinho das Crianças que permitiu que ele entendesse que sua mãe sonha por um mundo melhor que é o mundo que ele vai viver".
A companheira Nani, trabalhadora da Creche Oeste, lembrou das tentativas da burguesia de fazer parecer que não existem classes sociais e como os trabalhadores devem se organizar na luta de classes. Contamos ainda com a participação do companheiro Val Lisboa, dirigente da LER-QI, que acompanhou a greve dos garis no Rio e a fundação do Movimento e saudou a luta dos Trabalhadores da USP. Companheiros do MNN (Movimento Negação da Negação), Bruno e João, também fizeram uma saudação aos trabalhadores que compões as fileiras do Movimento Nossa Classe.
Pontuamos os ataques que sofremos e a necessidade de seguir um forte plano de luta. Encaminhamos a elaboração de um jornal contendo as lições da greve que deverá sair esta semana; uma campanha de cartazes pela região com eixo na questão do Hospital Universitário; um encontro nacional do Movimento Nossa Classe que deverá acontecer em novembro, para lançarmos nosso manifesto; ter como tarefas principais a luta contra a desvinculação do Hospital Universitário e a retomada do HRAC (Bauru) e a reintegração do companheiro Brandão e dos demitidos do metrô, a luta contra o PDV, manter o apoio a lutas internacionais dos trabalhadores, principalmente Lear e Donnelley (atualmente chamada Madygraf), aprofundar a aliança entre trabalhadores e estudantes, registrar relatos da greve em um livro, participar das secretarias de mulheres (com o V Encontro marcado para novembro), de políticas anti-racistas, além de outras propostas que levaremos para o Sintusp (novas secretarias, idéias de blogs, Encontros Estaduais). Reforçamos também a necessidade de organizar as finanças do Movimento para podermos manter nossa autonomia, nossos encontros e a impressão dos panfletos, jornais e boletins.
Discutimos também de nos solidarizar com as próximas lutas, como a de bancários. A partir desses encaminhamentos partiremos para fortalecer o Movimento Nossa Classe e organizar a luta da classe trabalhadora contra governos e patrões.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Venha discutir as Lições da Greve das Universidades Estaduais Paulistas



quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Panfletagem Boletim Nossa Classe na Vallourec, antiga Mannesmann

Ontem e hoje o Movimento Nossa Classe de BH/Contagem, realizaram panfletagem na fábrica Vallourec, antiga Mannesmann, uma das fábricas mais importantes da região. Veja fotos da panfletagem e leia o boletim aqui.




Boletim Nossa Classe Metalurgia BH/Contagem




domingo, 21 de setembro de 2014

Veja fala de Pablito, diretor do Sintusp, assembleia de encerramento da greve



quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Mesmo com a traição do Sintect-SP, a hora é de organizar a base para impor a greve!




B. carteiro de São Paulo

         

Hoje em São Paulo ocorreu a assembléia dos correios na qual seria decido se decretaria greve ou fecharia acordo com a empresa. A casa estava lotada, com milhares de ECTistas. A categoria estava com muita energia e o clima era claramente de greve.
         

A proposta da ECT apresentada reajustaria linearmente R$200,00 porém como uma bonificação, sem entrar no salario, o que significa que esse valor não entra nas ferias, hora extra, decimo terceiro, etc. Se tratava claramente de uma manobra da empresa na qual a categoria não deveria cair. Porém a direção do Sintect-SP se posicionou a favor da proposta.          
Na hora da votação a maioria esmagadora votou pela greve e vaiou a proposta da empresa.  Mesmo com a quadra lotada e com a base inflamada, Divisa (o presidente do sindicato) comunica a vitoria da proposta de acordar com a empresa e não fazer greve.  A revolta foi instantânea e os carteiros não deixaram barato. Partiram para cima da direção do sindicato que tiveram que sair fugidos pelas laterais após algumas cadeiradas.
           
Ainda podemos contornar esses burocratas assim como os garis no Rio de Janeiro fizeram no carnaval, arrancando 37% de reajuste. Amanhã dia 17/09 ocorrera as assembléias nos outros estados. Se estourar greve em outros lugares como Rio de Janeiro devemos entrar junto tendo o apoio do sindicato ou não. Estamos em vespera de eleição, o que torna o cenario favoravel a uma proposta melhor do que essaPara isso, devemos estar atentos e preparados ao que acontecer amanha, discutir o que aconteceu em cada local de trabalho e articular, com todos os cdds, agencias, cees e ctcs que puderem a greve pela base. Ja a Oposição deve fazer um chamado a todos os delegados e ativistas de oposição paraa um encontro para organizar a categora justamente neste sentido. Somente assim poderemos verdadeiramente lutar por nossos interesses.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Saiu o Boletim Nossa Classe USP #7





NENHUMA PUNIÇÃO AOS LUTADORES: ABAIXO A COMPENSAÇÃO DE HORAS!
PAGAMENTO IMEDIATO DO ABONO SALARIAL DE 28,6%!

A reitoria da USP e o governo de São Paulo tentaram de todas as formas derrotar a greve dos trabalhadores das universidades estaduais. Agora, Zago que, foi obrigado a devolver os salários descontados e sofreu uma derrota na justiça, não quer cumprir nem mesmo o abono salarial de 28,6% apontado pelo TRT!!  Depois de dizer na imprensa que “está se divertindo” diante de uma crise politica que já dura quase 4 meses,  Zago quer punir os trabalhadores com a reposição de todas as horas de mais de 110 dias de uma greve se estendeu pelo autoritarismo da própria reitoria atacando ao direito de greve e buscando “acabar com a dinâmica de sindicalismo no meio acadêmico”. Apoiados na força do nosso movimento enfrentamos o corte de ponto, a repressão policial e o autoritarismo da reitoria durante mais de 110 dias de greve, SEM ARREGO!! Não aceitaremos nenhuma punição aos lutadores! Abaixo a reposição de horas! Pagamento imediato do abono salarial de 28,6%!

Mais verbas para as universidades e para a educação! Abertura de todas as contas! Abaixo os privilégios da burocracia acadêmica!


O debate sobre a crise orçamentária na USP continua presente nas declarações de Zago e Alckmin que se negam a tratar do necessário aumento de verbas para a universidade e para a educação, resumindo a questão a um problema de gestão. Esta é a forma de justificar que a crise seja descarregada nas costas dos trabalhadores que pagam com seus salários e empregos uma crise provocada pela reitoria, pela burocracia acadêmica e pelo governo que, mantém o segredo total nas contas da universidade e se negam a reconhecer que as universidades estaduais paulistas passaram por uma enorme expansão nos últimos anos, mantendo um orçamento baseado nos mesmos 9,57% do ICMS desde 1995 (!!) e desde então se negando a aumentar as verbas para as universidades e para a educação. É necessário abrir as contas da universidade e acabar com os privilégios da burocracia acadêmica e ao mesmo tempo impor através de nossa luta o aumento de verbas para as universidades e para a educação!



JOÃO DONATI PRESENTE! Punição aos responsáveis! Abaixo a homofobia!

Na última quarta-feira mais um jovem homossexual foi brutalmente assassinado. Dessa vez, no país com maior índice de assassinatos de homo e transsexuais no mundo (um por dia), a vítima foi o goiano Joao Donati. A homofobia se expressa no cotidiano de todo trabalhador: começa na piada, passa pelo deboche e isolamento e pode chegar até mesmo na agressão e assassinato.

Toda essa opressão que reproduzimos contra uma pessoa que se identifique com o gênero (homem/mulher) oposto do qual ela nasceu (travesti e transexual) ou contra uma pessoa que sinta desejos sexuais por outra do mesmo gênero (homossexual - gay e lésbica) nos é ensinada desde cedo dentro das nossas famílias, nas escolas, nos programas de televisão e também em algumas igrejas. Essa opressão também é incentivada por vários partidos, governos e bancadas parlamentares e encoberta pelas instituições do Estado, como a polícia e a justiça.

Nessas eleições vemos, por um lado, Marina (PSB) e Aécio (PSDB) retirarem de seus programas de governo qualquer menção ao combate à homofobia ou a igualdade de direitos entre as pessoas, independente de seus desejos sexuais, por outro lado, Dilma (PT) faz promessas de criminalizar a homofobia e aprovar o casamento igualitário após passar quatro anos governando aliada com Marcos Feliciano (PSC) e sua bancada parlamentar e vetando projetos como o Kit anti-homofobia.

Não podemos esperar deles nenhum combate sério à homofobia. A classe dominante utiliza dessa e de outras formas de opressão para dividir nossa classe e melhor explorar os trabalhadores, por isso precisa partir de nós, trabalhadores em greve, a resposta para o assassinato de João Donati e tantos outros homossexuais. A ida de uma delegação do Comando de Greve ao ato de sábado passado contra a homofobia é um exemplo a ser seguido por todas as categorias. Também a iniciativa do DEBATE SOBRE AS OPRESSÕES, terça-feira, 16/09, às 9 horas no SINTUSP, contra o machismo, a homofobia e a transfobia é um espaço de fundamental importância para toda a nossa categoria participar!

sábado, 13 de setembro de 2014

Campanha Salarial Correios: o momento é de greve! Relato da Assembléia do dia 10/09/2014



B. Carteiro de São Paulo

Ontem assisti à ultima assembleia da SINDECT-SP realizada no CTMC Clube. A casa estava cheia. Assembleia lotada. Se via carteiros de todos os cantos de São Paulo e claramente categoria estava com muita disposição. Nada muito difícil de se imaginar vindo de uma categoria com histórico de grandes lutas, em péssimas condições de trabalho e que assistiu nesse ano a histórica greve dos garis (com reajuste de 37%), a greve dos rodoviários do Sul, estão assistindo a greve de quase quatro meses dos trabalhadores da USP e também (apesar das demissões) a greve dos metroviários.

O discurso da direção do sindicato chamava todos a ação caso a empresa não desse uma proposta maior. Muitos se empolgavam com a cena. Quando perguntavam o que deveria ser feito, a resposta da massa de carteiros era bem clara: GREVE!!!! Após tantos ataques, como a criação do correiosPAR (ver nota  http://movimentonossaclasse.blogspot.com.br/2014/09/correiospar-um-novo-ataque-aos.html) , a terceirização, o PostalSaude, as péssimas condições de trabalho, a não abertura de concurso publico e o assedio moral chegou o momentos de irmos a luta. Não podemos mais aceitar tudo isso de cabeça baixa. É dever de todo ecetista que se inflamou com a energia dos carteiros na ultima assembleia paralisar a si e a seus colegas de trabalho.

Como disse, o clima ontem era contagiante. Se alguém de fora visse a postura dos diretores se confundiria e pensaria que se tratava de uma direção realmente combativa. Porem, quem não pode se confundir de jeito nenhum são os ectistas. Para tirar a confusão é preciso, para começar, resgatar na memoria a greve do ano passado onde o sindicato manobrou e com isso enterrou a greve em 2 dias, isolando SP da greve nacional que durou 21 dias. Além disso, a diretoria é do PCdoB, partido com rabo preso com o governo, o que não permite que eles façam uma luta seria contra a empresa, ainda mais em um cenário eleitoral disputado onde uma grande greve pode queimar a imagem da Dilma. 

Foi estranho (para não dizer outra coisa) que não disseram nada sobre a criação da CorreiosPAR, a maior politica de privatização dos correios do ultimo período. Comentaram muito pouco sobre a questão das condições de trabalho e nada sobre a abertura do concurso. Focaram apenas na questão salarial como se essa fosse a única forma de ataque que esta utilizando. Uma greve que de fato atenda as reais necessidades dos ecetistas não pode lutar apenas por questões salariais. Não me parece que a direção da Sintect esta fazendo uma preparação  para uma greve que, como disse, atende as reais necessidades dos ecetistas e sim a preparação de uma greve curta como a do ano passado apenas para não ficar feio perante a categoria e assim se manter no sindicato e ao mesmo tempo sem se enfrentar de verdade com a empresa  e o governo.


Temos que ficar de olhos abertos. Para fazer a greve ser realmente forte e impedir as manobras dos burocratas que compõe a direção do Sintect temos chamar a todos à greve, mobilizar todos os delegados sindicais da base, organizar o máximo possível de ecetistas por agência, CDD, CTC e CEE, comparecer às assembleias, e exigir que a base tenha voz. Para além disso, as oposições devem largar sua postura de aparato aparecendo somente nas eleições, lagar sua competição mesquinha que impede qualquer tipo de unidade de ação e usar toda sua energia para mobilizar e construir a greve na base e fazer um chamado para um encontro de delegados e ativistas de oposição para disputar os rumos e a direção da greve.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Boletim Nossa Classe Metalúrgicos Campinas #2



Marina, cadê a “nova política”?
Marina Silva durante toda sua campanha fala desse blábláblá de “nova política” e que é filha das manifestações de Junho do ano passado, mas a realidade é muito diferente. Mais de uma vez Marina disse que os bancos (o Itaú, que financia a campanha dela, só esse ano lucrou 7,1 bilhões de reais) e as empresas terão ainda mais liberdade para lucrarem quanto quiserem em cima de nossas costas. Já disse também que quer flexibilizar as leis trabalhistas tentando acabar com as ações trabalhistas individuais contra as empresas.

A “nova política” de Marina, será, como ela mesma já disse, com os velhos do PSDB e do PT e até o PMDB, partido mais velho do Brasil, está de olho no governo de Marina. Até Fernando Henrique (ex-presidente, PSDB), o cara que privatizou o Brasil, irá apoiar a Marina no segundo turno. Não é possível mudar nada com essa velha máquina podre.

NESTA AÍ ATÉ MEU PATRÃO VOTA!
PEÃO NÃO VOTA EM CANDIDATO DE PATRÃO!


A Marina “ambientalista”:
Mesmo se dizendo ambientalista, Marina se reuniu com mais de 50 grandes fazendeiros do país (aqueles que matam índios, que são donos sozinhos de mais de 49% de todas as terras do país) e garantiu que eles poderão, através de Lei, desmatar o que resta da Mata Atlântica e da Amazônia para ficarem cada vez mais podres de ricos.

Trabalho: direito ou privilégio?
Sempre que a produção baixa, o patrão diz que tá em crise e que vai ter que demitir, passar o facão... Tratam os trabalhadores como um produto descartável, usa e depois joga fora. Até pouco tempo atrás, estávamos acostumados que se fossemos mandados embora, em uma semana arrumaríamos outro emprego. Mas as coisas estão diferentes, cada vez mais difícil conseguir trampo... Na realidade o emprego não é um privilégio que o patrão “bonzinho” nos dá. Quem produz na fábrica? Nós ou o patrão? Somos nós que produzimos toda a riqueza do mundo, e por acaso você já viu trabalhador rico? Peão trabalha porque tem que comer e sustentar a família, ou seja, o emprego é nosso direito à vida. Não podemos mais aceitar demissões como algo natural, temos que defender o emprego com unhas e dentes.


Campanha salarial
Ae, domingo tem assembleia da campanha salarial no sindicato, às 9h30, precisamos colar pra que essa campanha salarial aconteça de fato e saia desse lance de pedir 12% e conseguir 7% todo ano. Vamo ae peãozada, viver tá muito caro, se tudo aumenta então aumenta o nosso salário.




Aranha, você é nosso irmão, tamo junto contra o racismo!









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