quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Saúde dos trabalhadores na indústria metalúrgica, têxtil e lavanderias e o uso do Percloroetileno (o percloro)

Por Milena Bagetti – professora de química de Campinas



A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classifica o Percloro (também chamado de tetracloroetileno (C2Cl4 / Cl2C=CCl2) como potencial cancerígeno humano (Grupo 2A), com base em estudos epidemiológicos (estudos cuja finalidade é caracterizar o processo saúde-doença dos indivíduos) que evidenciaram aumento do risco de câncer de esôfago e cervical. O percloro é utilizado em larga escala como solvente desengraxante de metais na indústria, principalmente automobilística e autopeças. Também utilizado na lavagem de roupa a seco onde há uma certa tendência de crescimento de consumo no país e na indústria têxtil.

Muitos trabalhadores se expõem ao composto por um período considerável (cerca de 10 anos). Sendo que o contato com o percloro  já por pouco tempo (algumas horas) pode causar tonturas, náuseas, vômitos (intoxicação aguda), demonstrando escandalosamente do que os patrões estão dispostos para não rebaixarem seus lucros. Esta situação ocorre com mais intensidade às pequenas fábricas, por sua menor margem de manobra frente os ajustes, ignorando completamente a saúde dos trabalhadores.

Os trabalhadores que tiveram menor ou maior contato com o percloro  precisam ser estimulados a fazer exames de resíduos no organismo  e orientados a trabalhar com todos os equipamentos de proteção como as máscaras adequadas com filtro para vapores orgânicos (VO),  pois algumas de tecido comum concentram os vapores tóxicos dentro dela própria, roupas impermeáveis, luvas nitrílicas ou de PVA, creme de proteção para a pele grupo 2 (resistente contra óleos e solventes químicos).

É fundamental que se repense a utilização do Percloro em qualquer ambiente de trabalho no Brasil, seja nas fábricas ou lavanderias, que faz com que os trabalhadores, muitos deles, negros se exponham ao risco potencial de câncer, para além de toda precariedade normalmente instaurada. Que sejam realizadas análises do ar dos locais de trabalho para verificar o nível de percloro (a concentração de gases e vapores no ar  pode ser rapidamente determinada pela leitura direta de instrumentos e a determinação de Hidrocarbonetos Halogenados pode ser realizada por Cromatografia Gasosa Detector FID).

Estamos acompanhando nos EUA muitas manifestações de rua contra a violência policial racista, tendo como exemplo Eric Gardner, que gritava: “eu não consigo respirar”. É necessário lutarmos  contra a violência patronal que expõe os trabalhadores  no dia a dia da fábrica, fazendo com que respirem potenciais cancerígenos.

Que sejam garantidos todos os exames e acompanhamentos necessários aos trabalhadores. Se o patrão demitir quem lutar, lutamos contra as demissões!


Reitor da UERJ mente sobre a falta de verbas e comete outros crimes contra os trabalhadores



Por Leandro Lanfredi, do Movimento Nossa Classe Rio de Janeiro

O reitor Vieiralvez de Castro demonstrou ontem o nível de ilegalidades que está disposto a cometer para continuar seu descarado ataque aos trabalhadores terceirizados que estão há quase dois meses sem salários e há alguns dias em greve.

Ontem este autoritário reitor decretou o fechamento da universidade e se isto ainda fosse pouco ordenou o corte de fornecimento de energia à universidade. Um blecaute para inviabilizar a continuidade da universidade, da greve e do crescente movimento dos estudantes em apoio aos terceirizados, que ontem em mais de duzentos manifestantes fecharam a importante rua São Francisco Xavier em frente a universidade em apoio aos terceirizados. Com o ridículo do blecaute da reitoria, fica patente seu descaso não só com as condições destes trabalhadores que estão trabalhando de graça mas até mesmo com o rigor acadêmico pelo qual, supostamente, deveria zelar, inviabilizando muitas provas e aulas que estavam sendo realizadas em diversas salas da universidade.

Suas medidas são ilegais e mentirosas. Trata-se de um flagrante caso de desrespeito ao direito de greve, fazendo um locaute. Crime na legislação brasileira. Locaute é um fechamento de uma empresa, fábrica para impedir o exercício de trabalho ou greve, ou forçar uma aceitação de condições através de medida de força patronal. Este crime está sendo realizado via blecaute e via antecipação do recesso universitário, dispensando estes terceirizados em greve de seus serviços.

A justificativa para esta ilegalidade seria uma suposta queda no orçamento da UERJ. Segundo decreto publicado ontem onde decretou este locaute a universidade não honrou seus compromissos com as contratadas pois teria um déficit de 23 milhões de reais. O motivo deste déficit seria uma redução no orçamento do Rio devido a queda na arrecadação oriunda dos royalties e participações especiais no petróleo.

Este argumento é triplamente mentiroso. Uma rápida pesquisa na Internet mostra isto.

1 - O orçamento de 2014 da UERJ é só aparentemente menor que o de 2013.No orçamento de 2013 foram atribuídos 166 milhões de reais à universidade estadual e outros 24 milhões de reais em incentivo à pesquisa. No orçamento de 2014 foram atribuídos os mesmos R$ 24 milhões para incentivo à pesquisa, 156 milhões de orçamento ordinário, porém em outras páginas do mesmo orçamento constam outros R$ 54 milhões de “outras despesas correntes na UERJ”. Ou seja em 2013 havia um gasto total de R$ 190 milhões e em 2014 um gasto de R$ 234 milhões, onde está a redução senhor reitor?

2 - A justificativa falaciosa de fundo seria uma queda da arrecadação pela redução das receitas oriundas do petróleo. No entanto a receita da UERJ não está vinculada a royalties ou participações especiais. Ela é oriunda das receitas ordinárias do Estado do Rio de Janeiro! A reitoria nunca mexeu um dedo em apoio ao movimento para vincular 6% das receitas do ICMS à UERJ, reivindicação de diversos movimentos na universidade, e agora com a cara de pau usa o orçamento estadual para justificar seu ataque aos trabalhadores e a toda comunidade acadêmica (atrasando semestre, pesquisas, extensão, etc.).

3 - A queda na arrecadação do Estado do Rio de Janeiro devido a diminuição do preço internacional do petróleo ainda não aconteceu. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) calcula o preço do petróleo levando em consideração o preço praticado três meses antes da produção. Foi somente em agosto de 2014 que o preço internacional do petróleo caiu a níveis inferiores aos de janeiro de 2014, e só agora em dezembro que registra recordes de baixa. Ou seja, será somente a partir de novembro, e mais acentuadamente a partir de março de 2015 que haverá esta queda da arrecadação de uma receita que não está vinculada as despesas da UERJ.

Se antes mesmo desta queda de arrecadação órgãos do governo do Estado já usam este argumento mostra-se, como argumentamos em outro artigo que é preciso organizar os trabalhadores e a juventude contra estes cortes que afetarão não as obras faraônicas na Barra para as Olímpiadas, mas os salários dos trabalhadores e os direitos da população, como saúde, educação, etc.

Para piorar estas mentiras do reitor sobre o orçamento da universidade, não faltaram denúncias este ano que a UERJ empregaria diversos funcionários fantasmas, não com o salário de fome dos terceirizados, mas recebendo mais de 13mil reais. Esses funcionários fantasmas seriam alguns deles ligados (e familiares) da influente ex-governadora do Rio, Benedita da Silva (PT). Além deste desperdício corrupto de verbas públicas esta universidade firmou acordos, secretos, com a FIFA, Rede Globo, entre outras empresas, para utilização do espaço da UERJ durante a Copa do Mundo e Copa das Confederações. Para isto fecharam a universidade e atrasaram o semestre, comprometeram pesquisas. Qual foi o valor do aluguel da UERJ, para onde foi este dinheiro?


As ilegalidades cometidas, as desculpas mentirosas, mostram como a reitoria não tem o menor compromisso primeiro em garantir os salários dos trabalhadores terceirizados, que são o setor mais explorado, pobre, negro e em sua maioria mulheres da universidade, ataca seu direito de greve, e nem mesmo tem algum compromisso com a parte “nobre” da universidade como o ensino e a pesquisa que foram afetados para melhor garantir seu ataque aos terceirizados. A reitoria e o governo do Estado do Rio (que é quem indica o reitor e repassa as verbas) são responsáveis! Paguem já o salário! Todo apoio a greve dos terceirizados!

PARA AJUDAR OS E AS TERCEIRIZADAS DA UERJ NA LUTA PARA RECEBER OS SALÁRIOS ATRASADOS



A JUVENTUDE ÀS RUAS e o MOVIMENTO NOSSA CLASSE apresentam propostas básicas, simples e imediatas (medidas cautelares ou liminares que o juiz julga de urgência) que o Sindicato do Asseio deveria impetrar para obrigar a reitoria da UERJ e as empresas Construir e Dinâmica a pagar os salários e benefícios atrasados. NENHUM TRABALHADOR SEM SALÁRIO E SEM NATAL! NÃO TEM CAÔ, TERCEIRIZADO NÃO TRABALHA DE FAVOR!

O reitor Vieiralvez arbitrariamente encerrou as atividades da universidade decretando o recesso para prejudicar os e as terceirizadas, deixando-os sem alternativas, sem ter com quem negociar o pagamento dos salários atrasados. UMA COVARDIA!

Além disso, prejudica os estudantes e professores que de uma hora para outra, sem comunicação, estão proibidos de frequentar a universidade como estava previsto no calendário letivo. O REITOR VIEIRALVEZ PENSA QUE A UERJ É A CASA DELE, QUE PODE FECHAR QUANDO BEM QUISER! AUTORITÁRIO E IRRESPONSÁVEL!

Os salários dos e das terceirizadas devem ser pagos pela reitoria, imediatamente. A Constituição Federal de 1988 em eu artigo 7º, inciso X, considera crime não pagar salários devidos:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
[...]
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
[...]

Exemplos de Medidas Cautelares (o juiz julga com urgência) para garantir pagamento de salários atrasados
Justiça determina que Petrobras faça depósito para garantir pagamento de funcionários de Suape

Publicado em 11/11/2014 às 15h04 em http://www.trt6.jus.br/portal/noticias/2014/11/11/justica-determina-que-petrobras-faca-deposito-para-garantir-pagamento-de
A juíza titular da 1ª Vara do Trabalho de Ipojuca, Josimar Mendes, deferiu pedido do Sintepav-PE determinando que a Petrobras deposite em juízo os créditos das empresas contratadas que prestam serviço em Suape. A decisão, proferida na segunda-feira (10), objetiva garantir o pagamento dos salários atrasados e de benefícios como o vale-alimentação, além das verbas rescisórias tanto dos empregados ativos quanto dos demitidos.

Na ação, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE) alegou que a empresa Alusa Engenharia, a Empresa Brasileira de Engenharia e a Construtora Barbosa Mello, assim como os consórcios formados entre a primeira e cada uma das demais – EBE-Alusa e Alusa-CBM – não pagaram o adiantamento e o salário do mês de outubro, nem depositaram o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) do respectivo mês. [...]

Invocando o poder geral de cautela do magistrado previsto nos artigos 798 e 799 do Código de Processo Civil (CPC), a fumaça do bom direito e o perigo da demora, requisitos estes necessários ao atendimento de medidas cautelares, a juíza deferiu a medida liminar ao Sintepav, determinando à Petrobras o depósito judicial do numerário referente aos créditos devidos às três empresas e dois consórcios, necessário à cobertura dos salários e tiquetes alimentação em atraso e demais direitos dos trabalhadores ativos, bem como das verbas rescisórias devidas, sob pena de multa diária de 100 mil reais em caso de descumprimento.
Veja decisão na íntegra em:

18-12-2014                                                                                                   www.facebook.com/movimentonossaclasse

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Crônica do combate cotidiano na indústria



Metalúrgico, Osasco.

Trabalho numa metalúrgica de Osasco (SP) lavando peças em óleos e solventes. Como a ganância do patrão não tem limites, executo esta função sem os EPIs necessários, ou seja, fico exposto diariamente a uma grande quantidade de produtos químicos, muito deles proibidos e cancerígenos, como o é o caso do percloroetileno, ou percloro, um solvente que quando utilizado sem proteção causa dor de cabeça, tontura, náusea, problemas respiratórios,desmaios, além de ser comprovadamente um produto cancerígino.

Mas hoje não trabalho mais com este produto, não porque "pedi as contas" ou fui demitido, mas porque decidi combater esta situação terrível junto ao Movimento Nossa Classe.
Primeiro nós organizamos uma campanha dentro da fábrica com panfletos e matérias da internet sobre os riscos do percloro, depois eu denunciei a empresa no Ministério Público do Trabalho e no mesmo dia me recusei a trabalhar com este produto. E o patrão tem "que engolir a seco" porque a peãozada não quer mais trabalhar com o percloro, mostrando que a organização e a luta dos trabalhadores pode combater este e outros ataques.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Muito além de uma minhoca na alface do almoço petroleiro



Isabelle Gomes de Moraes, petroleira no Rio de Janeiro

Depois de tantos escândalos envolvendo a Petrobras, de ver que milhões e milhões foram desviados, a pergunta que não quer calar na cabeça de muitos petroleiros é: “Porque a empresa insiste em cortar custos operacionais, manutenção e serviços?”. A operação Lava-Jato revela que o rombo financeiro da empresa está longe de ser o desperdício operacional ou a ineficiência dos funcionários, mas está intimamente ligado com políticos e funcionário de alto escalão corruptos.

Enquanto a Petrobras financia a “governabilidade” petista, nós, petroleiros pagamos com as nossas vidas. Não é de hoje que vemos os danos da terceirização e da precarização do trabalho. Com funcionários terceirizados ganhando salário inferior, péssimos planos de saúde, jornadas de trabalho exaustivas, instabilidade e maiores vítimas dos acidentes. Essa crescente flexibilização das contratações enfraquece cada vez mais os trabalhadores, que se veem filiados a sindicatos fantasmas, pulverizados em diversas categorias e dificultando cada vez mais sua organização. A empresa se aproveita triplamente, seja lucrando com a mão de obra barata, repassando o lucro para o dono das empresas contratadas ou dividindo entre crachás verdes e marrons.

O que salta aos olhos é que nos últimos tempos, os serviços nunca estiveram tão ruins. São constantes as denúncias de problemas na alimentação, no transporte (seja marítimo ou terrestre), assim como as precárias condições de trabalho de marítimos, motoristas, funcionários da cozinha e serviços em geral. O ataque é claro e sob a pele de corte de custos (PROCOP), vemos nossas condições de trabalho e infraestrutura irem piorando dia-a-dia, deixando claro que ocorre uma privatização em forma de terceirização. Enquanto isso os contratos milionários continuam trancados a sete chaves impedindo que todos nós sejamos fiscais.

Não podemos cruzar os braços diante disso. Temos que nos organizar lado a lado com os terceirizados e superar a divisão imposta pela empresa. Em cada local de trabalho, pressionar os sindicatos e as CIPAs para que sejam verdadeiros instrumentos de denúncia e luta dos trabalhadores. Hoje, pode ser apenas uma minhoca na alface, amanhã pode ser a vida de um colega de trabalho.

Que todos os contratos sejam públicos!
Que funcionários próprios e terceirizados tenham os mesmos direitos e o mesmo sindicato!
Que todos funcionários hierárquicos sejam eleitos e revogáveis!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Das demissões a falta de papel higiênico, os ajustes na educação pública do estado de São Paulo



O governo do estado de São Paulo cortou verbas escolares para compra de materiais de limpeza, escritório e pequenas reformas. Esse montante chega a quase 60 milhões reais. Ter condições básicas de higiene nas escolas deveria ser algo elementar, mas para o governador são apenas cifras que devem ser economizadas. Além disso, já podemos esperar que nem o mínimo da estrutura física das escolas será reformado para receber os alunos ano que vêm.

Essa medida de cortes não é isolada. Mais grave ainda é fato de que o governo pretende demitir mais de 20 mil professores temporários. Esse processo também tem como objetivo aliviar as contas públicas para que os encargos trabalhistas não sejam uma despesa de fim de ano. Na prática Alckmin já começa os ajustes e cortes na educação, já que a receita tributária do estado caiu 2,5% e a perspectiva para o ano que vêm é ainda mais grave.

É um escândalo que as escolas públicas sofram com tanta precarização. A situação já chegou a níveis calamitosos e a direção majoritária da APEOESP (PT/PCdoB) fecha os olhos para essa situação alarmante. Foram coniventes com sucessivos escândalos na categoria e mais uma vez se mantém calados frente a essas denúncias absurdas!

É necessário um basta! Basta dessa APEOESP burocrática que abandona a escola pública ao julgo de Alckmin, Hermann e cia. Os professores precisam se organizar de forma independente dos governos e da burocracia para lutar pelos seus direitos. Convidados todos a comporem o bloco do Movimento Nossa Classe e Professores Pela Base no ato contra a demissão dos professores temporários no dia 5, às 14 h na Praça da República em São Paulo. Vamos dar um grito de basta a toda forma de arbitrariedade desse governo inimigo dos trabalhadores e da educação pública.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Movimento Nossa Classe na chapa "União na Luta" (chapa 2) no sindpetro caxias



EXPOMOS AQUI POSIÇÕES QUE LUTAREMOS PARA ALÉM DO ACORDO GERAL DA CHAPA “UNIÃO NA LUTA” (CHAPA 2) QUE ESTAMOS PARTICIPANDO

PORQUE ESTAMOS NA CHAPA 2:

"Em primeiro lugar é preciso que o sindicato deixe de ser chapa-branca do governo e da empresa. É preciso tirar a burocracia que está há décadas ali. O acordo firmado na chapa 2 permite que atuemos livremente, com direito de opinar, criticar e defender nossas propostas e ideias para que os trabalhadores possam decidir conscientemente, como deve ser em qualquer sindicato e direção sindical democrática. Queremos levar à frente este programa além das posições comuns da chapa 2."




DEFENDAMOS A PETROBRÁS DA PRIVATIZAÇÃO, DA TERCEIRIZAÇÃO E DA CORRUPÇÃO!


A Petrobrás poderia ser um patrimônio a serviço de melhorar as condições de vida dos trabalhadores do país. A privatização continua, seja com a venda dos campos terrestres ou na associação com grandes empresas estrangeiras nas áreas de concessão ou partilha. Os governos Dilma/Lula fizeram mais leilões de petróleo que FHC! O pano de fundo dos escândalos de corrupção atuais são: PRIVATIZAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO. Diversas áreas essenciais ao ramo do petróleo estão privatizadas, como a construção de sondas, navios, construção de dutos, e atividades essenciais como a manutenção, estão terceirizados.

 Destas causas que se originam a corrupção atual, a transformação da Petrobrás em um “balcão de negócios” de políticos e empresário e o aumento dos acidentes.

 A corrupção liga-se a uma terceira causa: uso da Petrobrás para enriquecimento de empresários e com parcela deste dinheiro  comprar parlamentares para sustentação do governo. Não confiamos que serão os partidos, nem os que privatizam claramente (PSDB) ou por baixo dos panos (PT via empreiteiras), que defenderão esta empresa e nem muito menos poderão coloca-la a serviço da população.


Também não podemos confiar que será uma empresa de auditoria americana (a PwC), com um currículo de escândalos contábeis, que fará nenhuma auditoria séria. Nem pode fazer isto a própria empresa e sua diretoria, ligada por mil laços à terceirização, às empreiteiras, ou seja à corrupção. Também não será da CPI onde PT e PSDB fecharam acordo para se proteger mutuamente que teremos uma investigação verdadeira. Nas mãos deste políticos teremos mudanças e bodes expiatórios mas os esquemas ficarão de pé.



SO PODEMOS CONFIAR EM NÓS MESMOS, SÓ OS TRABALHADORES E SETORES POPULARES QUE PODEM FAZER UMA VERDADEIRA INVESTIGAÇÃO

O problema para isto são os sindicatos chapa-branca, como é a direção da FUP e de nosso SINDIPETRO-CAXIAS. Falam em punição, mas não exigem nada da empresa, querem conversar com Graça e não impulsionar um movimento pela reestatização e pela investigação independente. A chapa 1-FUP-CUT tem assessores ligados ao “demitido” Sergio Machado. Esses estão aliados ao governo, aos partidos “dos negócios” e à direção da Petrobrás.

Precisamos de sindicatos que não sejam alinhados com um governo que assina embaixo desta privatização e terceirização e que lute pela completa publicidade dos contratos como parte de uma investigação independente que os sindicatos façam com organizações populares e democráticas que realmente levem a punições exemplares. Sem saber a verdade e o alcance dos escândalos não defenderemos a Petrobrás! Precisamos defendê-la das empreiteiras e terceirizadas, mas principalmente do governo e dos políticos (PT, PSDB, PP, PMDB etc.)! Defendê-la da ganância das multinacionais que desejam aproveitar, com a ajuda de entreguistas de plantão, essa crise para abocanhar negócios bilionários ligados ao gás e petróleo!

Defendemos uma Petrobrás 100% estatal e que todos os ramos do petróleo (da construção de navios a distribuição) sejam estatais e assim combatermos a corrupção inerente aos contratos de terceirização com empreiteiras, efetivar os terceirizados, gerar empregos e tecnologias, e colocar estas riquezas a serviço da população e do país. Para isto precisamos que a empresa seja gerida por nós mesmos os trabalhadores e não por indicados políticos e das empresas!
Para saber mais de nossas opiniões sobre a Petrobrás e este escândalo acesse:   




O GOVERNO E A DIRETORIA DA EMPRESA PREPARAM DEMISSÕES E UM MEGA-PROCOP


Com a desculpa do escândalo estão ocorrendo demissões nos estaleiros, nas plataformas e em diversas obras.  O EISA que está no esquema de corrupção ameaça demitir sem indenização cerca de mil trabalhadores. As grandes multinacionais esperam como urubus que desse escândalo venha mais privatização e terceirização. Com “pouco caixa” a diretoria da empresa fará o que ela mais sabe fazer: atacar os trabalhadores. E as terceirizadas alegarão crise para retirar direitos ou demitir os terceirizados. Ao contrário dos sindicatos chapa-branca da FUP precisamos alertar a categoria, ou atacamos os corruptos, privatizadores, terceirizadores, e assim defendemos a Petrobrás, ou precisamos nos preparar para um MEGA-PROCOP com a desculpa da corrupção. Por isto precisamos defender nenhuma demissão e nenhum direito a menos. Precisamos superar a divisão entre próprios e contratados! Ter mesmos direitos e lutar para termos os mesmos acordos coletivos e sermos parte de uma mesma empresa (incorporação)! O instrumento para nos defender dos ataques e nos organizarmos como uma só classe éa organização em cada local de trabalho e num sindicato combativo, independente dos governos, da direção da empresa e das terceirizadas, democrático e combativo. E isso passa por ter outro tipo de atuação sindical.


 

Não é nada justo que alguma chapa ganhe por 1 voto e fique por três anos como maioria absoluta, “dona” do sindicato. Todas as diferentes alas e ideias dos petroleiros precisam se representar! Somos uma grande categoria e toda ela precisa ser representada. Para isso o sindicato tem que ter sua direção definida por eleições proporcionais nas quais as chapas representativas de setores da categoria estejam representadas para lutar democraticamente por suas propostas e programas, garantindo a unidade sindical pelo respeito absoluto às decisões das bases em assembleias soberanas. Dirigente sindical tem que “obedecer” e “servir” à base e não ser “chefe”.

POR UM SINDICATO QUE DEFENDA TODOS OS OPRIMIDOS!

Defendemos uma atuação nos sindicatos e na classe trabalhadora que lute pelos interesses econômicos, sociais e políticos da categoria, mas que atue em defesa dos interesses de toda a classe trabalhadora e dos oprimidos, contra o racismo, a homofobia, o machismo, os preconceitos regionais, a violência estatal etc. Nossa luta se fortalece quando é parte da luta de todos os trabalhadores, apoiando-se e defendendo-se mutuamente.

CHEGA DE SINDICALISTAS ETERNOS, PRIVILEGIADOS E BUROCRÁTICOS!

O Sindipetro-Caxias tem alguns diretores liberados a quase duas décadas. Gente que nem sabe mais como é fazer um zero-hora mas que provavelmente nunca falta letra todo ano. Volta e meia algum diretor sindical vira gerente ou até mesmo assessor da presidência! Não é a mesma coisa ser cargo de confiança e ser dirigente sindical! Estão do outro lado! Não são companheiros “infiltrados”. Cedo ou tarde todos petroleiros verão que são agentes da empresa no movimento sindical.Precisamos de um outro tipo de sindicalismo. Não um sindicalismo “presidencialista” onde tudo é decidido pelo presidente e seu braço-direito, mas que a base decida. Um sindicato presente todo os dias do ano e não só quando a empresa quer que assinemos ACTs! Que as assembleias sejam respeitadas (turno, auxílio almoço, etc)! As decisões de assembleia sejam cumpridas! Precisamos de comissões de base, permanentes, que unifiquem sindicalizados e não sindicalizados, próprios e contratados.Que ninguém fique encastelado décadas sem trabalhar. Por isto defendemos uma mudança radical na atuação e no estatuto do sindicato. É preciso mudar não só quem é o presidente, mas tudo! Que ninguém fique liberado mais de um ano! O dirigente sindical precisa voltar à base e assim formarmos novos dirigentes sindicais, ligados à base, democráticos (ou seja que fazem e respeitam assembleias)!


Isabelle de Moraes, vice-presidente da CIPA do TABG.

 “Eu faço parte do Movimento Nossa Classe e apoio nossa posição na chapa 2, pois vejo que a partir da vitória desta chapa abre-se um espaço para lutar contra as burocracias sindicais.

Com esta vitória poderemos levar a frente ideias como a reestatização da Petrobrás, proporcionalidade, iguais direitos aos terceirizados e fim dos privilégios dos sindicalistas. Esta vitória em Caxias pode ajudar a fortalecer uma outra atuação sindical entre os petroleiros para além da REDUC, TECAM e UTE-GLB!”

MAGNO DA SILVA - Gari de Irajá
"Conhecemos Leandro porque esteve conosco na greve dos garis, no Carnaval de 2014. Depois continuamos debatendo com os companheiros do Movimento Nossa Classe as lições dessa histórica  greve para ver como nos organizarmos e unirmos como classe trabalhadora para lutar por nossos direitos e contra os governos, empresários e sindicalistas vendidos que querem dominar a nossa classe. Se a Chapa 2 for vitoriosa, tenho certeza que os petroleiros e nós,garis, teremos o companheiro Leandro Lanfredi na linha de frente das lutas dos trabalhadores. Apoio a Chapa 2!"

PABLITO (Marcello Ferreira) - Diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), Auxiliar de Cozinha da Coseas 

"Aqui na USP acabamos de sair de uma vitoriosa greve que durou 116 dias contra a direção da universidade e o governador Alckmin em defesa de reajuste salarial, contra o projeto de privatização do Hospital Universitário e em defesa do direito de greve, lutando até o fim sem aceitar punição aos grevistas e descontos dos dias parados. Para essa vitória nos preparamos e levamos a greve com o poder do Comando de Greve eleito nas unidades e as decisões soberanas dos grevistas nas assembleias. Nossa tradição é defender todos os trabalhadores, efetivos e terceirizados, garantindo o direito de sindicalização dos terceirizados em nosso sindicato e lutando pela efetivação de todos, sem concurso público, pois não aceitamos a divisão da nossa classe, pois nos enfraquece.

Nós, do Movimento Nossa Classe, estamos confiantes de que os petroleiros também avançarão para retomar seu sindicato para suas mãos e para a luta em defesa da categoria, dos contratados e da riqueza do petróleo a serviço da maioria da população e não dos empresários, diretores políticos da empresa e burocratas sindicais. Apoiamos o companheiro Leandro Lanfredi e o voto na Chapa 2!"


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A PLR é nossa? A FINDECT só pode estar brincando com fogo!



N., atendente dos correios
Enquanto os trabalhadores dos Correios de São Paulo estão mobilizados, muitos organizando piquetes nas suas unidades e se preparando pra assembleia de hoje, a FINDECT assinou o acordo com a ECT para a PLR de 2013, 2014 e 2015!

Nada mudou na proposta, o valor mínimo é R$614 e o máximo R$711. A PLR de 2014 seguirá os mesmos critérios de 2013 e a de 2015 será 50% atrelada a indicadores regionais e nacionais (ou seja, metas!).

Ainda ontem o SINTECT-SP, o principal sindicato da FINDECT, soltou nota dizendo que a ECT estava “tirando a categoria”, e cinicamente chamou a mobilização nacional, esperando que os trabalhadores esquecessem suas recentes traições, como na última campanha salarial onde mentiram deliberadamente sobre o resultado da assembleia, empurrando o acordo goela abaixo da categoria...
Com que cara de pau esses sindicalistas do SINTECT-SP esperam encarar os trabalhadores na assembleia de hoje? O que mudou de ontem pra hoje? Além de nada ter melhorado em relação a proposta da PLR, as outras pautas da greve sequer foram discutidos... Os trabalhadores querem contratações, pois estão sobrecarregados de trabalho, querem condições de trabalho, o convênio médico segue sendo sucateado...

Por outro lado, a FENTECT, principal federação da categoria, não assinou acordo, mas também não está construindo nenhuma mobilização nacional. Como esperam superar os burocratas se no momento em que os trabalhadores de São Paulo vão pra luta, ficam em silêncio?

É preciso uma mobilização nacional dos ecetistas, já! Independente dos burocratas, organizada pela base e pra unificar a categoria! Os Sindicatos anti-governistas ligados a Intersindical, Conlutas e organizações de esquerda de modo geral não podem ficar em silêncio e esperar os burocratas traírem a greve mais uma vez, deixando os companheiros de São Paulo isolados e a categoria inteira derrotada!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Trabalhadores da USP contra os estupros e assédio faculdade de medicina

Na última semana vieram à tona os absurdos e escandalosos casos de estupro, assédio, machismo, racismo e homofobia na faculdade de Medicina da USP. O caso se tornou um escândalo midiático. Os trabalhadores da USP se posicionaram prontamente. Abaixo reproduzimos a Declaração do Sintusp e algumas fotos que os trabalhadores tiraram contra esses casos.

Declaração da Diretoria do Sintusp sobre os casos de estupro na Faculdade de Medicina da USP

Nos últimos dias as páginas dos jornais foram estampadas com graves denúncias de inúmeros casos de estupro e assédio na Faculdade de Medicina da USP, contando com "vistas grossas" da Direção da Faculdade que inclusive, segundo o deputado Adriano Diogo, tentou intimidar a realização de Audiência na Assembléia Legislativa que debateu estes casos.

A absurda preocupação de alguns setores que estes casos "manchem" o nome da instituição só mostra a hipocrisia desta Universidade que prefere jogar pra debaixo do tapete estupros, assédios e violência para manter seu nome e sua reputação. Ao contrário, é necessário escancarar toda esta situação, bem como a situação de estupros em toda a Universidade, por isso a Reitoria deveria imediatamente divulgar os números - e não os nomes das vítimas - para que o conjunto da comunidade universitária conheça a real situação desta violência, num país em que ocorrem mais de 50 mil estupros por ano.

É preciso a mais ampla campanha contra toda esta violência, que nesta semana também se escancarou na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, num questionamento também aos profissionais que estão se formando e a forma como estes tipos de atos estão já praticamente institucionalizados. Estudantes, trabalhadores e professores devem se unir na mais ampla campanha, junto a organizações de mulheres e de direitos humanos, organizando atos, manifestações, campanhas de cartazes e todas as ações unitárias, exigindo justiça para as vítimas.

A Faculdade de Medicina declarou que irá criar um Centro controlado pela própria direção e médicos especialistas para lidar com as situações. Mais uma vez as mulheres não terão voz. Qualquer Centro com este fim deve ser controlado pelas vítimas, organizações de mulheres e direitos humanos, sem a presença da polícia. Ao mesmo tempo a apuração organizada pela Direção da Faculdade mostra todos seus limites: o presidente da mesma acaba de renunciar. É preciso que as entidades de estudantes, trabalhadores e professores organizem uma apuração independente em apoio às vítimas.

Chamamos toda a categoria de trabalhadores e trabalhadoras da USP a repudiar com firmeza toda a violência e estupro contra as mulheres.

Diretoria Colegiada Plena do Sintusp
São Paulo, 14 de novembro de 2014


Trabalhadores do Restaurante Universitário da USP 

Trabalhadores do HU da USP 

 
Trabalhadores da Faculdade de Odontologia da USP

Trabalhadores da Faculdade de Educação da USP

Solidariedade à greve dos Correios de São Paulo

Está se criando uma tradição no movimento operário brasileiro da solidariedade de classe frente a todas as lutas dos trabalhadores. Temos orgulho de ser parte disso, como votamos no nosso 1º Encontro Nacional do Movimento Nossa Classe. Segue algumas solidariedades à greve dos correios de São Paulo

trabalhadores da Faculdade de Educação da USP 

Trabalhadores do Bandejão da USP 

A juventude também atendeu ao chamado, estudantes da Unicamp 

Professores da rede estadual, no Encontro do Movimento Nossa Classe 

Trabalhadores da prefeitura da USP

Apoiemos ativamente a greve dos correios para que tenha melhores condições para a vitória. Não tem arrego! companheiros.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Mais de 200 trabalhadores no 1º Encontro Nacional do Movimento Nossa Classe




O Encontro contou com mais de 50 trabalhadores da USP, e também da Unesp e Unicamp; mais de 40 metroviários e uma forte delegação dos carteiros de Cotia em greve desde o último dia 13. Ainda estavam presentes professores da rede pública dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; bancários de São Paulo; metalúrgicos do ABC, de Campinas e de Contagem; operários da indústria alimentícia de Osasco e outras categorias. Também esteve presente um companheiro do IBGE, que e fez uma saudação falando um pouco da greve que saíram há pouco tempo.

Fábio Roberto

Um dos pontos altos do Encontro foi com certeza a presença de Fábio Roberto, conhecido como “Robin Hood” da água por ter fugido com um caminhão-pipa para levar água a um bairro que estava sem abastecimento em São Paulo. Outra valorosa presença foi a do companheiro Silva João, trabalhador do metrô a mais de 35 anos, tendo antes ainda trabalhado nas obras de construção do metrô, um dos 42 demitidos pelo governo Alckmin após a greve de junho – que apesar de não ser do movimento Nossa Classe, fez uma importante saudação no nosso Encontro.

Silva João, metroviário um dos 42 demitidos

Abertura
A mesa de abertura foi coordenada pela companheira Diana Assunção, diretora do Sintusp e linha de frente da grandiosa greve dos trabalhadores da USP que venceu o governo do estado e a reitoria após 4 meses de incansável luta. Falaram na abertura a companheira Vilma, trabalhadora do bandejão da USP; Silvana, da greve dos terceirizados da limpeza da USP da empresa Dima de 2005; Marília, trabalhadora da HU da USP; Isaias, carteiro de Cotia em greve; Regiane, professora precarizada da rede pública de Campinas; o companheiro Silva João do metrô; França, trabalhador da manutenção do metrô de São Paulo; Leandro Lanfredi, petroleiro do Rio de Janeiro e candidato na chapa “União na luta” de oposição no sindipetro Caxias e por fim o companheiro Brandão, demitido político da USP e diretor do Sintusp, encerrou os trabalhos de abertura.

Regiane, professora da rede de Campinas

Marília, trabalhadora do HU da USP


O companheiros Fábio Roberto fez um emocionante relato de sua solidariedade ao fugir com um caminhão pipa com 16 mil litros de água para levar aos moradores que sofriam com a falta de água do bairro Jardim Novo Pantanal. Além deste seu relato, o “Robin Hood” da água demonstrou sua crença de que só se pode construir uma verdadeira nação brasileira pelas mãos dos trabalhadores de norte a sul deste país.

Fábio Roberto, "Robbin Hood da água"

Os companheiros garis do Rio de Janeiro que estiveram no Encontro de fundação do Movimento Nossa Classe, infelizmente não conseguiram estar presentes neste Encontro, mas mandaram uma calorosa saudação ao Movimento Nossa Classe por vídeo, que reproduzimos em seguida. O professor e juiz do trabalho Jorge Luiz Souto Maior também enviou saudação colocando seu apoio ao movimento e dizendo que estaria sempre lado a lado conosco nas lutas. Saudou também nosso Encontro o companheiro Gilson Dantas, militante revolucionário desde a década de '60, preso político da ditadura. Enviaram ainda saudações ao nosso Encontro as companheiras em luta pelos postos de trabalho das fábricas Lear e Donneley da Argentina.

Saudação dos Garis do Rio de Janeiro

https://www.youtube.com/watch?v=JqPuoM7K4VM&list=UUagpuwDrQHfdA7Q7oCHBxOA
Veja saudação do companheiro Gilson Dantas de Brasília

Saudação do Movimento de Trabalhadores Socialista do México ao Encontro

Saudação das lutas de Lear e Donneley da Argentina ao Encontro


As falas na mesa de abertura denunciaram as condições precárias de trabalho das mais diversas categorias, resgataram as lições das últimas greves e movimentos da classe trabalhadora e apontaram os desafios do resgate de uma tradição classista e anti-burocrática no seio do movimento operário brasileiro. Brandão denunciou a falta de alternativa que estava colocada nas últimas eleições, que tanto Dilma quanto Aécio iriam atacar os trabalhadores para manter os lucros dos patrões. Tanto é que os primeiros passos do governo reeleito de Dilma, já anuncia ajustes, tarifaços, se preparando junto aos patrões contra os trabalhadores para enfrentar a crise que se avizinha. Foi levantada a necessidade de dar uma resposta aos anseios populares levantados em junho e que se seguiram nas fortes greves deste ano e dando eixo central para a crise patente da falta de água que assola São Paulo e deixa clara uma crise nacional de abastecimento.


Silvana, linha de frente da greve de terceirizados da Dima em 2005

Brandão, demitido político da USP e diretor do Sintusp

Discussões e resoluções
Em seguida, os mais de 200 trabalhadores presentes se reuniram em Grupos de Discussões para debaterem propostas de resoluções que nortearão a atuação e a construção do Movimento Nossa Classe nacionalmente.
Entre as mais importantes discussões e resoluções votamos que desde a posição classista que construímos no Movimento Nossa Classe, levaríamos afrente as demandas populares levantadas em junho em defesa dos serviços públicos, colocando a única possibilidade de garanti-los à população por meio da estatização e controle operário dos serviços como transporte, saúde e educação e também das companhias de tratamento e distribuição da água. Os trabalhadores é quem podem estabelecer um plano dos serviços públicos e pela resolução do problema da água para atender realmente às necessidades do povo contra a sede de lucro dos patrões de todos esses serviços.
Uma das mais importantes discussões que fizemos no Encontro foi a necessidade de a partir das lições das mais importantes greves da última década e frente aos desafios que temos de enfrentar contra os ajustes, aumento de tarifas, demissões, terceirização que se aprofundarão no próximo período, da necessidade de que as centrais sindicais da esquerda, CSP-Conlutas, e as duas Intersindicais, bem como oposições e os setores que protagonizaram as mais importantes greves neste país, convoquem um Encontro Nacional de milhares de trabalhadores. A finalidade é que se discuta e vote um plano de lutas para resistir a estes ataques, para conquistar nossas demandas e para retomar os sindicatos das mãos das burocracias. Essa é uma tarefa unitária e imperiosa para o momento que vivemos hoje no Brasil. Desde o Movimento Nossa Classe colocaremos todas nossas humilde forças neste sentido e achamos que não há tempo para esperar para a classe trabalhadora estar melhor preparada para enfrentar a crise que se avizinha.
Votamos ainda uma campanha contra a casta política parasitária que governa o país a serviço dos patrões. São empresários e pessoas de confiança das empresas que dirigem o país com privilégios garantidos e que desviam as verbas dos nossos impostos para interesses contrários às nossas reais necessidades. Resolvemos impulsionar uma grande campanha para que todos os políticos, juízes e funcionários de alto escalão sejam revogáveis e ganhem o mesmo salário que um professor da rede pública, e que o salário docente e de todos os trabalhadores seja igual ao salário mínimo do DIEESE (hoje, R$ 3079,00), como primeira medida para começar a golpear os privilégios da casta política, combinando com a luta pelo confisco de todos os bens e apuração independente dos casos de corrupção.
Resolvemos ainda levantar grandes campanhas pelas questões democráticas, contra o machismo, o racismo, a homofobia, a transfobia, a xenofobia, o preconceito aos nordestinos e as redes de tráfico de mulheres e crianças, o genocídio ao povo negro. Neste momento, o Movimento Nossa Classe resolve colocar eixo em organizar atividades nas estruturas sobre o 20 de novembro (dia da consciência negra) e 25 de novembro (dia de luta contra a violência às mulheres). De imediato devemos dar seguimento à campanha contra os casos de estupros, machismo e racismo na Faculdade de Medicina da USP e o caso de agressão que aconteceu no metrô de São Paulo.
Por fim, levantar de imediato uma campanha de solidariedade à greve em curso nos correios de São Paulo, organizando medidas ativas em cada local de trabalho para que dê força aos carteiros para vencer.
Como resolução ainda reiteramos as campanhas que já viemos construindo anteriormente, como a luta pela readmissão de todos os metroviários demitidos por fazerem greve e também a luta em defesa do HU da USP.



Votamos a formação de uma coordenação nacional do Movimento Nossa Classe, que de imediato dê encaminhamento às resoluções, que feche um Manifesto do Movimento a ser trabalhado massivamente e que coloque de pé essa corrente nacional pautada na luta de classes, combatendo o corporativismo arraigado no sindicalismo brasileiro, construindo uma nova tradição classista, com independência de classe, que lute pela retomada dos sindicatos para as mãos dos trabalhadores e coloque em xeque essa sociedade de exploração e opressão. Venha construir conosco essa grandiosa, apaixonante e mais que necessária tarefa.

Na mesa de encerramento o companheiro Pablito, dirigente da Liga Estratégia Revolucionária fez uma fala pela organização colocando a necessidade de recolocar no centro a luta pela revolução, pela retomada do poder pela classe operária. Enquanto a burguesia faz uma campanha contra o comunismo com o aniversário da derrubada do Muro de Berlim tentando igualar o stalinismo ao comunismo, nós queremos reacender na classe operária não só a possibilidade, mas a necessidade cada vez maior da superação da sociedade burguesa. Assim, Pablito fez um chamado a todos os presentes a discutirem a construção de um novo partido da classe operária no país.


Ao final, dedicamos o Encontro aos 43 estudantes desaparecidos nas mãos do Estado no México e aos assassinados pela chacina em Belém do Pará.

Seguem abaixo todas as resoluções do Encontro na íntegra
1.       As manifestações de junho colocaram nas ruas demandas como a melhoria dos serviços públicos essenciais, que seguem precários devido à sede de lucro dos capitalistas. Nas eleições, vimos muita demagogia dos candidatos falando de mudança, mas o que estamos vendo são os anúncios de ajuste fiscal que vão debilitar ainda mais os recursos para transporte, saúde, educação, crise hídrica, etc. Por isso, nossa luta como Movimento Nossa Classe (MNC) é para que os serviços essenciais sejam estatizados e colocados sob controle dos trabalhadores. A crise hídrica é no momento a maior expressão dessa necessidade, que se relaciona com o problema da saúde, dos mananciais e do desmatamento. Por isso, resolvemos lançar uma grande campanha pela estatização da Sabesp e empresas de água de todo o país sob controle dos trabalhadores, e por medidas emergências para que nenhuma família fique sem água, com o lema “A sede de lucro dos capitalistas está acabando com a água. Só os trabalhadores podem resolver esta crise”. Buscaremos impulsionar a maior unidade que seja possível de todas as categorias, movimentos, sindicatos e partidos nessa luta, participando de todas as ações que houver contra mais essa barbárie que querem impor à sociedade;

2.       O último ciclo de greves deixa como lições fundamentais que, para vencer é fundamental: a) organização dos trabalhadores pela base, como fizeram os garis e os trabalhadores da USP, Unesp e Unicamp; b) confiar somente na força dos trabalhadores (e não na justiça burguesa ou na benevolência dos governos e patronais) buscando responder os problemas de toda a população oprimida; c) de unir os trabalhadores de várias categorias numa perspectiva classista, bem como a importância de sindicatos combativos com o Sintusp. Se no último período em que o país não estava vivendo uma crise econômica, o que dava à patronal mais margens para concessões, foi fundamental esses elementos de organização do movimento operário para vencer, mais ainda o será no próximo período, em que os trabalhadores vão sofrer com a crise econômica, tarifaços (que já começaram a ocorrer), ajustes, demissões e terceirização, lutando pela efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público. Nesse sentido, resolvemos seguir aprofundando nossa atuação em base a essas lições propondo à CSP-Conlutas e as Intersindicais (entidades sindicais ligadas ao PSTU e PSOL respectivamente) bem como as oposições sindicais, aos garis, rodoviários e todos os trabalhadores que protagonizaram lutas anti-burocráticas, a realização de um Encontro de milhares de trabalhadores de todo o país que vote um plano de ação para resistir aos ataques e lutar por nossas demandas e a luta para arrancar os sindicatos das mãos da burocracia para transformá-los em ferramenta de luta;

3.       Basta dessa casta de políticos parasitas que governam a serviço dos patrões. Basta de privilégios. Resolvemos impulsionar uma grande campanha para que todos os políticos, juízes e funcionários de alto escalão sejam revogáveis e ganhem o mesmo salário que um professor da rede pública, e que o salário docente e de todos os trabalhadores seja igual ao salário mínimo do DIEESE (hoje, R$ 3079,00), como primeira medida para começar a golpear os privilégios da casta política, combinando com a luta pelo confisco de todos os bens e apuração independente dos casos de corrupção.

4.       Nosso movimento se propõe a impulsionar campanhas de combater ao machismo, o racismo, a homofobia, a transfobia, a xenofobia, o preconceito aos nordestinos e as redes de tráfico de mulheres e crianças, o genocídio ao povo negro, a homofobia nas escolas, etc. Neste momento, o Movimento Nossa Classe resolve colocar eixo em organizar atividades nas estruturas sobre o 20 de novembro (dia da consciência negra) e 25 de novembro (dia de luta contra a violência às mulheres). O Movimento deve sempre organizar campanhas frente aos casos de preconceito que ocorrerem – como na última semana com os casos de estupro e racismo nas Faculdades de Medicina da USP ou a agressão homofóbica no Metrô de São Paulo. Frente aos 10 anos da ocupação militar no Haiti pelas tropas brasileiras, nos somamos a campanha pela retirada das tropas militares que oprimem e violentam o povo haitiano.

5.       Solidariedade ativa às lutas e greves, sendo agora a mais importante a greve dos Correios de São Paulo, para o qual devemos organizar campanhas de foto em solidariedade, cartazes e apoio ativo.

Além dessas resoluções, também propomos votar as seguintes, que dizem respeito a organização do Nossa Classe:

6.       Cada uma das categorias presentes deve eleger representantes para fazer parte de uma coordenação nacional do Movimento Nossa Classe. O objetivo desse organismo é garantir que as resoluções sejam levadas à prática, bem como propor ajustes na orientação do MNC, promovendo um amplo debate democrático sobre isso e preocupando-se em envolver ao máximo os trabalhadores que não fazem parte da coordenação. A coordenação nacional também assume o Jornal Nacional do MNC e o blog. Essa coordenação nacional não substitui as articulações que já existem do MNC em cada categoria (que em metroviários se liga ao Metroviários pela Base e em professores ao Professores pela Base);

7.       A primeira tarefa da Coordenação Nacional pós encontro será fechar o Manifesto do MNC, em base aos aportes que surgiram no pré Encontro e nos GD´s, organizando também um material com as resoluções do Encontro e para as próximas atividades;

8.       Para garantir a articulação das frentes do MNC, propomos que a coordenação organize uma lista de e-mails, de whatsapp e um grupo no Facebook, onde todos que não fazem parte da coordenação também possam participar e opinar sobre tudo. O Blog deve ser utilizado como ferramenta de construção e divulgação do movimento por todos os militantes;

Por fim, há uma série de campanhas que o MNC já vem impulsionando em distintas categorias, que consideramos que já partimos do acordo entre todos que estão corretas, e que nesse Encontro Nacional queremos referendar como campanhas que o MNC de conjunto apoia:

9.       Como parte da luta em defesa da saúde pública, contra as privatizações, fundações, Organizações Sociais e Ebserh (empresa brasileira de serviços e recursos hospitalares)., seguimos a luta em defesa do Hospital Universitário da USP (HU), mantendo a batalha para que o HU e HRAC se mantenham vinculados à universidade, com melhor infraestrutura e mais contratações não privadas para que melhorem cada vez mais o atendimento à população, abrindo um diálogo com a luta contra a desvinculação dos Hospitais Universitários a nível federal;

10.   Como parte da luta em defesa do direito de lutar e do direito de greve, seguimos a luta pela readmissão dos metroviários, bem como a luta pela readmissão do Brandão do Sintusp, pela readmissão dos mais de 180 trabalhadores precários demitidos do IBGE, pela revogação dos processos contra trabalhadores da Unicamp em 2010  e pela revogação da punição aos estudantes da Unesp;

11.   Lutamos contra a precarização da educação: por uma grande campanha para barrar a demissão dos mais de 30 mil professores categoria O e por sua efetivação exigindo a contratação imediata de todos os aprovados no concurso, além de redução da jornada sem redução dos salários. Organizar atos regionais, campanhas de cartazes e fotos e atos nas atribuições de aula, incorporação ao ato do dia 05/12 em São Paulo;

12.   Seguimos na luta contra as demissões e os ataques patronais na indústria, contra os fechamentos de fábricas, bem como contra os acidentes e doenças de trabalho que constantemente tiram a vida dos operários, lutando por melhores condições de trabalho e contra o assédio moral;

13.   Apoio à paralisação dos trabalhadores da Unicamp em 25/11 e à paralisação dos trabalhadores da USP em 26/11;
Seguiremos nossa luta por justiça e pela aparição com vida dos 43 estudantes mexicanos de Ayotzinapa. Vivos os levaram, vivos os queremos; Justiça para as vítimas da chacina no Pará.
 
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