segunda-feira, 28 de abril de 2014

Mais de 200 trabalhadores fundam o Movimento Nossa Classe

O Encontro debateu as lições da greve dos garis, retomou as lições de junho e fundou o Movimento Nossa Classe (MNC). Junto aos militantes da Juventude às Ruas e as jovens do Grupo de Mulheres Pão e Rosas, que participaram da intensa e emotiva jornada de discussão expressando a aliança operário-estudantil, fomos 350 pessoas no Encontro.

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Em novembro do ano passado, nós da Liga Estratégia Revolucionária convocamos um Encontro de trabalhadores, jovens, negros, mulheres e LGBTTI para debater as lições de junho para uma perspectiva revolucionária que reuniu 800 pessoas, em sua maioria jovens estudantes, que teve como uma das resoluções construir uma agrupação nacional no movimento operário. Abrimos esse debate em cada categoria em que estamos e, com o momento novo que se abriu com a greve dos garis, resolvemos convocar este Encontro de Trabalhadores, no dia 29/3, onde reunimos mais de 200 trabalhadores, que são parte dos mais ativos que têm atuado conosco no dia-a-dia, mas que se ligam a milhares em cada local de trabalho. O Encontro debateu as lições da greve dos garis, retomou as lições de junho e fundou o Movimento Nossa Classe (MNC). Junto aos militantes da Juventude às Ruas e as jovens do Grupo de Mulheres Pão e Rosas, que participaram da intensa e emotiva jornada de discussão expressando a aliança operário-estudantil, fomos 350 pessoas no Encontro. No site da LER-QI e no Facebook do Movimento Nossa Classe é possível ver os vídeos, fotos, depoimentos, discussões, dinâmica e resoluções do Encontro de Trabalhadores, bem como a intensa atividade que o MNC já impulsionou, como a importante solidariedade aos garis do ABC que também venceram.
A expressiva delegação de garis do Rio de Janeiro marcou o Encontro desde o começo, com seus cantos, depoimentos e ensinamentos que emocionavam e davam força para todos os trabalhadores presentes pelo exemplo de luta histórico que deram. A mesa contou com 4 garis, votados entre eles, mas todos eles cumpriram um papel fundamental e ativo em todo o Encontro compartilhando sua experiência e mostrando o salto na consciência que deram estes trabalhadores que são parte dos setores mais explorados da nossa classe.
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Os garis contagiaram o Encontro que teve várias categorias presentes. Adailson Rodrigues, motorista da empresa Trevo, que foi membro eleito do Comando de Greve dos rodoviários de Porto Alegre, saudou entusiasmado os garis e contou como pararam a cidade por 15 dias e se organizaram pela base contra a burocracia sindical e tiveram conquistas como o fim do banco de horas. A delegação paulista contou com dezenas de metroviários, com efetivos e uma importante delegação de terceirizados. Trabalhadores da USP, os diretores do Sintusp Diana Assunção, Bruno Gilga e Claudionor Brandão. Os professores de São Paulo, que vão agora lutar contra a burocracia sindical nas eleições da APEOESP, também estiveram em peso. Os bancários de São Paulo, do grupo Uma Classe, que vinham de uma importante participação na chapa 2 de oposição nas eleições do Sindicato de Bancários, e que agora vão concorrer na eleição da Associação da Caixa Econômica pela chapa 3, encabeçada pelo companheiro Messias, da oposição Avante, que também fez uma saudação. A indústria esteve representada por trabalhadores do ABC, Zona Oeste paulista, Campinas e Franca, da alimentação, metalúrgicos, químicos e sapateiros. Também estiveram presentes petroleiros, trabalhadores da saúde, carteiros, aeroviários e de outras diversas categorias de trabalhadores terceirizados.
Depois de uma discussão profunda, votamos por unanimidade a resolução de construção do Movimento Nossa Classe “tendo como fundamentos principais a luta contra o governo, os patrões e a burocracia sindical. Que os trabalhadores acreditem apenas em suas próprias forças se organizando a partir da mais ampla democracia operária. Que lute incansavelmente contra todas as formas de opressão às mulheres, negros e LGBTTIs. Que lute contra a repressão às greves e aos lutadores, contra o genocídio do povo negro e contra a militarização dos morros e favelas. Que este movimento tenha como um dos eixos organizar a mais ampla solidariedade às lutas operárias em todo o país, partindo do exemplo que fizemos na luta dos garis, mas agora com um forte movimento de centenas organizado nacionalmente. Que lute pela defesa do emprego, salário e direitos da classe trabalhadora. Que lute para varrer a burocracia dos sindicatos e retomá-los para a luta.”
Saímos convictos que vamos colocar de pé um movimento que vai fazer a diferença na nova etapa da luta de classes que se abriu no país após as jornadas de junho e agora com a entrada em cena com força do movimento operário.
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Lutaremos para fazer como os garis em cada categoria deste país e por unir nossa classe na luta contra a burocracia, os patrões e os governos A segunda resolução aprovada por unanimidade foi em relação à orientação do MNC de “Seguir o exemplo dos garis, organizando uma grande luta em cada uma das categorias que estamos, organizando assembleias, reuniões pela base, chamando as organizações de esquerda a impulsionar essa organização de base conjuntamente. Nessas lutas, temos que fazer pesar as demandas estruturais de cada categoria, construindo fortes greves que superem as meras mobilizações de pressão por 1% ou 2% de aumento. Assim como os garis aproveitaram o Carnaval, devemos aproveitar a conjuntura da Copa do Mundo para arrancar essas conquistas em cada categoria, mas lutar por unificar o conjunto da classe trabalhadora para arrancarmos as demandas que o povo brasileiro levantou nas ruas em junho do ano passado, como transporte, saúde e educação públicos e de qualidade. Impulsionar no Movimento o debate sobre a campanha que a agrupação Metroviários pela Base de São Paulo vem realizando pela Estatização dos Transportes sob controle de trabalhadores e usuários. Também queremos unificar todas as categorias na luta contra a precarização, contra a exaustão e acidentes de trabalho e impulsionar uma forte campanha pela efetivação de todos os terceirizados e precarizados sem necessidade de concurso ou processo seletivo, chegando nos setores mais explorados da classe operaria.” Cumpriu um papel importante a discussão de que para que nosso movimento impacte nacionalmente, temos que participar ativamente das iniciativas que sejam politicamente corretas convocadas pelas organizações e centrais sindicais de esquerda, como a CSP-Conlutas ou as mobilizações convocadas pelo Espaço de Unidade de Ação, como as ligadas à Copa do Mundo, bem como em cada categoria tentar construir frentes únicas ao redor das batalhas a partir das lições da greve dos garis, mas tendo claro que isso será uma luta política para que essa esquerda rompa com a forma como atuam no movimento operário, pois essas correntes sempre tendem a não colocar peso no trabalho de base, não batalham para superar o corporativismo nas mobilizações concretas de cada categoria, se adaptam à justiça burguesa, retrocedem frente às primeiras ameaças etc.
O internacionalismo foi uma marca do Encontro e será do Movimento Nossa Classe
Contamos com a presença de Alejandro Vilca, dirigente do Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS) da Argentina e delegado sindical dos garis de Jujuy (Argentina)
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Foi profunda a conclusão de que somos parte de uma mesma classe internacional, e nesse marco a importância de apoiar a luta dos operários e operárias da fabrica Panrico no Estado Espanhol, em greve há mais de 5 meses, à luta dos professores da Argentina e a luta pela Absolvição dos Petroleiros de Las Heras (Argentina)”.
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